O que foi que eu fiz?

                                                                OCEAN BAILEY

Eu deixei Chace me chup@r.

Meu melhor amigo me fez goz@r duas vezes seguidas.

Estas são as frases que fico repetindo diversas vezes quando abro meus olhos e encaro o

teto branco à minha frente.

Já faz alguns minutos que estou acordada ao lado do jogador, que dorme como um

inocente que devia ser, mas que me provou ontem que não é.

O que foi que eu fiz?

Ele é meu melhor amigo e sei que tudo entre nós é sempre fácil, leve e aconchegante, mas

não é um risco envolver na nossa relação algo tão íntimo quanto o sexo? As pessoas que não nos

conheciam, sempre julgaram nossa amizade por conta dos abraços, das noites que dormimos

juntos ou dos nossos encontros para jantares.

A questão é: o que se tornará se acabarmos não resistindo a esse desejo repentino?

Repentino? Sabe quanto tempo passei desejando foder você quando esfregava essa bunda

no meu pau no meio da noite?

A voz dele invade minha mente e me lembro de tudo que aconteceu entre nós nessa cama.

Quando foi que tudo mudou?

Faz cinco anos que deixamos alguns costumes da nossa amizade de lado, porque temos

consciência que não era o certo quando eu estava namorando. Dormir juntos era um deles,

dormir na casa do outro também, e Chace consequentemente parou de andar de cueca ou sem

camisa na minha frente.

Mas com o término, esses detalhes voltaram para a nossa amizade.

Será que meu corpo acabou se esquecendo que ele é o meu melhor amigo?

Observo o loiro ao meu lado, perdido em seu sono profundo.

Seus lábios parecem mais carnudos nesta manhã e a vontade de beijá-los me deixa confusa

ao mesmo tempo em que me lembro deles pelo meu corpo e da maneira como chupou meus

seios, marcou partes desconhecidas da minha pele e, literalmente, me f0deu com sua boca na

minha bocet@.

Estou perdida!

O lençol que chega até o meio da sua barriga não esconde seu peitoral bonito, os mamilos

lindos, e isso tudo nem me ajuda a esquecer o quanto evoluiu nesses últimos anos.

Chace Lawson agora é um homem de 27 anos, mais forte, mais musculoso, mais bonito,

como se fosse um vinho que envelhece bem. Seria essa a explicação para estar o desejando? Ou é

por estar sem sex0 há mais de três meses? Talvez a junção dos dois.

Meus olhos se arregalam quando vejo o espertinho ao meu lado entreabrir os olhos e

bocejar, parecendo prestes a acordar.

Quando ele sorri de lado e abre de vez seus olhos, sinto meu rosto ficar todo vermelho e,

sem pensar direito, puxo o lençol e me enrolo nele antes de dar um pulo da cama e correr para o

banheiro. — Ocean!

Não paro e me tranco no banheiro da sua suíte, me sentindo subitamente envergonhada.

Ontem, quando ele saiu da cama e disse que precisava de uns minutos, provavelmente para

se aliviar, acabei dormindo antes que voltasse para o quarto. Não tive a oportunidade de encarálo depois do que fizemos.

E o motivo de estar agindo assim é simples: o homem em quem mais confio e um dos que

mais amo no mundo, não só meu viu nua, como me fez goz@r duas vezes em um curto espaço de

tempo.

Porr@!

Não é possível...

Meu melhor amigo me deu o melhor sexo oral de toda a minha vida. Como posso lidar

com isso? — Ocean? — Chace bate na porta.

Que ridículo!

Por que estou assim? Ele é meu melhor amigo.

Ele também fez você goz@r como nunca fizeram antes.

A resposta surge na minha cabeça rapidamente. — Você está fugindo de mim? — Seu tom de voz é divertido.

Claro que o desgraçado está se divertindo com isso. — Não — respondo, mas tenho certeza de que ele sabe que é uma mentira. — Preciso

tomar banho para o café da manhã. — Primeiro, saia do banheiro para eu dar meu bom-dia. — Ele pede.

Engulo em seco, não conseguindo fazer com que as lembranças de ontem saiam da minha

mente.— Acho melhor você usar o outro banheiro para ser mais rápido. Nossa família já deve

estar acordada. — Ocean Bailey está envergonhada? Justamente comigo? Essa é nova — o idiota zomba. — Abre a porta ou eu irei abrir.

Está trancada, espertinho. — Tenho outra chave em algum lugar do quarto.

Merda! — Por que você é tão insistente? — E por que teve que me fazer gozar daquele jeito?

