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Elena estava em seu quarto, tentando processar a visão perturbadora que tivera. Sua mente estava cheia de perguntas e incertezas, e ela sentia uma angústia crescente. Uma batida suave na porta interrompeu seus pensamentos.
— Elena, sou eu, Gabriel. Podemos conversar? — a voz dele estava cheia de preocupação.
Elena hesitou antes de responder. — Entre, Gabriel.
Gabriel abriu a porta lentamente e entrou no quarto, sua expressão refletindo a mesma preocupação que havia em sua voz. — O que realmente aconteceu lá embaixo? Eu sei que você teve uma visão. Mesmo conhecendo você há pouco tempo, sei quando está mentindo ou escondendo algo.
Elena evitou olhar nos olhos dele, virando o rosto. — Não é nada, Gabriel. Estou apenas cansada.
Gabriel se aproximou dela e, com um toque suave, segurou seu queixo, virando seu rosto para que ela o olhasse nos olhos. — Elena, você confia em mim?
Elena sentiu uma onda de emoção e confusão. — Gabriel, você tem algo que eu precise saber?
Gabriel ficou surpreso, suas sobrancelhas se erguendo. — Como assim?
Elena olhou diretamente nos olhos dele, a dor e a determinação misturando-se em seu olhar. — Elyria me disse para não confiar nos anjos, especialmente em você e Ezequiel. Ela mencionou algo sobre meus pais. O que você sabe sobre eles?
Gabriel hesitou, suas feições endurecendo com a seriedade da pergunta. — Elena, eu...
Elena interrompeu, sua voz tremendo com a mistura de emoções. — Gabriel, se há algo que você sabe sobre meus pais, por favor, me diga. Elyria parecia saber de algo importante e me avisou para tomar cuidado. Por que ela diria isso?
Gabriel tentou falar novamente, mas a urgência na voz de Elena o silenciou. — Gabriel, eu preciso saber a verdade. Você me deve isso.
Gabriel olhou para baixo, claramente lutando com o que dizer. — Elena, eu não queria esconder nada de você. É que...
— O que é, Gabriel? — Elena pressionou, sua paciência se esgotando. — Se sabe algo sobre meus pais, você precisa me contar agora.
Elena, levantou-se. — Gabriel, fale logo! O que está escondendo de mim?
Gabriel abriu a boca para responder, mas as palavras não saíram. Ele parecia estar lutando internamente, seu olhar desviando de Elena enquanto tentava encontrar uma forma de falar.
— Elena, não é tão simples assim — começou ele, mas sua voz falhou.
Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa mais, Ezequiel entrou no quarto, atraído pelos gritos de Elena.
— O que está acontecendo aqui? — perguntou Ezequiel, olhando de Gabriel para Elena com uma expressão de preocupação.
Elena se virou para ele, sua expressão cheia de raiva e dor. — Você também sabe, não é? Vocês dois estão escondendo algo de mim. Como fui idiota!
Ezequiel ficou em silêncio por um momento, sua expressão mudando de preocupação para resignação. Ele suspirou profundamente, reconhecendo a gravidade da situação.
— Elena, não é o que você está pensando — começou Ezequiel, mas Elena o interrompeu.
— Não é o que eu estou pensando? — ela repetiu, sua voz subindo em um tom de frustração. — Então o que é, Ezequiel? Vocês estão me mantendo no escuro sobre algo importante! Elyria me avisou para não confiar em vocês. Ela sabia de algo sobre meus pais, e agora estou aqui, sem saber em quem confiar ou o que fazer!
Gabriel tentou intervir, sua voz suave mas firme. — Elena, por favor, acredite, estamos tentando proteger você. Há coisas que você ainda não está pronta para saber.
Elena virou-se de volta para Gabriel, seus olhos brilhando com raiva e lágrimas contidas. — Proteger-me? Vocês acham que esconder a verdade vai me proteger? Eu mereço saber o que está acontecendo. Mereço saber sobre meus pais. Vocês não podem simplesmente decidir o que eu posso ou não posso saber!
