CAPÍTULO 4

Na manhã seguinte àquele encontro noturno, fui despertada com a notícia de que o rei teria visitantes. Enquanto os preparativos eram feitos por toda parte do castelo, uma tensão palpável pairava no ar, prenunciando a importância daquele encontro.

Desde aquela noite, eu não havia visto Sir Tristan. Seu rosto e suas palavras ainda ecoavam em minha mente, uma lembrança reconfortante em meio ao turbilhão de emoções que me assolava.

Os criados trabalhavam incansavelmente para arrumar cada centímetro do castelo, enquanto minha mãe ordenava que fossem feitos vestidos novos para suas filhas. Aquela visita não era apenas uma cortesia, mas sim uma oportunidade para estreitar as alianças com um reino vizinho, e todos nós éramos conscientes do peso que isso carregava.

— Vocês todas precisam estar impecáveis para receber os convidados. Não se esqueçam da importância deste encontro — instruiu minha mãe, olhando para mim e minhas irmãs com seriedade.

Sophie, Emily, Elise, Catherine ou eu mesma, Aveline. Uma de nós estava destinada a ser oferecida como uma peça no jogo político que se desenrolaria naquele dia, uma perspectiva que enchia meu coração de apreensão e incerteza. Enquanto me preparava para enfrentar o dia que se avizinhava, uma pergunta ecoava em minha mente: quem seria a escolhida?

Nós estávamos reunidas no salão, discutindo ansiosamente sobre o príncipe que viria nos visitar.

— Vocês ouviram dizer de onde ele é? — perguntou Sophie, seus olhos brilhando com curiosidade.

— Dizem que ele é o príncipe de Stormhaven, um reino do norte — respondeu Emily, consultando os rumores que havia ouvido nos corredores do castelo.

— Stormhaven! Deve ser um lugar incrível, com toda aquela neve abundante — comentou Elise, imaginando as paisagens cobertas de branco que caracterizavam o reino do norte.

Catherine suspirou, pensativa. — Deve ser uma mudança e tanto vindo a Novaria, com seu clima ameno e florestas verdejantes.

Eu assenti, ponderando sobre o que a visita do príncipe de Stormhaven significaria para o futuro de nossa família e do reino.

— De qualquer forma, acho mais provável que Sophie seja a escolhida, afinal, ela é a mais velha — murmurei, ponderando sobre o inevitável destino que aguardava uma de nós.

Sophia lançou-me um olhar resignado, concordando silenciosamente com minha observação.

— Talvez, mas nunca se sabe. O rei pode ter outros critérios em mente — respondeu ela, tentando manter um semblante otimista diante das incertezas do futuro.

— Bom, espero que ele não seja feio. Ninguém merece um príncipe feio — disse Emily, a caçula, provocando risadas entre nós.

— Concordo! Seria um verdadeiro desastre — acrescentou Elise, rindo e jogando um olhar travesso na direção de Catherine.

— Ei, eu não vou querer me casar se ele for feio! Deixo para você, Sophie — protestou Catherine, provocando mais risadas entre nós enquanto nos divertíamos com a ideia de nos livrar da responsabilidade de casar com um príncipe pouco atraente.

Nossa diversão foi interrompida abruptamente pela chegada de nossa mãe, cuja expressão furiosa deixava claro que não estava contente com nossa ociosidade.

— O que estão fazendo aqui paradas? Devem se preparar para receber os convidados! — ordenou ela, seus olhos verdes faiscando de autoridade enquanto a luz do sol refletia em sua coroa.

Com um suspiro resignado, nós nos levantamos para cumprir nossos deveres, sabendo que a visita do príncipe era uma questão séria que exigia nossa total atenção e comprometimento.

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