Capítulo 4: Anel de Aether.

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Na manhã seguinte, Elena acordou com o som suave dos pássaros cantando e o cheiro convidativo de pão fresco no ar. A luz do sol filtrava-se pelas cortinas finas, lançando padrões dourados no chão de madeira. Ela se levantou lentamente, ainda sentindo o peso das revelações da noite anterior. Descendo as escadas, encontrou Gabriel e Ezequiel na cozinha, discutindo animadamente os próximos passos enquanto preparavam o café da manhã.

— Bom dia — disse Elena, sua voz ainda um pouco rouca pelo sono e pela tensão da situação.

— Bom dia, Elena — respondeu Ezequiel, com um sorriso acolhedor. — Espero que tenha descansado bem.

Ela assentiu, pegando uma fatia de pão fresco. — Descansei o melhor que pude, considerando tudo o que está acontecendo.

Gabriel, que estava de costas para ela, virou-se com um semblante sério. — Precisamos começar a nos preparar. O tempo não está a nosso favor.

Elena notou a intensidade no olhar de Gabriel, o que fez seu coração acelerar ligeiramente. — O que precisamos fazer exatamente?

Ezequiel espalhou um mapa detalhado sobre a mesa de madeira, apontando para um ponto específico. — Primeiro, precisamos de um portal que nos leve até a entrada do Reino de Zephyra, o reino do ar. Esse reino flutua entre as nuvens e é protegido por magia antiga.

Gabriel complementou, com um tom firme. — Zephyra é o mais próximo daqui, mas também o mais difícil de acessar sem a preparação adequada. Precisamos de um artefato específico para abrir o portal.

Elena olhou para o mapa, sua curiosidade crescendo. — Que artefato é esse?

Ezequiel sorriu levemente. — É o anel de Aether, guardado em um templo antigo. Esse anel tem o poder de abrir portais para os reinos mágicos.

Gabriel observou Elena atentamente, como se estivesse avaliando sua reação. — O templo não é fácil de encontrar, e menos ainda de entrar. Está cheio de armadilhas e enigmas. Mas Thalion, um mago de confiança, pode nos ajudar a ativar o portal.

— Quem é Thalion? — perguntou Elena, tentando absorver todas as novas informações.

— Thalion é um mago que vive nas montanhas ao norte — explicou Ezequiel. — Ele é um aliado de confiança e hábil em criar portais. Conheço-o há muitos anos.

Gabriel cruzou os braços, seu semblante ficando ainda mais sério. — Precisamos ser rápidos. Cada momento que passamos aqui é um momento em que Lucian pode nos encontrar.

Elena sentiu um arrepio ao pensar em Lucian. — Então, devemos partir imediatamente.

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Depois de se prepararem com provisões e equipamentos necessários, o trio partiu em direção ao templo. O caminho era íngreme, passando por florestas densas e trilhas rochosas. O som dos pássaros e o farfalhar das folhas criavam uma atmosfera de tranquilidade que contrastava com a tensão em seus corações.

Enquanto caminhavam, o cheiro de terra úmida e vegetação fresca preenchia o ar, tornando a jornada um pouco mais suportável. Elena olhou ao redor, tentando se familiarizar com o novo ambiente. O silêncio entre eles era pesado, cada um perdido em seus próprios pensamentos.

— Então, como é o Reino de Zephyra? — perguntou Elena, tentando aliviar a tensão da jornada.

— É um lugar de beleza etérea — respondeu Ezequiel, com um toque de nostalgia na voz. Seus olhos se perderam por um momento, como se estivesse revivendo memórias antigas. — As cidades flutuam entre as nuvens, sustentadas por magia antiga. O ar é puro e leve, mas também pode ser traiçoeiro.

Gabriel, que estava liderando o grupo, virou-se para olhar para ela. Seus olhos, geralmente imperturbáveis, mostravam um vislumbre de preocupação. — O guardião da relíquia do ar é um espírito ancestral conhecido como Zephyros. Ele é justo, mas rigoroso. Não será fácil convencê-lo a nos dar a relíquia.

Elena franziu a testa, preocupada. — Como podemos convencê-lo?

— Com coragem e honestidade — disse Gabriel, sua voz suave, mas firme. — Zephyros valoriza essas qualidades acima de tudo.

Elena olhou para o chão enquanto caminhava, absorvendo as palavras de Gabriel. — Isso parece simples, mas ao mesmo tempo, muito complicado. E se não formos suficientes?

Gabriel parou por um momento e virou-se para ela, seus olhos profundos fixos nos dela. — Você é mais forte do que pensa, Elena. Lembre-se disso.

Ela sentiu um calor subir pelo rosto e desviou o olhar rapidamente. — Obrigada, Gabriel.

Eles continuaram a caminhar em silêncio por mais um tempo, o som de seus passos abafado pela vegetação densa ao redor. O caminho tornou-se mais íngreme e rochoso à medida que se aproximavam do templo.

— Quantas vezes você já esteve em Zephyra? — perguntou Elena a Ezequiel, tentando distraí-lo e a si mesma do cansaço.

— Algumas vezes — respondeu Ezequiel, sorrindo ligeiramente. — Cada visita é única. O reino muda constantemente, como o próprio ar. É ao mesmo tempo fascinante e desafiador.

Gabriel, atento ao terreno à frente, manteve um tom prático. — Estamos perto agora. Fiquem atentos. O templo está bem escondido.

Finalmente, após horas de caminhada, eles avistaram o templo, uma estrutura majestosa escondida entre as rochas e a vegetação densa. As paredes estavam cobertas de musgo e inscrições antigas, que brilhavam levemente sob a luz do sol filtrada.

Elena parou e olhou maravilhada para a estrutura. — Uau, é incrível.