— Quero te ver, não posso? — Quer é me deixar mais envergonhada! — Então admite que está com vergonha? — Bufo, odiando o quanto ele me conhece. —

Abre essa porta, meio-metro.

E agora eu voltei a ser o meio-metro.

Suspiro.

Meu rosto não vai voltar a cor normal tão cedo, então simplesmente adiciono isso à minha

lista de constrangimentos da vida e abro a porta, dando de cara com Chace não fazendo a mínima

questão de esconder seu meio-sorriso pervertido.

Ele me olha de cima a baixo, enrolada em um lençol e confesso que só pelo brilho nesse

olhar, sinto como se estivesse vestindo um conjunto de roupas que me deixa extremamente

atraente, quando sei que, na verdade, estou com remela nos olhos, cara de cansada, cabelos

bagunçados e ridícula com esse tecido branco ao redor do corpo.

O loiro dá dois passos para frente e fica tão próximo de mim, que tenho que erguer meu

rosto para encará-lo.

Envergonhada? Um pouco. Mas não sou de desviar meu olhar nem nas maiores brigas que

já tive na indústria musical. — Bom dia, pequena!

Agora eu volto a ser pequena.

Sem qualquer aviso, ele enrola os braços ao redor da minha cintura e afunda seu rosto no

meu pescoço de um jeito tão manhoso, que me arranca um sorriso fraco nos lábios. — Não precisa sentir vergonha — ele sussurra, fazendo-me arrepiar na região do pescoço

com sua voz grave contra minha pele. — Sou eu, Chace Lawson, seu melhor amigo.

Retribuo seu abraço.

Ele tem razão, o problema é que eu não tenho controle das minhas emoções. Nunca tive.

Sou um tanto quanto emocionada, obstinada e dramática. — Eu sei — decido responder.

Chace ergue seu rosto e toca minha bochecha, mantendo o olhar brilhante em minha

direção. — Está desconfortável?

Nego e ele ri da careta que faço. — Já disse que nunca fico desconfortável com você.

Meu amigo parece gostar da resposta.

Meus olhos caem pelo seu corpo, vestindo apenas uma bermuda preta da Adidas.

Ele é tão gostoso que chega a ser um pecado, e o pior? Eu sempre soube disso, e agora que

também sei o que Chace consegue fazer em uma cama com uma mulher, fica difícil não desejálo.

O abdômen firme e definido.

Os ombros largos e com um ótimo formato.

Os braços fortes que ainda estão ao redor da minha cintura nesse momento.

Como alguém pode ser tão... sexy?

Um aperto na minha bunda me acorda dos pensamentos safados e o encaro. O grandão

semicerra os olhos para mim. — É melhor não ficar me olhando desse jeito ou vou repetir tudo o que fiz essa noite com

você — promete, me deixando úmida no meio das pernas. — Não aceitei sua proposta — o lembro.

Ele solta uma risada anasalada e debocha quando diz: — Nós sabemos qual será a sua resposta.

Dou um tapa em seu peito tão forte, que o faço se afastar de mim. — Ai, meio-metro! — Seu ego é ainda maior do que seu pau, provavelmente — reclamo e antes de me virar

para o banheiro, completo. — Como sabe o tamanho se nunca viu? — O sorriso provocador está ali, me fazendo

queimar de vergonha. — Andou conferindo meu pau?

Sim.

Lembro-me da manhã que sem querer o toquei e dessa vez, sinto um arrepio excitante se

espalhar pelo meu corpo. — Não sou uma mulher previsível! — mudo de rota dentro do mesmo assunto.

Chace segura minha mão e me faz virar para ele de novo. — Não é, acontece que a conheço melhor do que ninguém e, sim, tenho um ego maior do

que esse planeta.

Tudo o que consigo fazer é rir do biquinho que se forma em seus lábios. — Mas você não vai aceitar? Precisa de outra amostra?

Ele tenta me agarrar, mas consigo escapar antes disso, colocando a porta do banheiro entre

nós dois. — Amizade com benefícios nunca termina bem.

Ele nega. — Nos filmes acabam, e você sabe que o único bônus que receberia é se acabasse se

apaixonando por mim.

E isso seria um bônus? Me apaixonar por alguém que me conhece melhor do que eu

mesma, mas que nunca namorou? — Vamos nos arrumar para o café. — Mando, sem querer discutir isso com ele justamente

agora. — E bom dia, Lawson!

Meu amigo sorri e assente antes de eu fechar a porta, respirar fundo e sentir a adrenalina

das últimas horas aumentando dentro de mim.

