CAPÍTULO 12

Ao recobrar minhas forças, ergui-me lentamente, sentindo cada músculo protestar após o longo período de inatividade. Tristan observava atentamente, pronto para oferecer auxílio caso eu precisasse, mas surpreendentemente, consegui me sustentar por conta própria.

— Você está bem? Precisa de alguma coisa? — perguntou ele, sua expressão preocupada evidenciando sua constante vigilância.

— Estou bem, eu acho. Apenas um pouco tonta, mas nada que não possa suportar — respondi, tentando transmitir confiança apesar da fraqueza que ainda persistia em meu corpo.

Tristan assentiu, seu olhar demonstrando alívio ao constatar que minha condição não era tão grave quanto temíamos. No entanto, algo em seu olhar denotava uma preocupação mais profunda, como se estivesse ciente de que havia mais do que apenas a exaustão física me afligindo.

— Fico feliz em ouvir isso. Descanse um pouco mais, se precisar. Estarei aqui para ajudá-la — disse ele, oferecendo-me um sorriso – Mas se você quiser, o café está pronto. Se quiser, posso trazer para você.

— Não, eu gostaria de andar um pouco. Sinto minhas articulações travadas.

Ao me preparar para me levantar e andar um pouco, percebi que estava vestindo uma camisola simples em vez do vestido vermelho que usava na noite do ataque. Um rubor de constrangimento aflorou em minhas bochechas ao notar o tecido fino que delineava os contornos do meu corpo, destacando cada curva, inclusive meus seios. No entanto, ele tratou a situação com uma serenidade e maturidade admiráveis, agindo como se fosse a coisa mais natural do mundo.

— Desculpe-me pela camisola. É da minha irmã. Foi o melhor que consegui encontrar para você enquanto dormia. Espero que não se importe — disse ele, sua voz suave e tranquilizadora — Além disso, há outras roupas disponíveis para você nesse quarto. Não são tão elegantes quanto as que você costumava usar no palácio, mas acredito que tenha utilidade. Quando quiser se trocar, é só pegar e usar.

Senti-me tocada pela preocupação e cuidado dele, e rapidamente descartei qualquer sentimento de embaraço que pudesse surgir.

— Não se preocupe com isso, Tristan. Agradeço por cuidar de mim, mesmo quando estou indefesa — respondi sinceramente, deixando claro o quanto sua gentileza significava para mim.

Ele respondeu ao meu gesto com um aceno de cabeça e um sorriso tranquilizador, cedendo espaço para que eu pudesse me arrumar.

Vesti uma roupa cor de musgo, feita de um tecido simples, mas reconfortante. Embora não fosse familiar para mim, a sensação era acolhedora. Desci as escadas da modesta casa com um pouco de esforço, envolta por um aroma delicioso de café fresco e panquecas quentes.

Na cozinha, uma figura feminina estava ocupada, e ao me notar, seus lábios se curvaram em um sorriso gentil.

Com cautela, ela se aproximou de mim, seus olhos revelando um leve traço de hesitação. O formato e a cor eram idênticos aos de Tristan, mas sua postura permanecia educada e respeitosa.

— Bom dia, princesa. Como está se sentindo? — sua voz era suave e acolhedora, apesar da ligeira tensão perceptível em seu tom.

— Bom dia, Senhora... — fiz uma pausa, percebendo que não sabia o nome dela.

— Me chame apenas de Annabelle, por favor. Não se preocupe, é compreensível não se lembrar. Eu sou Annabelle, irmã de Tristan — ela disse, oferecendo-me um sorriso gentil.

— Prazer em conhecê-la, Annabelle. Eu me chamo Aveline — respondi, retribuindo o sorriso.

— Aveline, que nome bonito. Como se sente depois de descansar tanto tempo? Não esperava que dormisse por tantos dias! É realmente uma bela adormecida. Me pergunto o que causou tanto cansaço… — a expressão de Annabelle era simpática, mas havia um toque de curiosidade em seu olhar.

Nesse momento, Tristan se aproximou, seu rosto expressando preocupação e cuidado.

— Deixe-a em paz, Annabelle. Aveline precisa de descanso depois de tudo que aconteceu — disse ele, puxando uma cadeira para mim e me oferecendo um copo de café com leite — Sente-se, Aveline. Minha irmã tem mania de falar tudo o que pensa, espero que não ligue.

— Obrigada, Sir Tristan. — murmurei, aceitando a bebida com gratidão e me sentando junto a ele.

Annabelle sorria, mas havia uma sombra de preocupação em seus olhos. Eu compreendia sua apreensão, afinal, ela agora abrigava sob o mesmo teto uma princesa marcada para morrer.

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