CAPÍTULO 15

À medida que cavalgávamos em direção a Portbay, sentia os braços fortes de Tristan envolvendo minha cintura. A brisa marítima começava a acariciar meu rosto, trazendo consigo o aroma fresco do oceano e a promessa de segurança à frente. Os cabelos negros de Tristan dançavam ao vento, como fios de ébano emoldurando seu rosto marcante.

Enquanto contemplava a paisagem que se desenrolava diante de nós, meu coração pesava com a dor da perda recente. A ausência da minha família era como um buraco negro dentro de mim, uma ferida que nunca cicatrizará completamente. No entanto, apesar da tristeza que me envolvia, uma espécie de sensação de motivação crescia em meu interior. Eu não podia permitir que a dor me consumisse. Tinha que ser forte, por mim mesma e por aqueles que já se foram.

Cada detalhe ao nosso redor parecia ressaltar a beleza amarga do momento. O sol começava a nascer no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e rosa, enquanto as ondas quebravam suavemente na costa, como sussurros tranquilizantes da natureza. O som dos pássaros marinhos ecoava no ar, adicionando uma trilha sonora suave à nossa jornada.

Enquanto Tristan conduzia os cavalos com maestria, eu me permitia mergulhar na mistura de emoções que me consumia. Seus braços em volta de mim transmitiam uma sensação de segurança e proteção, mas também uma lembrança constante do que havia sido perdido. Cada movimento dele era fluido e confiante, refletindo seu objetivo em nos levar para um lugar seguro.

— Estamos quase lá, Aveline. Portbay é um lugar seguro. Vamos encontrar ajuda lá. — A voz de Tristan soava suave ao meu ouvido, transmitindo uma tranquilidade que eu ansiava desesperadamente.

— Espero que sim... Sinto falta da segurança do castelo, do meu quarto, da minha cama… É doloroso pensar que nunca mais vou ter nada disso. — Minha voz vacilava, embargada pelas lembranças de um passado que parecia tão distante e intocável.

— Vamos ter fé, princesa. Não sabemos o que destino nos reserva. Vamos focar no agora. Estamos quase chegando lá.

À medida que nos aproximávamos de Portbay, a ansiedade se misturava com a tristeza em meu peito. O que nos aguardava naquela cidade costeira? Seria um refúgio temporário ou apenas mais um local onde enfrentaríamos dificuldades e perigos? Essas perguntas ecoavam em minha mente, mas eu sabia que, independentemente do que acontecesse, o cavaleiro estaria comigo.

Enquanto as luzes de Portbay se aproximavam, uma sensação de resignação se apoderou de mim. Estávamos prestes a começar um novo capítulo de nossas vidas, mas eu sabia que seria um caminho árduo e incerto. No entanto, não podia permitir que a incerteza me paralisasse. Tinha que continuar lutando, mesmo quando tudo parecia perdido.

Tristan nos conduziu por uma estrada sinuosa, cortando caminho entre grandes cidades e se embrenhando cada vez mais nas paisagens pitorescas de vilarejos isolados. Cada passo parecia calculado, cada curva do trajeto traçada com precisão, como se ele conhecesse cada pedaço do caminho de cor e salteado. À medida que avançávamos, o som das ondas se tornava cada vez mais presente, sussurrando melodias suaves que prometiam um refúgio da tempestade que nos perseguia.

Finalmente, chegamos a uma vila, onde o aroma salgado do mar dançava no ar, embora o oceano ainda estivesse a alguns quilômetros de distância. Tristan desmontou do cavalo com a graça de um cavaleiro experiente, estendendo a mão para me ajudar a descer. Senti a gentileza em seu toque enquanto me apoiava nele, descendo com cuidado para pisar no chão firme da estrada.

Quando o capuz que cobria meus cabelos deslizou para trás, permitindo que a brisa marinha os acariciasse, Tristan ajustou-o com delicadeza, assegurando-se de que eu estivesse confortável e protegida contra o sol suave que se filtrava entre as nuvens. E além disso: dos olhos curiosos que nos fitavam.