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Na manhã seguinte, eles continuaram sua jornada até o centro do Reino de Zephyra, onde a relíquia estava guardada. O caminho era traiçoeiro, com ventos fortes e trilhas estreitas, e a vegetação parecia sussurrar segredos antigos à medida que passavam.
— Estamos chegando perto — disse Ezequiel, olhando para o mapa com atenção. — Zephyros deve estar em algum lugar por aqui.
Elena olhou ao redor, sentindo a energia do lugar intensificar-se. O ar estava carregado de eletricidade, e ela podia sentir a presença poderosa do guardião se aproximando. Eles chegaram a um grande platô, onde um pedestal de cristal se erguia majestosamente. Sobre ele, uma esfera brilhante flutuava, irradiando uma luz azul suave que pulsava como um coração.
De repente, uma figura etérea surgiu no ar, com olhos brilhantes como estrelas e uma presença imponente que fez o coração de Elena acelerar. O espírito tinha longos cabelos que se moviam como se estivessem ao vento, e suas vestes flutuavam com uma graça sobrenatural.
— Eu sou Zephyros, guardião do Reino de Zephyra. Quem ousa buscar a relíquia? — perguntou ele, a voz ecoando com o vento e reverberando pelo platô.
Gabriel deu um passo à frente, seus olhos fixos no espírito. — Somos nós, e viemos em paz. Elena precisa da relíquia para salvar os nossos mundos.
Zephyros olhou para Elena, estudando-a cuidadosamente com seus olhos brilhantes. — Prove seu valor, jovem. Só então poderá reivindicar a relíquia.
Elena respirou fundo, sentindo o peso da responsabilidade sobre seus ombros. Ela deu um passo à frente, determinada a enfrentar o desafio. — O que preciso fazer para provar meu valor?
Zephyros ergueu uma mão, e o vento ao redor deles aumentou, formando um círculo de correntes de ar poderosas. — O teste será de coragem e sabedoria. Primeiro, deve atravessar o círculo de ventos sem ser levada. Só então poderá responder às perguntas que testarão sua compreensão e intenções.
Elena assentiu, olhando para Gabriel e Ezequiel em busca de apoio. Eles acenaram com a cabeça, incentivando-a. Sentindo uma onda de coragem, ela se preparou para entrar no círculo de ventos.
Os ventos eram fortes e imprevisíveis, chicoteando ao redor dela com uma força quase insuportável. Cada passo era uma luta contra a corrente, e Elena sentia suas forças sendo testadas a cada momento. Lembrando-se das palavras de Gabriel sobre coragem e honestidade, ela manteve seu foco, avançando lentamente.
Finalmente, depois de uma luta árdua, Elena atravessou o círculo e se encontrou frente a frente com Zephyros. O guardião a observava com um olhar que misturava curiosidade e respeito.
— Você provou sua coragem, mas agora vem o verdadeiro teste. — Zephyros disse, sua voz reverberando com uma autoridade antiga. — Responda-me, profetisa: Qual é o verdadeiro propósito da relíquia do ar?
Elena respirou fundo, lembrando-se de tudo que havia aprendido com Gabriel e Ezequiel. — A relíquia do ar representa a pureza e a liberdade. Seu verdadeiro propósito é manter o equilíbrio entre os elementos e garantir que a harmonia prevaleça sobre o caos. É um símbolo de proteção e de ligação entre os mundos.
Zephyros inclinou a cabeça ligeiramente, considerando sua resposta. — E por que você, Elena, é digna de carregar essa relíquia?
— Porque eu estou disposta a sacrificar tudo para proteger ambos os mundos — respondeu Elena, sua voz firme e cheia de convicção. — Não é apenas sobre poder, mas sobre responsabilidade. E eu aceito essa responsabilidade com todo o meu ser.
Zephyros olhou profundamente nos olhos de Elena, como se estivesse sondando sua alma. Depois de um momento que pareceu uma eternidade, ele sorriu levemente.
— Você é digna, Elena. Pegue a relíquia do ar e use-a com sabedoria.
