Finalmente, chega o momento de partir para a mansão dos Montague, onde espero encontrar as respostas que tanto procuro. Ao chegar, sou recebida por um criado de aparência solene, que me conduz até a biblioteca da mansão.
— Miss Willow, o senhor Montague irá encontrá-la em breve. Ele deseja discutir os detalhes de sua colaboração — anuncia o criado, antes de se retirar com um aceno discreto.
Enquanto aguardo, examino os retratos que adornam as paredes da biblioteca, imaginando como teria sido a vida na época de Edward Montague. A atmosfera solene e majestosa da mansão contrasta com a agitação da cidade onde passei a maior parte da minha vida, e sinto-me envolta em um mundo totalmente novo e fascinante.
Minha reverie é interrompida quando a porta se abre e o duque Peter Montague entra na biblioteca. Seu semblante sério e austero contrasta com a atmosfera tranquila do ambiente.
— Boa tarde, senhorita Willow — ele cumprimenta, sua voz ressoando pelo cômodo.
Eu me levanto, sentindo uma mistura de surpresa e curiosidade. — Boa tarde, Duque Montague. Como posso ajudá-lo?
Ele se aproxima, suas feições sérias suavizadas por um leve sorriso. — Eu vim falar com você sobre uma questão de grande importância. Como sabe, meu irmão Edward era um homem notável, um verdadeiro visionário em muitos aspectos. Sua partida deixou um vazio em nossas vidas, um vazio que ainda não conseguimos preencher.
Eu assinto, compreendendo a dor que a perda de Edward ainda causava à família Montague.
— Durante os dias sombrios do luto de Edward, encontrei consolo nas páginas de seu romance "Exílio". Seu talento para contar histórias foi uma luz em meio à escuridão, e por isso decidi que não há pessoa mais adequada para escrever o romance de meu irmão do que você mesma.
Eu fico atônita diante da proposta do duque Peter. — Eu... eu não sei o que dizer. É uma honra inimaginável, mas também uma responsabilidade enorme.
Ele coloca uma mão reconfortante em meu ombro. — Sei que pode parecer uma tarefa intimidadora, mas confio em seu talento e dedicação. Acredito que você é a única capaz de capturar a essência de meu irmão em palavras, de imortalizar sua memória de uma maneira que nenhum outro escritor poderia.
Sinto-me emocionada com suas palavras e profundamente tocada pela confiança que ele deposita em mim. — Farei o meu melhor, duque Montague. Prometo honrar a memória de seu irmão da melhor forma possível.
Ele sorri, os olhos brilhando com gratidão. — Isso é tudo que peço. Edward teria ficado orgulhoso de você, tenho certeza. Agora, mais do que nunca, é hora de preservar sua história para as gerações futuras. Enquanto estiver trabalhando, pode se aproveitar da hospitalidade de nossa mansão. Ficarei feliz em ajudá-la no que for necessário.
Enquanto começo a entender a complexidade da tarefa que tenho diante de mim, percebo que precisarei de toda a ajuda possível. É então que uma voz desconhecida se faz ouvir na sala.
— Posso ajudar, senhor?
Viro-me para ver um homem alto e imponente entrando na biblioteca. Seus olhos, semelhantes aos de Peter, transmitem uma intensidade e uma determinação que me fazem recuar um pouco.
— Ah, Matthew! Que bom vê-lo. Esta é Willow, a talentosa escritora que estará nos honrando com sua obra — o duque apresenta, apontando para mim.
Matthew me encara com uma expressão de desdém, como se eu fosse uma mera intrusa em seu mundo.
— Nunca imaginei que camponesas agora frequentavam academias de autores. Uma novidade interessante, pai — diz ele, com um sorriso cínico.
A observação cortante de Matthew ecoa na sala, deixando-me momentaneamente atordoada. Eu me esforço para manter a compostura, mas suas palavras provocam uma pontada de desconforto e indignação dentro de mim.
Antes que eu possa responder, o duque solta uma risada calorosa, como se achasse a observação de Matthew divertida.
— Ah, Matthew, sempre tão sincero! — exclama Peter, com um brilho travesso nos olhos.
A reação dele me surpreende, mas enquanto observo Matthew de relance, percebo que há algo mais do que mera sinceridade em sua atitude. Há uma intensidade em seu olhar, uma faísca de desafio que me faz questionar suas verdadeiras intenções.
Enquanto ele continua a conversar com o pai, não posso deixar de notar como sua beleza física é eclipsada por sua atitude rude e arrogante. Há algo triste em ver como alguém tão bonito pode se tornar tão feio por dentro.
Por um momento, me pego imaginando como seria se Matthew fosse diferente, se sua gentileza rivalizasse com sua aparência. Mas então volto à realidade, lembrando-me de que a beleza superficial não pode compensar a falta de bondade e compaixão no coração de alguém.
Com um suspiro silencioso, retorno minha atenção à conversa, preparando-me para enfrentar os desafios que estão por vir nesta jornada ao lado de Matthew e Peter Montague.
— Acho que meu filho vai ser uma ótima ajuda para esse projeto, Miss Willow. Matthew pode ser seu guia durante a história do meu irmão. Oras, eu tive uma ótima ideia! Sua perspicácia é verdadeiramente inspiradora. Acredito que a colaboração de Matthew trará uma nova dimensão ao romance, oferecendo uma visão única e pessoal da vida de meu irmão. Estou ansioso para ver como sua criatividade se fundirá com a perspicácia de Matthew para criar algo verdadeiramente extraordinário.
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Atualizado até capítulo 26
Comments
Liza
desculpe-me mas, não era duque???
2024-03-09
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