Capítulo 19

Chego no escritório e vou direto para minha sala, aviso a minha secretária que não quero intromissão. Me sento na mesa da Emilly, e ligo o computador. De cara não tem nada de mais, na página inicial do computador não tem nada que a condene, porém, as pastas zipadas estão isoladas, e quando eu abro, lá está as contas dos bancos, todos que usando para finanças da empresa.

A pergunta é, onde ela conseguiu a senha para entrar? Clico mas contas, e elas entram facilmente, como se a senha já tivesse gravada na memória do computador. Me encosto na cadeira, e não posso acreditar que ela faria isso comigo. Emilly não tem cara de golpista, ela nem se quer me deixava chegar perto dela no começo.

A não ser que isso tudo tenha sido uma jogada, mas, será que foi cena o marido ter batido nela também para que eu entrasse no seu caminho? Fecho os meus olhos não querendo acreditar em tudo que eu estou vendo. Abro a primeira gaveta da sua mesa, e pego a sua agenda. Começo a folhear todas as páginas, e encontro as senhas dos bancos escrito na última folha.

Pego as primeiras páginas, e a página das senhas, e a letra não é a mesma, ou seja, não foi ela quem marcou, alguém marcou para ela. Chamo a minha secretária na sala, pedindo que ela me traga a agenda dela, para comparar as letras. Essa letra também não é dela.

Daniel: — Ontem, quando eu e a Emilly fomos embora, quem entrou aqui na minha sala?

Secretaria: — Eu não vi, senhor. Nos momentos em que eu estava na mesa, ninguém entrou aqui não.

Daniel: — Se eu souber que está mentindo para mim, a mandarei embora por justa causa, e vou fazer um inferno no seu currículo, ao ponto de você nunca mais ser secretaria de ninguém. Então é melhor me contar a verdade.

Secretária: — Estou falando a verdade senhor, pode ser que alguém tenha entrado enquanto eu estava no banheiro, ou depois que fui embora, você me mandou para casa se lembra? Nesse tempo o senhor colocou a Raquel em meu lugar.

Daniel: — Chame a Raquel aqui.

Ela diz sim senhor, e sai da sala. Com um tempo volta e diz que a Raquel não veio para a empresa hoje. Peço para ela me trazer a agenda da Raquel, pois ela é secretaria do meu irmão, e se ele tiver envolvido nisso, vou mandar ele embora, e vou ter que passar essa vergonha para o meu pai.

Com alguns minutos ela volta com a agenda da Raquel, e bingo. A letra dela é a mesma que foi marcado a senha na agenda da Emilly. Solto um suspiro de alívio, pois mesmo desconfiado que Emilly fez isso, eu no fundo sabia que ela jamais faria isso comigo, não depois de tudo que fiz por ela.

Daniel: — Quero o endereço da Raquel, agora.

Secretária: — O que está acontecendo, senhor?

Daniel: — Sem perguntas, apenas faça o que eu estou mandando.

Ela agente com a cabeça, e sai, com alguns minutos volta trazendo o endereço da Raquel. Vejo que não é muito longe daqui, então resolvo ir logo de uma vez. Mas, ao entrar no elevador, me veio a mente que ela vai tentar negar que foi ela, então desço até o subsolo, onde tem a guarita de segurança, que tem as câmeras.

Daniel: — Quero ver se câmeras de ontem a noite do corredor da minha sala, e de dentro dela.

Segurança: — Sim senhor. — A tensão cresce à medida que me aproximo das gravações do andar da minha sala. As imagens estão estáticas, como se o tempo tivesse congelado. É uma visão perturbadora, que aumenta ainda mais a minha desconfiança. Quem teria a habilidade e o motivo para fazer isso?

Para piorar a situação, apenas as câmeras de segurança do andar onde fica a minha sala apresentam irregularidades. As imagens das outras câmeras permanecem inalteradas, funcionando perfeitamente. A situação é intrigante, como se alguém tivesse invadido o sistema de segurança com precisão cirúrgica, desligando apenas as câmeras que poderiam revelar o que eu estou buscando. Alguém com conhecimento suficiente poderia ter invadido esse sistema.

Algo que está além dos entendimentos do meu irmão, o que significa que tem mais alguém por trás disso, e eu só vou sussegar quando pegar todos, e descobrir o porquê está tentando incriminar a Emilly. Vou passar no cartório, vou marcar logo o nosso casamento, pode ser que depois de casados, eles sosseguem mais o rabö deles.

Mas primeiro, vou passar na casa da senhorita Raquel, vamos ver o que ela tem para me contar sobre ter marcado as senhas na agenda da Emilly. Coloco o endereço no GPS, e sigo para a casa dela. Assim que chego, observo o bairro, um lugar modesto, não muito pobre e nem muito rico. Sua cara é um sobrado com uma sacada de vidro. Bem bonita por sinal. Toco a campainha, e com alguns minutos ela aparece. E ao me ver, parece que vou um fantasma em sua frente.

Daniel: — Boa tarde, senhorita, podemos conversar?

Raquel: — Desculpa senhor, eu estou de saída, tenho que resolver umas coisas e...

Daniel: — Prometo não demorar, bom, vai depender da sua resposta, é claro. Posso entrar, ou quer conversar aqui na porta mesmo?

Raquel: — Po...pode entrar, senhor Carter.

Ela sai da frente da porta, e eu entro. Ela parece esperar mais alguém. Ela olha para fora de um lado para o outro antes de fecha-la. Ela aponta para que eu caminhe mais a frente, onde tem uma sala de estar. Ela manda eu me sentar em um dos sofás, e ela se senta em outro, longe de mim.

Raquel: — Em que posso ajudar, senhor?

Daniel: — Quero a verdade, se mentir para mim, vai ser pior para você. Pois vou acabar com a sua vida tanto pessoal quando profissional, e eu tenho capacidade para fazer isso. Me diga, porque anotou as senhas dos bancos na agenda da Emilly?

Raquel: — Porque ela pediu, disse que o senhor tinha pedido para instalar os bancos no computador dela, para que você pudesse ficar de olho nas finanças. Então ela pediu para eu anotar, pois vocês estavam de saída, e era para eu deixar a agenda dela de volta na primeira gaveta de sua mesa.

Meu coração para ao ouvir essas palavras, que merda Emilly.

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