Gabriel assentiu, sem tirar os olhos do templo. — E perigoso. Precisamos ser cautelosos. As armadilhas aqui são muitas e letais.

Ezequiel assentiu, examinando as inscrições nas paredes. — Precisamos resolver os enigmas para entrar. Cada símbolo conta uma história. Vamos decifrar juntos.

Elena, sentindo-se um pouco insegura, aproximou-se de Gabriel. — Você já fez isso antes, certo?

Gabriel olhou para ela, seus olhos suavizando por um momento. — Sim, mas cada templo é diferente. Fique perto e siga minhas instruções. Prometo que faremos isso juntos.

Ela assentiu, sentindo um misto de ansiedade e confiança crescente. — Estou pronta. Vamos lá.

Entrando no templo, Elena sentiu um arrepio percorrer sua espinha. O ar estava pesado com energia mágica, e o silêncio era quase palpável. As paredes eram adornadas com inscrições antigas e glifos que brilhavam suavemente à luz de Gabriel. Gabriel liderava o caminho, sua expressão determinada enquanto usava sua luz para iluminar as passagens escuras.

— Cuidado onde pisa — alertou Ezequiel, observando atentamente cada passo. — Este lugar está cheio de armadilhas antigas. O menor erro pode ser fatal.

Elena olhou para os lados, notando fissuras e rachaduras no chão que sugeriam armadilhas escondidas. O cheiro de mofo e antiguidade enchia o ar, misturado com a eletricidade quase tangível da magia antiga.

— Por que esses lugares sempre têm que ser tão assustadores? — murmurou Elena, tentando aliviar a tensão.

Gabriel lançou um olhar de compreensão por sobre o ombro. — Para proteger o que é precioso. A relíquia que buscamos tem um poder imenso, e não pode cair em mãos erradas.

Eles avançaram com cautela, desviando de armadilhas ocultas e resolvendo enigmas complexos que bloqueavam seu caminho. Ezequiel ajudava a decifrar as inscrições antigas, sua experiência sendo crucial para evitar desastres.

— Este símbolo aqui significa "coração" — disse Ezequiel, apontando para uma inscrição em uma porta bloqueada. — Talvez precise de algum tipo de sacrifício emocional.

Gabriel assentiu. — Elena, você tem algo que possa oferecer emocionalmente? Algo que prove sua dedicação?

Elena pensou por um momento, então tirou o colar que sua mãe havia lhe dado, segurando-o com reverência. — Este colar foi da minha mãe. É a única coisa que me resta dela. Se isso provar minha sinceridade e nos ajudar a continuar...

Ela colocou o colar em uma pequena cavidade ao lado do símbolo. A porta rangeu, então abriu-se lentamente, revelando um caminho escuro à frente.

— Muito bem, Elena — disse Ezequiel, com um sorriso encorajador. — Vamos continuar.

Finalmente, chegaram a uma grande sala circular. No centro, um pedestal de pedra se erguia majestoso, e sobre ele, descansava o anel de Aether. O anel de prata emitia uma luz suave e azul, refletindo nas paredes da sala. Elena sentiu uma mistura de excitação e medo.

Antes que pudesse pegar o anel, uma figura espectral apareceu diante deles, flutuando no ar com uma presença imponente. Sua forma etérea cintilava, e seus olhos brilhavam com uma luz sobrenatural.

— Quem ousa perturbar o templo sagrado? — a voz ecoou pela sala, reverberando nas paredes de pedra.

— Somos amigos e procuramos o anel de Aether para salvar nossos mundos — respondeu Gabriel, sua voz firme e respeitosa.

O espírito espectral os observou por um momento, seus olhos penetrantes fixos em cada um deles. — Se forem dignos, provem-no. Aproxime-se, jovem mulher.

Elena engoliu em seco e deu um passo à frente, sentindo o olhar do espírito fixo nela. — O que devo fazer?

— Coloque sua mão sobre o anel e mostre a pureza de sua intenção — disse o espírito, sua voz suave mas autoritária.

Com uma respiração profunda, Elena estendeu a mão e tocou o anel. Uma onda de energia percorreu seu corpo, fazendo-a tremer ligeiramente. Visões de Elyria e Lucian, do colar e da batalha que se aproximava, passaram por sua mente. Ela viu flashes do passado, momentos de amor e traição entre Elyria e Lucian, e cenas da guerra que estava por vir.

Com toda sua força de vontade, ela focou em seu objetivo: proteger os mundos e descobrir o paradeiro de seus pais. Sentiu uma conexão profunda com Elyria, uma compreensão da responsabilidade que agora recaía sobre seus ombros.

Após alguns momentos que pareceram uma eternidade, a luz ao redor do anel se suavizou, e o espírito espectral sorriu.

— Você é digna, jovem. Pegue o anel de Aether e use-o com sabedoria.

Elena retirou o anel do pedestal, sentindo o peso da responsabilidade em suas mãos. Ela voltou-se para Gabriel e Ezequiel, que a observavam com orgulho e alívio. Gabriel colocou uma mão em seu ombro, seus olhos cheios de admiração.

— Você fez bem, Elena — disse ele, sua voz suave.

Ezequiel sorriu, assentindo. — O primeiro passo foi dado. Agora, devemos nos preparar para o que vem a seguir.

Elena olhou para o anel em sua mão, sentindo uma nova força e determinação. — Vamos encontrar as outras relíquias e acabar com Lucian de uma vez por todas.

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Comments

lisete Lehm

lisete Lehm

linda história

2024-07-19

0

Ivania Ferreira da Silva

Ivania Ferreira da Silva

até agora a estória está dentro do proposto...

2024-07-14

1

Ermyla

Ermyla

espero não decepcionar /Kiss//Kiss/

2024-07-03

1

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