Oficialização do matrimônio

A rainha rapidamente levantou-se de seu lugar e foi até o lado de William, sua intenção era analisar rapidamente seu físico de forma discreta, pois após aquela batalha talvez ele não teria mais forças para se manter consciente.

— De fato, está certo, mas não tanto. Humanos podem vencer um Elfo, Nonrad que isso fique claro a partir de hoje. Além disso, é como revelou William Oceanus, se não sabe, o rei não é humano como nós, ou melhor todo o povo Aquariano em sua maioria não são humanos. O rei descende das sereias por tanto uma outra raça. Todavia, não é isso que estamos tratando aqui, vocês foram derrotados, de uma só vez, além disso Elfiade Chrono da província principal Cidade Branca foi derrotado por você, Nonrad e Otávio Lotus preferiu se abster do duelo. Por tanto, todos os candidatos indicados foram derrotados, William Oceanus é o vencedor da disputa. Princesa Nêmesis alguma objeção? — Ela olhou para menina que levava a mão no rosto de dor que sentia.

— Não senhora. Reconheço a vitória de William Oceanus em meu desafio. E o reconheço como homem capaz de ser meu marido e futuro imperador. — Ela começava a baixar a voz e William apesar de tudo o que sentia, estava mais preocupado com ela.

Jade buscava manter a pose enquanto todos assistiam em silêncio.

— Muito bem então, todos os que podem caminhar voltem aos seus lugares, acredito que não tenha um não é? — Relatava a mulher vendo eles mal se colocando de pé — Guardiãs! Ajudem os príncipes das Províncias! Levem-nos aos magos e bruxas para que os trate — ela dava ordem as mulheres que chegavam rapidamente para ajudar os garotos derrotados — William o rei de Aquaria derrotou os demais, no entanto ainda há o último desafio — ela dizia isso, mas estava com medo do menino desmaiar a qualquer instante.

William olhou pra ela imaginando que tipo de tortura seria aquela, afinal na noite anterior o plano era tão simples, que nenhum deles nem imaginava todo aquele alvoroço.

— Por favor alteza, com todo respeito seja breve com isso — dizia ele bem esgotado.

— Culpe ela por isso — a mulher sussurrou pra ele.

Ele pareceu chateado.

— O que preciso fazer?

Jade mirou seus olhos em sua filha e viu nela a clara indisposição que sentia. A única opção que tinha era tomar a frente do que ela planejava.

— Bom, como seu último desafio você terá que oferecer algo que só você possua, algo de mais precioso que você tem e considera, um sacrifício. Se ela se agradar do que você dará a ela, estará consumada a cerimônia — ela mirou os olhos nele.

William olhou para a mulher imaginando o que se passava na cabeça dela, que loucuras ela imaginava naquele plano sem fundamento.

— Entendi, vou me aproximar da princesa herdeira, posso? — Questionou ele.

— Claro que sim, vá — Disse Jade.

William se aproximou da garota da forma que podia, a cada passo que dava ficava mais claro para ele, que tudo o que ela sentia, era relacionado ao seu próprio mal-estar, era como se suas almas estivessem conectadas de alguma forma.

Ele se aproximou dela o suficiente, se agachou e tocou seu rosto, no rosto dela.

— Logo eu, tantos para você escolher e você escolhe a mim não é? — disse ele rindo dela que também queria rir, mas o incômodo era maior — sabe posso absorver para o meu corpo todas suas dores já que elas também fazem parte de mim, acho que não tem presente melhor que esse não acha?

— Não! Não faça isso! Não tire isso de mim. Eu preciso disso, preciso pelo menos carregar um pouco do seu fardo, quero saber o que sente não importa o tamanho da dor. Você só precisa estar comigo, já basta — disse ela.

— Você é masoquista mesmo — ria ele — já lhe avisei uma vez sobre isso, mas enfim não importa. O que quer de mim?

Ela mirou seus olhos vermelhos nele e tocou-lhe o rosto.

