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Elena e Gabriel corriam pelas ruas de Nova Harmonia. O vento ainda soprava com força, e o céu ameaçava uma nova tempestade. Ao chegarem à casa, Dona Aurora já estava à porta, a expressão grave e ciente do que já estava acontecendo.
-Vovó, você não vai acreditar no que aconteceu...
Elena começou, mas foi interrompida pelo olhar sereno e compreensivo de Dona Aurora.
-Eu sei, minha querida. Entre, precisamos conversar, disse Dona Aurora, dando passagem para os dois.
Elena lançou um olhar curioso para Gabriel antes de seguir sua avó para dentro.
-Como você pode saber, vovó? É algo que aconteceu... é algo que nunca imaginei.
Dona Aurora fechou a porta atrás deles, o som abafado da tempestade proporcionando uma sensação de segurança temporária. Ela segurou as mãos de Elena, seus olhos cheios de sabedoria e preocupação.
-Sente-se, querida. Gabriel, por favor, também sente-se. Temos muito a discutir.
Gabriel se acomodava em uma cadeira próxima.
-Como assim Gabriel? Vovó, você o conhece. Equanto Elena fazia perguntas, Dona Aurora foi até a cozinha e voltou com uma bandeja de chá e biscoitos.
-Isso deve nos ajudar a pensar com clareza, disse ela, oferecendo uma xícara para Elena e Gabriel.
Elena aceitou a xícara, ainda atordoada. -Vovó, eu preciso de explicações, como vocês se conhecem e por que ele disse que sou a reencarnação de uma profetisa? Ele falou sobre anjos, profecias, e... algo sombrio.
Gabriel assentiu, a expressão séria. -Como eu já havia falado, você é Elyria reencarnada. Uma antiga profetisa que previu uma grande escuridão. E essa escuridão está tentando se erguer novamente.
Dona Aurora suspirou profundamente. -Sempre soube que este dia chegaria. Desde que você nasceu, Elena, sabia que você tinha um destino especial. Sua mãe e eu guardamos esse segredos para protegê-la.
Elena franziu a testa, confusa e ansiosa. -Segredos? Que segredos, vovó? Por que vocês esconderiam algo de mim?
Dona Aurora olhou profundamente nos olhos de Elena, sua voz cheia de tristeza e amor. -Queríamos que você tivesse uma vida normal, pelo menos por um tempo. Mas agora, não podemos mais esconder a verdade. Sua mãe sabia dos riscos, e ela te deu o colar para te proteger.
Elena olhou para o colar em seu pescoço, sentindo seu peso de uma forma nova e assustadora. -Este colar... o que ele é de verdade?
Gabriel pegou o colar, fazendo as inscrições que haviam nele brilharem em um tom dourado. -Ele na verdade é um Amuleto e ele contém poderes antigos. É uma das relíquias que Elyria protegia. Precisamos das outras relíquias para combater a escuridão.
Dona Aurora pegou um velho livro de família de uma prateleira alta e o abriu em uma página específica. O livro estava cheio de inscrições antigas e imagens detalhadas. -A profetisa Elyria previu uma grande escuridão. Suas visões mostraram um caminho para salvar a humanidade, mas também trouxeram inimigos poderosos.
Elena folheou as páginas, sentindo uma conexão profunda com as imagens e palavras. -Então, todos esses sonhos... são memórias de uma vida passada?
Dona Aurora assentiu. -Sim, e agora você deve continuar o trabalho que Elyria começou. Treinaremos você, ensinaremos como usar seus poderes.
Gabriel olhou para Elena com uma mistura de determinação e compaixão. -E eu estarei aqui para protegê-la. Juntos, podemos impedir que a profecia sombria se realize.
Elena apertou o amuleto com força, sentindo a responsabilidade pesar sobre seus ombros. -Eu não sei se consigo, e se eu falhar?
Dona Aurora colocou uma mão gentil no ombro de Elena. Você irar conseguir sim,mas para isso nós precisamos preparar você. Ensinar-lhe a história, os segredos e como se defender. E então, encontraremos as outras relíquias.
Gabriel sorriu levemente, seu rosto relaxando um pouco. -E juntos, enfrentaremos qualquer coisa que vier. Você não está sozinha, Elena.
Elena sentiu uma nova determinação se formar dentro dela. -Vamos começar.
De repente, as sombras na sala começaram a se mover, formando uma figura esbelta e ameaçadora. Um homem alto, com cabelos negros, grandes assas negras e olhos penetrantes, surgiu das trevas. Seu sorriso era ao mesmo tempo sedutor e perigoso.
-Vocês realmente acharam que poderiam esconder essa garota por muito tempo? Vocês acham que podem mudar o destino? Elyria falhou antes, e essa pequena garota aí falhará tambem, disse Lucian, a voz suave como veludo, mas carregada de malícia.
Gabriel ergueu sua espada de luz, colocando-se entre Lucian e Elena. -Não enquanto eu estiver aqui para protegê-la.