Ezequiel deu um passo à frente, tentando acalmar Elena. — Elena, entenda, nós estamos do seu lado. Nós queremos o melhor para você. Elyria tinha suas razões para desconfiar de nós, mas não somos seus inimigos.
Elena balançou a cabeça, sua voz tremendo. — Como fui idiota, confiando cegamente em vocês. Eu pensei que éramos uma equipe, que estávamos juntos nessa luta. Mas agora vejo que há segredos, mentiras...
Gabriel se aproximou, tentando encontrar uma forma de aliviar a dor de Elena. — Elena, por favor, nós estamos aqui para ajudar. Não queríamos te machucar.
Elena olhou para os dois, sua expressão uma mistura de decepção e determinação. — Eu só quero a verdade. Nada mais.
Ezequiel suspirou profundamente, seu olhar se suavizando com pena e tristeza.
— Elena, seus pais... eles estão mortos.
A revelação atingiu Elena como um golpe físico. Ela sentiu suas pernas fraquejarem e caiu de joelhos, lágrimas escorrendo por seu rosto. O mundo ao seu redor parecia desmoronar enquanto a verdade se revelava em toda sua crueldade.
— Não... — murmurou Elena, sua voz quebrada pela dor. — Isso não pode ser verdade... vocês disseram que não sabiam deles... que eles apenas desapareceram.
Gabriel ajoelhou-se ao lado dela, tentando oferecer algum consolo, mas sentia-se impotente diante da magnitude de sua dor. Ele estendeu a mão para tocar seu ombro, mas Elena recuou, sua expressão uma mistura de choque e desespero.
— Elena, nós tentamos te poupar dessa dor — disse Gabriel, a voz carregada de arrependimento. — Queríamos encontrar uma maneira de te contar, mas nunca houve um momento certo...
Ezequiel aproximou-se também, seu rosto refletindo a dor compartilhada. — Elena, seus pais eram pessoas incríveis. Eles sacrificaram muito para proteger você. Sua morte não foi em vão.
Elena balançou a cabeça, soluçando. — Mas por que? Por que não me contaram antes? Eu tinha o direito de saber!
— Sabemos que você tinha, Elena — respondeu Ezequiel suavemente. — Mas a verdade poderia ter te distraído e enfraquecido em momentos críticos. Precisávamos garantir que você estivesse forte o suficiente para lidar com isso.
Elena olhou para eles, sua expressão uma mistura de raiva e tristeza. — Vocês não tinham o direito de decidir isso por mim. Eu merecia saber, desde o início.
Gabriel abaixou a cabeça, sentindo o peso de sua culpa. — Você está certa, Elena. Fomos egoístas, tentando proteger você de uma verdade dolorosa.
Ela envolveu os braços em torno de si mesma, tentando se reconfortar. — Eu sinto como se o chão tivesse desaparecido sob meus pés. Tudo em que acreditei, tudo pelo que lutei... estava baseado em mentiras.
— Não eram mentiras, Elena — insistiu Ezequiel. — Nós sempre estivemos do seu lado. Sempre quisemos o melhor para você.
Mas as palavras de Ezequiel soavam vazias naquele momento. O peso da revelação era demais para Elena suportar. Ela afundou o rosto nas mãos, seus soluços ecoando pelo quarto.
O seu corpo estava tremendo com os soluços. A dor de perder seus pais a invadiu completamente, e ela se sentiu mais sozinha do que nunca. Gabriel tentou se aproximar, mas ela ergueu a mão, pedindo para que ele parasse.
— Deixe-me... sozinha — disse ela, sua voz quebrada pela dor.
Gabriel e Ezequiel trocaram um olhar preocupado, mas respeitaram o pedido de Elena. Eles saíram do quarto, deixando-a sozinha para processar a dor e a revelação.
Elena olhou ao redor do quarto, sentindo a solidão se aprofundar. As palavras de Elyria ecoavam em sua mente: "Não confie em ninguém, principalmente nos anjos que dizem estar te ajudando." Ela se perguntou o que mais poderia estar escondido, e como poderia continuar confiando em quem a rodeava. O luto e a desconfiança misturaram-se, deixando-a desmoronada e confusa sobre os próximos passos a seguir.
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Atualizado até capítulo 21
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