CAPÍTULO 12: Por favor, me imagine nas árvores.

Três meses se passaram desde aquele momento tranquilo debaixo da árvore, quando Matthew e eu discutimos nossas experiências e aspirações. Durante esse tempo, nossa colaboração na escrita do livro de Edward Montague se aprofundou, e com ela, nossa conexão também.

— Este trecho que você escreveu sobre a infância de Edward é incrível, Willow. Você realmente conseguiu capturar a essência da sua personalidade desde cedo — comentou Matthew, seus olhos azuis brilhando com admiração enquanto lia o manuscrito que eu havia preparado.

Sorri, grata pelo elogio, e me aproximei para olhar por cima do ombro dele.

— Obrigada, Matthew. Eu queria transmitir o senso de curiosidade e aventura que parece ter sido parte integrante da vida de Edward desde jovem — respondi, sentindo-me aquecida pela aprovação dele.

À medida que passávamos horas a fio pesquisando, escrevendo e revisando, encontrávamos momentos preciosos para explorar os campos circundantes. Sob o céu aberto e o sol radiante, compartilhávamos histórias de nossas vidas, nossos sonhos e nossas esperanças para o futuro.

— Você já pensou para onde gostaria de viajar, Willow? — perguntou Matthew enquanto caminhávamos por entre os campos dourados, o vento brincando com nossos cabelos.

— Sempre tive curiosidade em explorar lugares distantes, talvez países exóticos ou cidades antigas cheias de história. E você? — respondi, olhando para ele com interesse genuíno.

— Eu adoraria fazer uma jornada pela Europa, visitar os locais que inspirem minha imaginação e me ajudem a entender melhor o mundo ao meu redor — revelou Matthew, um brilho de entusiasmo em seus olhos.

A cada conversa, descobríamos novas camadas um do outro, revelando nossas vulnerabilidades e nossos desejos mais profundos. 

À medida que nossas conversas se aprofundavam, eu me encontrava compartilhando partes de mim que nunca havia revelado a ninguém antes. Matthew também se mostrava mais aberto, compartilhando suas próprias experiências e sonhos de uma forma que me fazia sentir conectada a ele de uma maneira que eu nunca havia experimentado antes.

Em uma tarde ensolarada, enquanto caminhávamos pelos campos ondulantes, Matthew quebrou o silêncio com uma pergunta inesperada.

— O que você mais gosta no campo, Willow? — perguntou ele, seus olhos azuis brilhando com curiosidade genuína.

Parei por um momento para pensar, refletindo sobre todas as coisas que tornavam o campo tão especial para mim.

— Eu adoro nadar no riacho próximo à minha casa. É um lugar tranquilo e sereno, onde posso me sentir verdadeiramente em paz comigo mesma — respondi, deixando escapar um sorriso nostálgico ao lembrar dos dias passados à beira da água.

Sem dizer uma palavra, Matthew pegou suavemente em minha mão e começou a me guiar em direção ao rio que serpenteava pelo campo. O sol dourado dançava sobre a superfície da água, criando padrões brilhantes que pareciam nos chamar para mais perto.

Enquanto caminhávamos juntos, uma sensação de calor e conforto se espalhou entre nós, alimentada pela proximidade física e emocional que compartilhávamos. E então, em um gesto que me pegou de surpresa, Matthew virou-se para mim e perguntou com um brilho travesso nos olhos:

— Você é corajosa o suficiente para se aventurar nas águas geladas do rio, Willow?

Com um sorriso travesso nos lábios, eu olhei para Matthew, sentindo uma empolgação infantil tomar conta de mim. Sem hesitar, balancei a cabeça afirmativamente e respondi:

— Claro que sou corajosa o suficiente! Vamos lá!

Com um riso contagioso, Matthew correu à frente, liderando o caminho em direção ao rio. Seguindo-o de perto, senti meu coração bater mais rápido com a expectativa da aventura que nos aguardava.

Chegando à margem do rio, não hesitamos em tirar os sapatos e as meias, deixando-os na grama macia. Com os pés descalços, sentimos a textura fresca e úmida do solo sob nossas solas enquanto nos aproximávamos da água cintilante.