— Quero ver quem é você de verdade, me mostre quem você foi no passado em toda sua vida anterior e atual, esse é o único tesouro que preciso saber — respondeu ela.

Ele mirou os olhos roxos de forma fixa e séria nela, de fato aquele era um ponto fraco para ele.

— Tem certeza disso? Não sou, quem pensa que sou, sou ruim — disse ele.

— Não importa, também sou ruim

Olhou mais fundo nela e pensou que ela era tão louca quanto ele.

— Tudo bem, mas não me despreze depois de ver tudo — disse ele.

Carinhosamente ele aproximou seu rosto ao rosto dela, e todos sentiram um certo desconforto, afinal era um pouco constrangedor aquela troca de carinho. Todavia, o que fazia William era basicamente inserir na mente da menina suas lembranças de sua vida anterior e de sua vida atual desde o nascimento até aquele momento, claro a quantidade de informações eram grandes e muitas se perderiam no processo, no entanto Nemesis ficaria apenas com os momentos consideráveis e os momentos mais fortes da vida de seu amado, outra coisa que também William fazia para o bem da menina era que as lembrança surgiriam de forma vagarosa na mente dela, afinal aquilo era quase que uma troca de "personalidade", já que a partir de agora ela entenderia melhor os sentimentos do rapaz por ela e por todos os demais ao seu redor.

— Sabe, isso não é nem um grande segredo pra mim, afinal uma hora ou outra eu acabaria te contando sobre isso — comentou ele finalizando o processo.

— Eu sei — ela respondeu.

William então se afastou da menina que se ajeitava novamente em seu lugar e olhou para a imperatriz.

— Então, o que tem para oferecer a ela? — Questionou a imperatriz, apesar de saber o que era já.

Jade insistiu na pergunta mesmo sabendo o que William havia feito, mas porque muitos ali não conheciam habilidades que acessavam o intelecto de outros indivíduo ela precisa perguntar para tirar as dúvidas que surgiriam.

— Ele já me deu, não se preocupem. Não preciso de mais nada — Ela levantou-se fazendo esforço — Meu pai, Imperador Branco Chrono soberano de Vale Elíseos, se permite — ela se ajoelhou diante de seu pai — já escolhi meu futuro marido, agora peço humildemente que entregue-me a ele em casamento, para que eu seja sua esposa e ele meu marido — ela nem respirava direito de tão ansiosa que estava ao fazer aquele pedido.

Jade então mirou seus olhos no homem que se passasse a ele o direito de manifesto. Então ele levantou do trono e mirou seus olhos em todos que estavam ansiosos pela decisão do império.

— Regentes, todos vocês estão de acordo com essa decisão? Anciões de Aquaria estão de acordo com essa decisão? — Ele questionou aos principais.

Todos fizeram um gesto sinalizando sua satisfação tornando pública suas decisões, então ele olhou para o garoto que estava ao seu lado.

— Seus olhos me lembram seu pai — ele assustou ao menino — Sim, éramos aventureiros juntos, vivemos várias aventuras juntos, passamos por diversos problemas juntos, em nossa juventude. Não posso negar que tive momentos de grande felicidade ao lado deles, mas passamos por coisas que até hoje não tenho forças para superar — ele colocou a mão no ombro do menino — sua vida está apenas começando e ainda há muitas coisas para você fazer.

Nemesis começava a ficar apreensiva com as palavras de seu pai.

— Fiquei de pé Nemesis, ao lado de seu noivo. Sabe — ele caminhou até sua esposa onde ficou ao seu lado — você aceita minha filha como sua esposa? — ele levantou a mão impedindo que ele respondesse logo — Mas antes de me responder, pense bem. Você é um rei reconhecido, por algo que nenhum de nós temos poder para lidar e o fato é que nem queremos discutir esse assunto, minha filha é a próxima sucessora do trono Imperial. Tem certeza que consegue lidar com dois povos? Olhe todo este povo no salão — ele mirou o dedo em todo o salão — Veja! Humanos, Elfos, Dragonoides, Fadas, Driades, Bruxas. Todos pertencem ao Império e são devotos a ele, se eu os colocar nas suas mãos deliberadamente, será capaz de mantê-los unidos?

