Foi então que em um dia ensolarado que Matthew propôs uma pausa em nosso trabalho e sugeriu um passeio pelos jardins da mansão Montague.
— Que tal darmos uma pequena pausa e aproveitarmos o belo dia lá fora, Miss Willow? — sugeriu ele, com um sorriso gentil.
Aceitei a proposta, esperando que talvez um ambiente mais tranquilo pudesse suavizar as arestas de nossa relação.
— Parece uma ótima ideia, Matthew. Um pouco de ar fresco certamente fará bem — concordei, retribuindo o sorriso.
Caminhamos em silêncio pelos jardins, admirando as flores coloridas e as estátuas elegantes que decoravam o cenário. O ar estava impregnado com o perfume doce das flores, e por um momento, esqueci as tensões entre nós.
— Os jardins da mansão são realmente magníficos, não acha? — comentou Matthew, observando as belas paisagens ao nosso redor.
— Sim, são verdadeiramente deslumbrantes. É fácil esquecer todas as preocupações enquanto estamos aqui — respondi, sentindo-me mais relaxada na presença dele.
Matthew me ofereceu um sorriso sincero, e eu me surpreendi com aquilo. Ele sempre mantinha o rosto sério em nossas sessões, com cara de poucos amigos.
— Você tem razão, Willow. Às vezes, é bom dar um passo para trás e apreciar a beleza que nos rodeia. — disse ele, seu tom de voz suavizado pelo cenário tranquilo dos jardins.
Fiquei surpresa com a mudança de atitude dele. Talvez, naquele momento de descontração, ele estivesse permitindo que uma parte mais leve de sua personalidade viesse à tona. Era reconfortante ver essa faceta mais amigável, e me peguei desfrutando da companhia de Matthew de uma maneira diferente.
Enquanto caminhávamos pelos jardins, continuamos nossa conversa de forma mais descontraída, compartilhando histórias e pensamentos de uma maneira que nunca havíamos feito antes. Era como se os jardins da mansão Montague estivessem exercendo seu encanto sobre nós, dissipando as barreiras que haviam nos separado anteriormente.
Aquele momento de conexão genuína entre nós era algo que eu nunca esperava experimentar com Matthew. No entanto, ali estávamos nós, compartilhando risadas e sorrisos enquanto explorávamos os belos jardins juntos. Era um lado dele que eu nunca havia visto antes, e eu me perguntava se havia mais facetas ocultas de sua personalidade esperando para serem descobertas.
Enquanto observávamos uma estátua imponente em homenagem aos antigos patriarcas da família Montague, Matthew começou a falar sobre os feitos heroicos de seus avós, que ajudaram a construir o império Montague. Seus relatos eram cheios de aventuras e conquistas, e pude ver como essas figuras lendárias haviam moldado a família Montague ao longo dos anos.
— Você tem algum familiar ilustre em sua linhagem, pelo menos de longa distância, Miss Willow? — perguntou Matthew, quebrando o silêncio que se estabeleceu entre nós.
— Não exatamente. Minha família sempre foi bastante comum, sem grandes feitos ou conquistas notáveis — respondi, com um suspiro.
Matthew assentiu, parecendo intrigado pela minha resposta.
— Às vezes, a grandeza não está nos feitos heroicos, mas sim na capacidade de perseverar e seguir em frente, apesar das adversidades — disse ele, com um tom pensativo.
Enquanto continuávamos a conversar, nossos passos nos levaram a uma parte mais remota dos jardins, onde uma trilha estreita serpenteava entre as árvores frondosas. De repente, sem aviso prévio, escorreguei em uma pedra solta e me vi caindo em direção ao solo.
Antes que pudesse atingir o chão, uma mão firme me segurou, impedindo minha queda. Olhei para cima e me deparei com os olhos intensos de Matthew, cheios de preocupação e surpresa.
— Você está bem, Willow? — perguntou ele, sua voz suave e preocupada, contrastando com sua habitual rudeza.
— Sim, estou bem. Obrigada, Matthew — murmurei, tentando recuperar a compostura diante da intensidade do momento que acabáramos de compartilhar.
Por um momento, ficamos ali, olhando um para o outro, presos em uma bolha de tensão e eletricidade. Havia algo inexplicável no ar entre nós, uma conexão que eu não conseguia ignorar.
Antes que pudéssemos desviar o olhar, uma leve brisa soprou entre nós, quebrando o momento mágico que compartilhávamos. Nos afastamos rapidamente, envergonhados e sem jeito, mas a lembrança daquele breve instante de intimidade permaneceu gravada em minha mente.
Enquanto continuávamos nosso passeio pelos jardins, a tensão entre nós era palpável, mas havia também uma sensação de expectativa no ar. Talvez, contra todas as probabilidades, eu e Matthew Montague fossemos capazes de superar nossas diferenças e encontrar uma verdadeira conexão, nem que fosse pelo bem da história do seu próprio tio.
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Atualizado até capítulo 26
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