Com um pulo animado, Matthew mergulhou na água gelada, fazendo uma onda se erguer ao seu redor. Rindo, eu o segui, pulando de cabeça na água refrescante. O choque do frio me fez arrepiar, mas logo me acostumei à temperatura e comecei a me divertir, nadando e brincando na água cristalina.

Matthew e eu nos entregamos a uma série de brincadeiras infantis, pulando um sobre o outro, fazendo corridas aquáticas e criando castelos de areia na margem do rio. A inocência e a alegria pura daquele momento nos envolveram, criando memórias que guardaríamos para sempre em nossos corações.

À medida que o sol começava a se pôr no horizonte, nós nos sentamos juntos na margem do rio, encharcados e felizes, compartilhando risadas e conversas despreocupadas. Naquele instante, não éramos o duque e a escritora, mas sim dois amigos desfrutando da magia simples da vida no campo.

Com um suspiro, eu compartilhei um pouco mais sobre minha vida na fazenda, enquanto Matthew me ouvia com atenção.

— Você sabia que, na fazenda, eu nunca consegui ter muitos amigos? Eu sempre tive duas melhores amigas. A minha irmã, Ivy, e Marjorie, nossa vizinha. Mas meu mundo sempre foi resumido à elas.

Matthew inclinou a cabeça, demonstrando interesse genuíno em minhas palavras. Então, foi a vez dele de revelar um pouco mais sobre sua própria vida.

— Eu entendo como é. Eu também vivi uma vida bastante diferente antes de me mudar para cá. Cresci em meio à agitação da cidade, cercado por uma miríade de amigos e oportunidades. Mas tudo mudou quando o tio Edward faleceu. Meu pai decidiu assumir os negócios da família, e eu me vi acompanhando-o nessa jornada para cá.

Senti uma pontada de empatia enquanto ouvia Matthew falar sobre suas experiências, imaginando o choque de transição que ele deve ter enfrentado ao deixar para trás sua vida anterior e seguir seu pai para a propriedade da família. Apesar das diferenças entre nós, éramos ambos moldados pelas circunstâncias de nossas vidas, buscando encontrar nosso caminho em um mundo cheio de desafios e incertezas.

 

Enquanto compartilhávamos nossas histórias, nossos olhares se encontraram em meio à brisa suave que soprava pelos campos. Um momento de silêncio pairou entre nós, carregado de uma energia palpável, como se o universo estivesse conspirando para nos unir de alguma forma.

Foi então que senti a mão de Matthew encontrar a minha, um gesto simples e gentil que enviou um arrepio de calor pelo meu corpo. Por um instante, ficamos ali, nossos dedos entrelaçados, e eu pude sentir a batida acelerada do meu coração ecoando no silêncio da tarde.

Sem dizer uma palavra, Matthew levou sua mão livre até meu rosto, afastando delicadamente uma mecha de cabelo que caía sobre minha testa. Seus dedos percorreram suavemente o contorno do meu rosto, arrumando minha aparência com uma ternura que me deixou sem fôlego.

Um sorriso tímido surgiu em meus lábios enquanto eu observava Matthew, perdida em seu toque gentil e cuidadoso. Por um breve momento, esqueci de tudo ao meu redor, mergulhando na sensação reconfortante de sua presença ao meu lado.

No entanto, antes que pudéssemos nos deixar levar por essa nova e desconhecida sensação, fui tomada por um lampejo de consciência, lembrando-me das tarefas que ainda aguardavam por nós. Com um suspiro relutante, rompi o contato, afastando minha mão da dele.

— Precisamos voltar — murmurei, minha voz suave e carregada de emoção contida. — Ainda há muito trabalho a ser feito.

Matthew assentiu com compreensão, embora eu pudesse detectar uma leve decepção em seu olhar. Juntos, nos levantamos e nos afastamos do rio

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Eliana De Souza

Eliana De Souza

o amor está no ar ❤️

2024-03-09

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