A esfera brilhante flutuou até Elena, fundindo ao seu colar que estava em seu pescoço. Ela sentiu uma onda de energia percorrer seu corpo, conectando-a ao poder do ar. Sentindo-se mais forte e mais determinada do que nunca, ela voltou-se para Gabriel e Ezequiel, que a observavam com orgulho.
— Conseguimos — disse Elena, um sorriso iluminando seu rosto.
Gabriel assentiu, os olhos brilhando com admiração. — Sim, conseguimos.
[...]
Depois de enfrentar Zephyros e conseguir a relíquia, Elena, Gabriel e Ezequiel atravessaram o portal de volta à mansão. A viagem deixou todos exaustos, mas satisfeitos com a vitória. O ar frio da noite os envolveu quando chegaram à familiar entrada da mansão. O som suave das folhas balançando nas árvores e o cheiro de terra úmida os recebiam de volta.
Thalion estava de pé na entrada, sua postura imponente suavizada por um sorriso de alívio e orgulho. Ele caminhou até eles, os olhos brilhando com admiração ao ver que o colar de Elena possuia a primeira relíquia.
— Conseguiram — disse ele, sua voz cheia de satisfação. — Sabia que vocês eram capazes.
Elena sorriu, exausta mas feliz. — Não foi fácil, mas conseguimos. Graças ao apoio de Gabriel e Ezequiel.
Thalion assentiu, colocando uma mão no ombro de Elena. — Vocês todos fizeram um trabalho incrível. Agora, venham, precisamos descansar e nos preparar para o que vem a seguir.
Enquanto Thalion guiava Elena para dentro para descansar, Ezequiel e Gabriel ficaram um pouco mais para trás, observando-a. Gabriel notou o cansaço nos olhos de Elena, mas também a determinação que ela exibia mesmo após uma jornada tão árdua.
— Ela é incrível, não é? — comentou Ezequiel, quebrando o silêncio, sua voz baixa para não atrair a atenção de Elena e Thalion.
Gabriel assentiu lentamente, sem tirar os olhos de Elena. — Sim, ela é. Tem uma força que... surpreende.
Ezequiel sorriu, percebendo a suavidade na voz de Gabriel quando falava de Elena. — Sabe, Gabriel, proteger alguém não significa apenas afastar os perigos físicos. Às vezes, significa estar lá para eles emocionalmente também.
Gabriel desviou o olhar, um toque de desconforto em seus olhos. — Você está falando do quê, Ezequiel? Minha prioridade é mantê-la segura. Nada mais.
Ezequiel colocou uma mão no ombro de Gabriel, sua expressão séria mas com um toque de brincadeira. — Gabriel, não precisa ser um anjo caído para se apaixonar. Você esteve com Elena, protegendo-a toda a vida dela. É normal desenvolver sentimentos.
Gabriel suspirou, sua expressão tensa. — Ezequiel, você sabe o que aconteceu com Lucian e Elyria. Sentimentos... são complicados. Eles podem nos distrair, nos fazer cometer erros.
Ezequiel assentiu, entendendo a resistência de Gabriel. — Sim, eu sei. Mas também sei que o que aconteceu com Lucian e Elyria não define o que vai acontecer com você e Elena. Cada história é única. Não deixe o medo ditar suas ações.
Gabriel olhou para Ezequiel, a luta interna evidente em seus olhos. — Eu não posso permitir que meus sentimentos interfiram. Se eu falhar, se eu me distrair, Elena pode pagar o preço. Não posso arriscar.
Ezequiel sorriu suavemente, apertando o ombro de Gabriel antes de soltá-lo. — Ninguém está pedindo para você arriscar a segurança dela, Gabriel. Mas talvez, só talvez, permitir-se sentir possa ser a chave para protegê-la melhor. Pense nisso.
Gabriel permaneceu em silêncio, absorvendo as palavras de Ezequiel enquanto observava Elena entrar na mansão. No fundo, ele sabia que Ezequiel estava certo, mas admitir isso, tanto para si mesmo quanto para Elena, seria um desafio completamente novo.
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Atualizado até capítulo 21
Comments
Katia Rossafa
estou adorando a estória, parabéns.
2024-07-13
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