William então em silêncio para poupar suas forças mirou seus olhos em todos, desde o mais jovem até o mais velho, em todos os que olhavam para ele com os mais diferentes olhares e refletiu sobre isso, afinal aquele mundo era real e não um simples jogo. Em circunstância de seu mundo anterior aquele amor entre os dois era claramente proibido no qual a qualquer custo seria destruído, afinal duas nações na mão de apenas uma pessoa era uma situação ridícula de se imaginar, porém aquela era a sua realidade e ele deveria medir bem o que responderia, todavia, ele precisava falar abertamente sua opinião e para isso usou novamente suas habilidades que lhe permitia falar.

— Senhor se eu disser que estou pronto para algo assim estou a mentir ridiculamente — a sua voz estava mais rouca que o normal indicando níveis altos de cansaço — mas posso dizer-lhe algo, eu e todo o povo sobrevivente, temos uma dívida eterna com o império. Sendo assim, posso assumir enquanto eu tiver vida, enquanto eu tiver gerações, até o fim deste mundo, Aquaria sempre estará ao lado do Império protegendo ambos os povos como um só, diante de todos faço esse juramento.

Ele respirou fundo.

— Muito bem! — ele não parecia muito satisfeito com a resposta, mas considerou a imaturidade do garoto — Alta nobreza do império, os 6 líderes de província e o alto escalão de Aquaria os 3 anciões de Aquaria venham novamente até aqui. Ex-general Roseta Harley venha até aqui também — disse ele fazendo todos saírem de seus lugares.

Todos saíram de seus lugares confortáveis e se dirigiram até o Imperador Branco.

— Mais uma vez. Todos aqui concordam com o resultado? Khara sei que você foi a única que não conseguiu um candidato no duelo, todavia, Roseta Harley faz parte de seu povo em Jardim Secreto a cidade das bruxas, sendo assim o rei William é seu representante uma vez que por vontade própria Roseta Harley assumiu a responsabilidade de cuidar do menino, está de acordo com isso? — Questionou novamente o rei.

— Como sabe meu senhor, o orgulho de Jardim Secreto é grande, porém sou lógica. E como tal aceito a decisão de minha aprendiz e do Império. Estou de acordo com essa união, imagino que futuramente todos precisaremos estar de mãos dadas — respondeu a mulher friamente.

— Sim meu senhor, concordo plenamente com Khara, o orgulho do reino Elfico Tyrand é grande também. Acredito que todos aqui queriam seus candidatos como próximo imperador, se fosse contrário ninguém enviaria seus candidatos no dia de hoje. Mas olho apenas para o futuro do Império e como tal ele estará em boas mãos — Respondeu Solus.

— Senhor aceitamos em nossa cidade todos os habitantes refugiados, foram centenas de milhares de pessoas, que até os dias de hoje sempre se dispuseram a ajudar, devo dizer em minha honestidade que tivemos pequeníssimo problemas que rapidamente foram resolvidos. Por fim, posso concluir, Aquarianos são um povo de nossa confiança. Nós da Floresta Etérea, reino dríade, concordamos com o noivado e permanência de nossa aliança — respondeu Ava.

— Senhor, até hoje tudo o que confeccionamos com qualidade é em razão ao compartilhamento mútuo entre as duas nações, nossas armas, vestimentas, tudo isso temos porque informações entre nós foram trocadas. Eu os respeito muito, creio que o garoto será um ótimo rei e imperador, como tal é o senhor, com todo respeito. Por tanto Ruínas Draconianas estão de acordo – respondeu o Duque Gymet senhor da terra dos homens-lagartos responsáveis por todo o sistema de fabricação do Império.