Por que estou constantemente pensando nessa proposta?

— Como passaram a noite? — meu pai pergunta enquanto estamos à mesa, tomando o café

da manhã juntos.

Sinto meu rosto esquentar e disfarço, bebendo mais do meu café. Consigo sentir Chace, me

encarando, de frente para mim, contudo, não faço questão de retribuir o contato agora, porque

automaticamente vou me lembrar dele entre as minhas pernas, me chupando como se eu fosse

seu picolé favorito.

Sinto minha boceta pulsar só com a lembrança. — Foi muito boa. Sua filha é intensa... — Engasgo-me com o café e, em um piscar de

olhos, Quinn, ao meu lado, bate nas minhas costas, tentando ajudar-me a voltar ao normal. — Filha? — Meu pai me encara.

Minha garganta arde e tomo água para melhorar a situação constrangedora que chama

atenção de todos à mesa.

Encaro Chace e tenho vontade de matá-lo ao vê-lo com esse sorrisinho divertido, que

agora, ele tenta esconder. — O café estava muito quente. — Dou essa desculpa. — Está melhor, querida? — a senhora Cora pergunta.

Faço um gesto positivo com a cabeça. — O que queria dizer com Ocean sendo intensa, Chace? — minha amiga pergunta e quero

cavar um buraco na minha frente.

Tenho certeza de que meu amigo entende que pelo olhar que estou lhe lançando, para seu

próprio bem, é melhor se manter calado. — Ela me chutou bastante. — Mente na maior cara de pau. — Acho que tenho até algumas

marcas pelo corpo.

Meu pai me olha, preocupado. — Você está bem filha? Tem estado ansiosa por algo? — Ela deve estar sentindo falta dos shows — meu amigo zomba. Acho que irei matá-lo.

Não me importo em ter que esconder seu corpo gostoso em algum lugar dessa praia. — Sabem

como a nossa Ocean é... — Aproveite esses dias para descansar, querida — Cora aconselha. — Seus shows são

sempre tão intensos, merece essas férias até começar a turnê na Europa. — Eu até a sugeri algumas atividades durante esse tempo, é só ela ficar comigo em Nova

York. — O desgraçado não cala a boca, e é exatamente por isso que chuto sua perna. — Ai! — Que atividade? — Jaylen questiona. — Você está prestes a entrar na temporada de

Playoffs. Não vai ter descanso até o Super Bowl. — Muito bem lembrado, Jaylen. — Sorrio para o idiota à minha frente. — Quando vamos ver o jogo do titio? — Lila pergunta, lembrando a todos o quanto ama

ver o tio em campo. — Faz tempo que não vamos, papai. — Terei algumas reuniões de trabalho até o jogo de domingo, mas podemos tentar ir na

próxima semana, o que acha, querida? — Ele olha para a esposa. — Claro — Harper responde. — E você vai, Ocean? Como agente dele, preciso saber o que esperar— Gracie diz. — Muito que você está cuidando da minha imagem, senhorita — meu amigo provoca e ela

revira os olhos. — Tome mais cuidado ao aprovar as perguntas das minhas coletivas ou vou

demitir você. — Não teria essa coragem — ela o desafia e prendo a risada. — Ninguém além da nossa

família aguentaria trabalhar com você. — Nossa prima tem razão. — Jaylen ama provocar o irmão também.

Chace me olha. — Me ajude!

Arqueio as sobrancelhas. — Não! Sua prima tem razão. — Vocês são tudo sem coração — ele reclama, emburrado.

Todos na mesa dão risada.

Desde que Chace começou a jogar, Gracie foi responsável pela imagem dele. Ela é tão boa

quanto os pais, que têm uma empresa de relações públicas muito requisitada aqui nos Estados

Unidos. — Respondendo à sua pergunta, Gracie: vou estar no máximo de jogos que conseguir —

digo e sorrio quando vejo a surpresa no rosto do meu amigo. — O que foi? Achou mesmo que eu

ia ficar apenas no estúdio e na minha casa?

Ele nega e sorri ao mesmo tempo.

Gosto quando o pego de surpresa assim, porque Chace mostra um lado seu que

dificilmente as pessoas ao nosso redor e que o acompanham, sabem.

O jogador mostra seu lado mais bobo.

Não o tipo bobo divertido que mostra para o público, e sim o bobo que fica feliz quando as

pessoas que ele ama o colocam como prioridade.

Eu sei pois também sou igual. E me pego pensando que em toda a nossa história, nós

fomos os únicos que sempre colocamos o outro no topo da lista de prioridade.

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