PRÓLOGO.

Quando eu era pequena, uma noite mudou minha vida para sempre.

O silêncio do descanso foi dilacerado pelos gritos de guerra e pelo eco sinistro das espadas colidindo, enquanto eu me via encurralada pela adaga gélida de um traidor sem escrúpulos.

Ele mantinha aquele instrumento de morte pressionado contra minha pele, os olhos faiscando com um ódio selvagem, enquanto suas palavras cruéis ecoavam em minha mente como punhais afiados.

— Você é a chave para tudo, princesinha — ele rosnou, seus lábios curvados em um sorriso sádico. — Com você em nosso poder, nada poderá nos deter.

A adaga pressionada contra minha pele parecia cortar até minha alma, enquanto eu tremia de medo. Aos cinco anos de idade, eu mal compreendia o que estava acontecendo, mas o terror que me consumia era palpável. Cada palavra do traidor era como um golpe sujo, fazendo-me sentir pequena e impotente diante da ameaça iminente.

Então, como um espectro emergindo das sombras, um homem se aproximou, não tão velho como eu tinha imaginado, talvez com seus vinte anos. Sua espada reluzia à luz das chamas ao nosso redor, lançando um brilho esperançoso em meio à escuridão.

— Solte-a, traidor — ele ordenou com voz firme, sua postura imponente desafiando o caos que reinava naquele momento.

O traidor não recuou, sua confiança alimentada pelo poder que ele acreditava possuir sobre mim. — E se eu me recusar, seu tolo? — ele provocou, seus olhos faiscando com desafio.

— Não ouse fazê-la mal! — interveio meu salvador, sua voz ressoando com autoridade e coragem.

O homem rosnou de desdém, seus olhos faiscando com desafio. — Tarde demais, miniatura de cavaleiro. Ela já está em minhas mãos. Um passo em falso, e eu corto o pescoço dela! — sua voz era um sussurro ameaçador, carregado com a promessa de violência iminente.

Eu sentia o peso do destino pairando sobre mim quando, em um ato desesperado, coloquei minha mão sobre a dele, onde a adaga repousava como uma serpente venenosa prestes a dar o bote. E então, aconteceu.

Uma onda de calor avassaladora irrompeu de dentro de mim, uma energia primordial fluindo através de minhas veias e irradiando para fora de minha mão em um fogo fátuo. O traidor gritou em agonia, suas feições distorcidas pela dor enquanto sua pele era carbonizada.

Ele se lançou para longe de mim por instinto, o cheiro de carne queimada preenchendo o ar. Pude ver a queimadura em sua mão, uma marca ardente que testemunhava o poder que eu mal compreendia, enquanto ele agonizava de dor no chão

Atordoada pela magnitude do que acabara de acontecer, mal tive tempo para recuperar o fôlego antes que meu salvador aproveitasse a brecha.

Com um movimento rápido e preciso, ele empunhou sua espada e desferiu um golpe certeiro contra o traidor caído. O homem soltou um último suspiro de dor, sua vida escapando de seu corpo enquanto a lâmina cortava seu destino final.

Então, mesmo à beira da morte, o bandido proferiu suas últimas palavras com um tom de ameaça desafiadora.

— Este é apenas o começo. Todo o reino sucumbirá, uma hora ou outra. Novaria irá para as mãos da pessoa certa.

Meu salvador veio até mim, ele se abaixou ao meu lado, seus olhos preocupados buscando os meus. — Está tudo bem, Aveline? — ele perguntou, sua voz suave contrastando com a ferocidade da batalha.

Eu assenti, sentindo o medo ainda pulsando em minhas veias. Mas além do medo, eu me lembrei de algo mais.

— Sim — eu respondi timidamente, olhando para ele. Seu olhar fazia meu rosto enrubescer.

E em meio à escuridão e à destruição que nos cercavam, eu vi algo diferente. Vi a sua beleza, um raio de luz em meio à escuridão. Mesmo nova, soube que minha vida jamais seria a mesma.

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