Apesar da raça se chamar homens-lagartos, nem todos ali possuíam de forma literal as características de um lagarto, assim muitos só possuíam algumas características, chifres e olhos de répteis, no mais seus corpos eram semelhantes aos humanos. Isso ocorria porque eles eram resultado de um cruzamento entre elfos superiores e dragões ou entre humanos e dragões, por essa razão também eram chamados de Dragonoides, outros em seu geral tinham apenas uma forma humanóide, mas claramente um lagarto ou dragão que podia ficar de pé. O Duque Gymet conhecido por ser alguém de grande coração e poderoso no campo de batalha tinha uma aparência mais humana, pele humana, cabelos pretos longos trançados e mechas que corriam sobre os ombros um par de asas e uma calda finíssima cuja a ponta continha algo semelhante a um bracelete dourado adornado com jóias, além disso era visível os chifres na testas, coisas estas que deixava claro que ele era do clã dos dragões.

— Senhor sabe meu posicionamento, Montanhas Arcádia sempre estarão a disposição, então eu Lucios estou de acordo com o resultado e esta decisão — disse o homem que tinha uma aura meio negra e assustadora segundo William que imaginava mil e uma possibilidades de quão maligno era aquele homem, claro coisas de sua cabeça apenas, já que o homem parecia um carrasco.

A última pessoa caminhou até William que se assustou muito ao sentir seu cheiro doce e suave, fazendo ele se recordar de algo que havia vivido só não se lembrava onde e quando. Todos os ministros ali se surpreenderam com aquela que era de certa forma, uma afronta à princesa que parecia esquecer a dor.

— Você cheira bem garoto, o que é isso? Fragrância da Flor Celeste? — ela parecia ameaçadora — Hum.. deve ser. Se eu soubesse desde o início que você era o verdadeiro prêmio teria lhe apresentado minha filha antes e teria lhe aceitado em minhas terras.

A menina olhava de longe um pouco envergonhada com as palavras de sua mãe que despertava o interesse de todos os homens.

— Freia Boreal, administradora de Campos Boreal, não faça isso. Você não tem esse direito. Quer iniciar conflitos entre as províncias? — Questionou Ava, irritada com a postura dela.

— De fato é isso que fará. Contudo isso não é o mais importante, falando assim você se coloca em uma postura desconfiável. Afaste-se do menino! — Disse Solus à mulher.

A mulher mirava seus olhos nos demais ministros que lhes dava sua opinião.

— Não se preocupem, é apenas minha opinião. Mas você Solus, que não controla seus elfos, não é ninguém para me acusar. Mas enfim todos aqui trabalham pelo bem do outro, se alguém quebrar esse ciclo todos sofrerão ao mesmo tempo. Mas fato é fato, e isso não posso mudar, esse garoto devia ter ficado em minhas terras. — Insistiu.

— Bom, poderia, mas é aí onde você também se engana, sua postura é quase uma provocação, ou uma afronta a todas as províncias inclusive a capital — disse Lucios mirando bem seus olhos cinzentos nela.

— Sim, sim, me desculpem. Já entendi — ela se afastou do menino, olhando ele fixamente como se visse o seu interior — esse poder que o povo de Aquaria tem[…] — ela sussurrou até perceber que os olhos de todos estavam bem fixos nela — como ministra de Campos Boreal estou de acordo com a vontade da princesa e do Império.

A mulher então se afastou e o imperador se aproximou mais deles.

— Estamos fazendo isso porque tudo faz parte da cultura desta nação, todavia já sabemos que ele foi o escolhido por um dos 7 grande espíritos celestes, a marca na testa prova isso. Minha filha também teve essa oportunidade e assim foi escolhida. Desde de o início a decisão já estava tomada, mas respeitamos nosso protocolo para que depois nenhum de vocês ou de seu próprio povo criassem acusações falsas contra a família imperial. Podemos dizer aqui e agora que quem foi o mais lesado aqui foi o Rei William Oceanus e até agora nesse momento ninguém aqui se desculpou. Além disso Freia em seu absurdo desejo de poder ainda tentou coagi-lo, o que preciso fazer para que comecem a raciocinar melhor? — O homem olhou para William — Não posso me curvar diante de você, se não faltaria com respeito ao povo e aos soldados, mas em nome destes e em meu nome acima deles peço o seu perdão. Assim como peço, aceite a mão da minha filha.

