CAPÍTULO 2

Quando finalmente voltei para junto das minhas irmãs, percebi que havia me distanciado mais do que gostaria. Elas estavam um pouco distantes, mas assim que me avistaram, correram em minha direção, seus rostos transparecendo preocupação.

Minha respiração oscilava, o medo misturado com a multidão de sensações que o encontro com o cavaleiro havia despertado em mim. O coração ainda batia descompassado dentro do peito, como se tivesse sido acordado de um sono profundo pela presença dele, principalmente naquele jeito.

— Ah, Aveline, onde você estava? Estávamos preocupadas! — exclamou Sophie, a mais velha das minhas irmãs, com um tom de alívio misturado com repreensão em sua voz.

— Desculpe, eu me perdi um pouco na floresta — respondi, sentindo o peso da preocupação delas sobre meus ombros.

— Aveline, sua barra está suja! — observou Emily, a irmã do meio, com um sorriso travesso brincando em seus lábios enquanto apontava para meu vestido.

Suspirando, sorri para elas, gratidão enchendo meu coração por tê-las ao meu lado.

— Eu sei, parece que eu fiz uma bagunça — admiti, enquanto uma delas colocava gentilmente uma mecha solta do meu cabelo castanho-escuro atrás da orelha.

— Você está bem? Não se machucou, certo? Eu já ia chamar os guardas se não aparecesse — afirmou Sophie, segurando meu rosto entre suas mãos com ternura.

Assenti, sentindo-me aquecida pelo amor e cuidado das minhas irmãs.

— Estou bem, só me perdi por um momento. Mas agora estou aqui com vocês, e estou bem — respondi, me sentindo protegida e amada ao lado daquelas que compartilhavam comigo os laços mais profundos de família, todos nós unidos pelos olhos verdes que herdamos de nossa mãe.

Enquanto as irmãs me envolviam em um abraço reconfortante, meu olhar vagou mais uma vez na direção da floresta, onde o cavaleiro se banhava.

Um leve rubor tingiu minhas bochechas ao lembrar do vislumbre que tivera de sua figura nua entre as árvores, minhas bochechas queimando apenas de pensar nas características íntimas que havia testemunhado.

A inocência que antes me envolvia se dissolvia nesses pensamentos, e eu me sentia uma pervertida por permitir que tais imagens invadissem meus pensamentos. Era uma lembrança fugaz, mas que deixava uma marca indelével em minha mente, uma recordação que eu sabia que não conseguiria apagar tão facilmente.

Como um homem poderia ser daquela forma? Como seu corpo poderia ser tão definido e seus membros tão...? Ah, céus. O que eu estava pensando? Que tipo de pessoa tinha me tornado?

Eu nunca vi um homem nu, daquela forma. E agora, parecia que tinha visto uma lenda urbana ganhar vida diante dos meus olhos. Senti meu rosto arder de vergonha, como se estivesse cometendo um pecado apenas por ter tido aqueles pensamentos. Era uma mistura estranha de fascínio e culpa que me consumia, deixando-me perplexa diante da minha própria reação.

— Você está bem mesmo, Aveline? Seu rosto está vermelho! — Sophie me acordou dos meus pensamentos, e eu rapidamente balancei a cabeça, forçando um sorriso em resposta.

— Estou bem sim, não se preocupe. Só senti muita fadiga, fiquei com medo de me perder.

Seguimos em direção ao castelo, nossos passos acompanhados pelos guardas e soldados que insistiram em nos escoltar, apesar da segurança da região. O sol começava a se pôr no horizonte, lançando uma luz dourada sobre os muros antigos da fortaleza enquanto caminhávamos.

Ao chegarmos lá, adentramos os corredores silenciosos do castelo, mas logo fomos interrompidas por um borburinho crescente. As criadas corriam de um lado para o outro, os guardas discutiam em voz baixa, e uma tensão palpável pairava no ar.

Então, eu ouvi o eco distante de um grito vindo dos aposentos de Lady Isolde, a esposa de Sir Tristan. Um calafrio percorreu minha espinha enquanto compreendia o significado daquele som repentino.

Era o grito de dor de uma mulher em trabalho de parto, ecoando pelos corredores do castelo como um aviso sombrio do destino iminente. A urgência da situação se espalhava como uma sombra pelo castelo, preenchendo os corações de todos com uma ansiedade ansiosa enquanto esperávamos notícias do que estava por vir.

Sophie colocou a mão no meu ombro, seus olhos brilhando de excitação. — Aveline, você ouviu? Lady Isolde está dando à luz! Sir Tristan terá um novo herdeiro para o reino — ela disse com um sorriso radiante.

Meu coração se apertou com um misto de emoções. Por um momento, deixei-me levar pela atração que senti por Sir Tristan, uma culpa silenciosa me invadindo por ter tido pensamentos tão inadequados. Mas mantive minha expressão neutra, disfarçando qualquer traço de desconforto enquanto me esforçava para manter a compostura diante da minha irmã.

— Claro, Sophie. É realmente maravilhoso o fato de Lady Isolde estar dando à luz. Estou feliz por Sir Tristan e sua família — respondi, sorrindo amarelo.

...TRISTAN...

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Comments

Luciene Santos

Luciene Santos

A história,
ainda no início, parece bem interessante.

2024-05-09

0

Nina Silva

Nina Silva

já amando a história

2024-03-18

3

Ver todos

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