Ao chegarmos à Academia de Autores, entrei apressadamente, ansiosa para conferir a correspondência que havia chegado. Enquanto Matthew segurava a porta para mim, senti uma sensação de gratidão pela sua gentileza.
Dirigi-me à mesa onde as cartas e pacotes estavam empilhados, e comecei a procurar ansiosamente entre eles. Minha respiração ficou presa quando meus olhos finalmente pousaram em um envelope familiar, com a caligrafia conhecida de meus pais.
Com mãos trêmulas, segurei o envelope com a caligrafia familiar de meus pais, sabendo que ali estavam as notícias que eu temia receber. Ao rasgar o papel delicadamente, uma onda de ansiedade percorreu meu corpo. Meus olhos percorreram rapidamente as linhas escritas, absorvendo cada palavra como se fosse um golpe.
A notícia de que meu pai estava doente atingiu-me como um soco no estômago. Minha respiração ficou presa enquanto eu lia sobre a luta deles contra uma enfermidade desconhecida. As palavras transbordavam preocupação e urgência, ecoando em minha mente como um eco constante.
Um nó se formou em minha garganta, tornando difícil engolir a angústia que ameaçava me consumir. Cada frase que eu lia aumentava minha aflição, deixando-me incapaz de conter as lágrimas que começavam a escorrer por meu rosto. A incerteza sobre o estado de saúde de meu pai era como um peso esmagador sobre meus ombros, ameaçando derrubar-me a qualquer momento.
Levantei os olhos úmidos para encontrar os de Matthew, que observava preocupado. Limpei rapidamente as lágrimas e forcei um sorriso trêmulo.
— É uma notícia muito ruim sobre meu pai. Ele está doente, e eu não sei o que fazer.
Matthew se aproximou com um olhar de preocupação e compaixão, seus olhos azuis transbordando de empatia. Com delicadeza, envolveu-me em um abraço reconfortante, como se tentasse amenizar a dor que eu estava sentindo.
— Sinto muito, Willow. Se precisar de qualquer coisa, estarei aqui para ajudar.
O calor do corpo de Matthew irradiava através das camadas de roupas, envolvendo-me em um abraço acolhedor. Senti-me segura e protegida em seus braços, enquanto sua proximidade trouxe um conforto inesperado em meio à notícia sombria que acabara de receber.
— Acho que vou precisar retornar para casa mais cedo, Matthew. Vou precisar terminar o livro a distância, e então, mandar os manuscritos por correios.
Matthew baixou os olhos por um momento, uma sombra de decepção passando por seu rosto antes que ele erguesse o olhar para me encarar.
— Compreendo, Willow. Mas não queria que você tivesse que partir agora. Ainda temos tanto para compartilhar, e... eu... - ele hesitou por um instante, sua expressão revelando um turbilhão de emoções que ele parecia incapaz de expressar totalmente. - Eu gostaria que você ficasse.
Suas palavras ecoaram no ar, carregadas de um desejo não dito que pairava entre nós, e eu me vi lutando contra a tentação de ceder ao anseio de permanecer ao seu lado. No entanto, os compromissos com minha família me chamavam de volta para casa, e eu sabia que precisava honrá-los, mesmo que isso significasse deixar para trás a proximidade reconfortante que encontrara nos braços de Matthew.
Após retornar à mansão, fui confrontada com a tensão no ar quando Isabella me recebeu com um olhar gelado. Ela questionou a ausência de Matthew e o motivo de eu tê-lo acompanhado durante o passeio pela cidade. Optei por ignorar sua hostilidade, deixando-a para lidar com suas próprias preocupações enquanto buscava pelo conde Peter.
Enquanto isso, Matthew enfrentava as reclamações de Isabella sobre minha presença e seu tempo longe dela. Apesar de sua insistência de que eu era apenas uma amiga querida da família, Isabella deixou claro que não aprovava minha presença na mansão.
— Matthew, não entendo por que você insiste em manter essa escritora por perto. Ela não é nada além de uma intrusa indesejada em sua casa — reclamou Isabella, cruzando os braços com uma expressão de desagrado.
— Isabella, por favor, deixe Willow em paz pelo menos desta vez. Ela está enfrentando uma situação difícil e precisa de nosso apoio — respondeu Matthew, tentando acalmar os ânimos de sua noiva.
Segui em frente, deixando para trás a discussão entre Isabella e Matthew, com suas vozes se tornando apenas murmúrios ao longe. Enquanto caminhava pelos corredores da mansão, senti um peso em meu peito ao me despedir mentalmente dos momentos compartilhados ali. No entanto, sabia que precisava me concentrar em minha família e nas responsabilidades que me aguardavam em casa. Com determinação, prossegui em meu caminho, com o pensamento voltado para o futuro incerto que me esperava.
Chegando ao duque Peter, compartilhei com ele a difícil situação de minha família e a necessidade de retornar para casa. Após expressar seu pesar pela minha partida, ele compreendeu minha decisão e aceitou que os últimos escritos fossem enviados por correio. Entretanto, ele expressou sua esperança de que eu retornasse à mansão Montague no futuro.
— Willow, sinto muito por seus pais. Sei que é uma situação difícil — disse o conde Peter, com uma expressão de compaixão.
— Obrigada, senhor Peter. É um momento complicado para todos nós — respondi, tentando manter a compostura diante da gentileza do ancião.
— Compreendo completamente sua decisão de retornar para casa. Sua família precisa de você neste momento — disse ele, com seriedade. — No entanto, espero que esta partida seja apenas temporária. Você sempre será bem-vinda em nossa casa.
Assenti, agradecida pelo apoio do duque, e senti um misto de gratidão e tristeza ao pensar na possibilidade de me despedir daquela casa e das pessoas que haviam se tornado tão importantes para mim.
Despedindo-me de Peter, enfrentei a realidade de que minha estadia na mansão estava chegando ao fim. Era hora de me preparar para a jornada de volta para casa, onde meus pais precisavam de mim mais do que nunca.
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Atualizado até capítulo 26
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