Os 6 ficaram envergonhados com o ponto de vista de seu imperador, Jade por sua vez ficou orgulhosa de ver o marido daquela forma enquanto todos em silêncio absoluto esperavam o anúncio final para continuar com a segunda parte daquela celebração que iria até o 6º ciclo de Selena(equivalente a 23h).

— Sim, imperador Branco aceito-a — ele tossiu nesse momento em que sua fala labial quase sumia de repente — perdão, vossa excelência. Eu, William Oceanus, Rei herdeiro do Trono de Aquaria, aceito a mão de sua filha e o povo do qual ela protege! — Disse ele alto e claro.

Jade então se aproximou do marido e quase como telepaticamente o alertava de que aquilo tudo já estava levando tempo demais.

— Muito bem! Todos fiquem de pé! — ordenou o imperador — Nemesis se aproxime de seu futuro esposo!

A menina foi até o William que se colocou diante de todos da nobreza que estavam ali.

— Aqui diante de vocês, anciões de Aquaria, regentes e todo o povo aqui presente vos anuncio! Estes dois William Oceanus e Nemesis Chrono serão unidos como marido e mulher, para bem do império e de todos os povos. Como imperador supremo desejo toda a felicidade do mundo aos dois, como pai e sogro, eu Branco Chrono te entrego o meu bem mais precioso, o meu tesouro. Cuide bem dela em memória de seus pais também, que nos ajudaram no momento que mais precisamos — disse o homem — vamos, saúdam os noivos!

Nemesis começou a chorar como há muito tempo não chorava, todavia cada gota derramada não esboçava tristeza, mas sim felicidade, o que havia conquistado, ali era o seu tudo, tudo o que precisava para seguir em frente.

William por sua vez pegou a mão de sua amada com todo respeito e a confortou, aquele momento era único pra ele.

— Agora que tudo está resolvido, por favor, vamos ao banquete! — Disse o Imperador animado — A princesa Nemesis e o rei William estão cansados, eles vão descansar. Mas não se preocupem, o dia é de festa e quero que aproveitem até o fim do dia eles retornarem!

— Aí, aí enfim acabou estava morta de fome — disse uma filha de marquês.

— Acho que depois de hoje vou escrever um livro — disse outra ao seu lado.

— Meninas, meninas, deixa eu me apresentar sou Gustave Von…

— Muito bem depois vemos isso, precisamos comer primeiro — disse a filha do marquês se afastando do menino.

— E eu preciso escrever uma história sobre esses dois — disse a outra ao lado seguindo sua amiga.

O Imperador voltou ao seu lugar ao lado de sua esposa, pois sua posição no império não permitia sair de uma celebração antes que acabasse. William e Nemesis por outro lado saíram da visão de todos, de forma que poucos perceberam, porém, contra sua vontade, Nemesis era acompanhada por suas primas e amigas de escola enquanto William era acompanhado por Leona, Roseta e a anciã de Aquaria Serena Oceanus. O general Leônidas havia ficado entre os generais para proteger o Imperador e sua esposa.

— Senhor! Senhor! — Gritava o menino ofegante dentro de um largo e comprido corredor que do lado direito continha as paredes cujo o outro lado era o salão das celebrações e do lado esquerdo as grandes colunas que permitia ampla visão de fora de castelo, jardim e tudo mais.

William caminhava logo a frente com esforço próprio completamente exausto até escutar o menino e parar fazendo as mulheres que o seguia parar também.

— O que quer menino? — Questionava Roseta ao menino.

— Grande maga Roseta Harley me perdoe, só vim buscar minha espada — disse Otávio um pouco nervoso ao ver a reação dela.

William deu passos vagarosos a frente.

— Está tudo bem — disse com sua telepatia extremamente fraca quase inescutável.

— William… — sussurrou Serena.

William pegou a rapieira que estava presa em sua cintura e deu uma última olhada, depois de analisá-la deu ela ao menino que o encarou um pouco preocupado já que o próprio olhar e semblante de William estava distante e claramente exausto.