Lucian lançou um olhar sedutor e ameaçador a Elena. -Ah, pequena profetisa, você realmente acredita que vai conseguir? Elyria era poderosa, mas mesmo ela não conseguiu.
Elena, tremendo, apertou o amuleto em seu pescoço. -Eu não sou Elyria. Eu posso não ter o poder necessário agora, mas não deixarei você machucar as pessoas que amo.
Dona Aurora, firme ao lado de Elena, sussurrou: -Fique atrás de mim, querida. Lucian é perigoso, mas juntos podemos enfrentá-lo.
Lucian sorriu de forma cruel. -Tão corajosa, Aurora. Continua a mesma guardiã fiel, só que agora, mais velha. Mas a sua coragem não será suficiente para salvá-la.
De repente, Lucian avançou, a escuridão envolvendo-o como um manto. Ele ergueu uma espada negra, movendo-se com uma rapidez assustadora em direção a Elena.
Gabriel se moveu para interceptar, mas as sombras ao redor de Lucian retardaram seus movimentos. -Elena, corra! gritou Gabriel, desesperado.
Elena congelou de medo por um instante, mas antes que pudesse reagir, Dona Aurora se lançou à frente, colocando-se entre Lucian e sua neta. A espada negra de Lucian perfurou o abdômen de Dona Aurora, que soltou um gemido de dor.
-Vovó! gritou Elena, correndo para segurá-la enquanto ela caía no chão.
Lucian riu, uma risada fria e cruel. -Vejam, mesmo os mais corajosos caem diante do poder da profecia. Este é apenas o começo, pequena profetisa.
Gabriel finalmente conseguiu romper a barreira de sombras, golpeando em direção a Lucian, que se esquivou e desapareceu nas trevas, deixando um rastro de frio na sala.
Elena, com lágrimas nos olhos, segurou a avó em seus braços. -Vovó, por favor, fique comigo. Não vá...
Dona Aurora respirava com dificuldade, mas tentou sorrir para Elena. -Minha querida... você precisa ser forte. A batalha está apenas começando. Confie em Gabriel... ele te protegerá.
Gabriel se ajoelhou ao lado de Dona Aurora, seu rosto sombrio. -Eu a curarei, Dona Aurora. Não vou deixar você morrer.
Ela balançou a cabeça levemente. -Não, Gabriel. Meu tempo está acabando. Cuide de Elena... e a ensine a usar seus poderes. Ela precisa estar pronta e só você pode ajudá-la.
Com um último olhar amoroso para Elena, Dona Aurora fechou os olhos, sua mão afrouxando o aperto. Elena soluçou, segurando-a firmemente, sentindo o peso da perda se abater sobre ela.
Gabriel colocou uma mão no ombro de Elena. -Elena você precisa ser forte. Dona Aurora queria que você estivesse pronta. Vamos honrar o sacrifício dela.
Elena enxugou as lágrimas, seu olhar determinado. -Vou fazer isso, vovó. Vou me tornar forte e impedir Lucian, custe o que custar, a sua morte não será em vão.
Gabriel assentiu, sua expressão séria. - Precisamos sair da cidade, Lucian irar voltar atrás de você.
Ainda com sua avó nos braços. -Mais minha avó, ela precisa de um enterro e....
-Não temos tempo.... eu sei que você está sofrendo, mas ela morreu para te proteger, então você tem que vir comigo.
Elena apenas assente com a cabeça. -Vou arrumar uma mochila, iremos sair quando estiver escuro, já já anoitece mesmo.
-Elena.... Gabriel insiste.
-Por favor, depois eu vou para qualquer lugar com você. Elena levanta e pega um lençol e coloca por cima da sua avó.
[...]
Já havia escurecido e Elena já tinha sua mochila pronta, ela então vai até a cozinha e liga o gás.
-O que você está fazendo? Gabriel sem entender nada.
-Se encontrarem minha avó assim, vão querer investigar e me colocarão como desaparecida, até porque sou menor de idade. Elena está pegando umas frutas e colocando na bolsa.
-E como sairemos daqui? Gabriel está preocupado.
Elena puxa o tapete da sala revelando uma passagem. -Minha avó dizia que isso um dia seria de ajuda, não imaginaria isso, bom essa passagem dar na floresta.
-Então vai na frente que eu faço isso. Gabriel pega o fósforo que Elena tinha em suas mãos. -Eu tenho poder de me curar rapidamente, então só eu posso fazer isso e enfrentar as queimaduras por está próximo.
Elena olha pela última vez para o cadáver de sua avó e entra na passagem, ela vai rastejando até a saída, quando ela finalmente sai ela escuta o barulho.
...BOOM..........
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Atualizado até capítulo 21
Comments
Ermyla
Será?
2024-06-19
0
Eliz
será um portal?
2024-06-19
1
Eliz
como assim? 🤔
2024-06-19
1