— Essa é uma ótima espada Otávio Lotus cuide bem dela, ela será muito útil a você no futuro — disse ele entregando o objeto nas mãos do menino.

— Perdão a pergunta, mas o senhor está bem? — Questionou o menino vendo os olhos de William baixar.

— Não se preocupe comigo, muito obrigado pela ajuda que me deu emprestando sua força — ele se referia a espada — agora vá — disse ele se afastando do rapaz.

O menino nada entendia até porque força não existia naquele corpo asmático, porém o que ele não entendia era que William se referia a sua força de vontade, seu desejo de viver, de se tornar alguém importante para o Imperador e para sua família, pois quem em sã consciência, com um corpo doente, carregaria consigo uma espada como aquela?

O menino então virou as costas e saiu. William o acompanhou com os olhos até ele entrar novamente no salão cerimonial. Para William foi um alívio, afinal estava no limite e não queria que ele ficasse o encarando o tempo inteiro.

— Vamos — disse William tentando manter aberto seus olhos.

William novamente passou a frente e elas o seguia, imaginando o quão forte ele era, para se esforçar daquela maneira.

— Você lembra sua mãe, William — sussurrava Serena enquanto as duas apenas escutavam.

William dava passos quando simplesmente parou e caiu sobre os joelhos algo que já era esperado, naquele momento ele começou a tossir fortemente, pois seus pulmões sufocavam com a dor. Como resultado de uso demasiado de poder etéreo ele começou a vomitar sangue assombrosamente, para o susto das três que apertaram o passo para ajudá-lo ao vê-lo se manchar todo.

— Dessa vez não deu tempo — essa foi sua última frase que saiu de sua mente antes de desmaiar no colo de Leona.

— Não se preocupe, você ficará bem — dizia Leona assustada ao ver suas próprias mãos trêmulas ensanguentadas.

— Vocês ficarão parados aí até que horas? Vamos ajudem! — Disse Roseta aos soldados mais adiante que faziam guarda.

— Sim senhora! — responderam juntos.

— Por favor deixem o corpo dele reto, ele precisa de um tratamento agora — disse Serena.

William havia desmaiado em razão da exaustão que seu corpo sentia e com o excesso de sangue que vomitou. Todavia Serena estava ao seu lado e como ninguém, a mulher conhecia toda a anatomia do corpo sereiano ou seja ela precisava ser rápida em suas decisões. Então, tomando todas as medidas, a mulher colocou diversos sistemas de habilidade Arcana baseado no elemento da água sobre o menino. O sistema que a sereia produzia estava posicionado estrategicamente sobre os pontos de fonte de Etérea, cabeça, que representava a razão, o coração, que representava o sentimento e uma região que compreendia sobre a barriga, que para sua cultura representava o centro ou equilíbrio, aqueles sistemas a cada instante gerava minúscula gotículas de água com fortes propriedades curativa, o processo em si era lento, mas necessário e efetivo, pois as feridas causadas em seu corpo estavam claras que eram internas e um tratamento rápido, porém mal feito, poderia deixar escapar alguma coisa ou outra. Como sereiana, ela não podia deixar um dos seus padecer.

— Vamos! Ajudem o Rei de Aquaria. Conduza-o até o quarto dele. Senhora anciã, se me permite preciso avisar a imperatriz do ocorrido. Se importaria de acompanhar a jovem Leona até o quarto dele? Não se preocupe, ela é confiável — Disse Roseta.

— Não se preocupe com isso, é exatamente isso que farei. Vou tratá-lo com minhas habilidades — respondeu a sereia.

— Muito bem, Leona sabe o que fazer, deixo-o em suas mãos — disse a maga imperial se retirando.

— Sim senhora, não vou decepcionar — respondeu ela.

Elas se separaram logo após isso, Roseta teve a missão de avisar a Imperatriz Jade, uma vez que a mulher em pessoa era a única do império que conhecia os reais segredos do tratamento do rei de Aquaria e que poderia ajudar Serena no condução da cirurgia que viria a ser feito.

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