Acordo sentindo algo duro cutucando minha bunda.

                                                                   OCEAN BAILEY

Acordo sentindo algo duro cutucando minha bunda.

Tenho um raciocínio rápido quando abro meus olhos e sinto os braços de Chace me

prendendo junto ao seu corpo.

O certo em um momento como esse é simplesmente me afastar, né? Eu tentaria, isso se ele

não fosse mais forte e estivesse me agarrando como se fosse fugir.

Bom, também posso tentar acordá-lo, mas simplesmente não reajo.

Há alguns meses, quase acordamos nessa posição, vi o quanto o pau dele é grande, só que

senti-lo na minha bunda, me traz a impressão de ser muito maior do que imaginei.

Não somos mais crianças.

Afirmo isso quando me sinto estranha, de um jeito diferente.

Deveria estar me sentindo desconfortável por ter o pênis do meu melhor amigo roçando na

minha bunda, e não sentindo meu corpo esquentar como se estivesse gostando da sensação e

esperando por algo que nunca acontecerá entre nós dois.

O que está acontecendo?

Só por que somos amigos eu não posso... Querer foder você?

Lembro das suas palavras e sinto minha calcinha molhar. Fiquei dias com aquela voz rouca

permeando meus ouvidos, como se Chace tivesse assumido a forma de um diabinho e ficasse

repetindo isso a cada minuto no meu ombro.

Acho que ele estava brincando, mesmo assim, aquelas palavras me incomodaram de um

jeito contraditório ao que sinto por ele e, exatamente por isso, mantive contato apenas por

mensagens nesses últimos dias. Preciso expulsar esse surto da minha mente.

Que isso? Desde quando passei a ficar excitada pelo meu amigo? Não é nem fácil de

explicar.

E agora, quando pensei que já não sentiria nada parecido... voltam à minha mente as coisas

que ele me disse ontem, me causando de novo esse estremecimento estranho e familiar pelo meu

corpo.

Chace falou sério? Ele me enxerga como mais que uma amiga? Ou ele está levemente

confuso, do nada, assim como eu? Isso faz mais sentido, e ainda assim, mexe comigo.

Talvez, não devemos mais dormir juntos.

Talvez, exista um limite, até para o nosso tipo de amizade.

Acho melhor me afastar ou posso, realmente, ficar muito excitada com seu pau crescendo

mais contra minha bunda.

Seguro as mãos do loiro ao mesmo tempo em que tento colocar distância entre nossos

quadris, mas tudo o que consigo é fazer com que ele mova uma de suas mãos até minha barriga e

me abrace mais.

Atenção para a mão grande dele espalmada na minha barriga, coberta apenas por uma

blusa fina, bem próximo à minha virilha. — Chace! — o chamo. — Chace, acorde!

Faço esforço para sair de perto desse ser, mas não funciona de novo.

Paraliso quando sua mão desce até o fim da minha barriga e desliza para minha coxa nua.

Me arrepio por completo, e o calor que estava sentindo antes, não se compara com o que sinto

quando ele me aperta nessa região.

Não é possível que ele esteja dormindo!

Espio de canto de olho e vejo que seu rosto continua sereno, como se estivesse mesmo em

seu estado dorminhoco.

Poderia apertar seu pau com minha mão e o fazer acordar e me largar rapidinho, porém

permaneço parada, sentindo meu coração disparar cada vez mais quando sua mão volta a se

movimentar, dessa vez, me acariciando.

É lento, mas não deixa de ser erótico para mim. — C-chace... — Gaguejo, perdendo o ritmo da respiração quando sua mão se aproxima da

minha boceta.

Por que diabos quero acordá-lo e implorar para que ele me toque?

O que estou pensando?

Nada.

Não estou pensando nada, só sentindo. E minha calcinha está molhando cada vez mais.

Consigo recobrar um pouco de juízo e agarro sua mão por baixo da coberta, impedindo que

isso possa ir mais longe.

O pensamento de que se eu abrisse minhas pernas poderia encaixar seu pau duro entre elas

me vem à mente e resmungo baixinho.

Sem perversão, Ocean Bailey!

E contrariando o que quero de verdade, dou um tapa na mão de Chace e me movo, pronta

para ir para longe, mas sua voz rouca e baixinha soa no meu ouvido: — Se continuar se movimentando desse jeito, vou me esquecer que conheço você há 27

anos, Ocean. — Sua voz parece carregada de algo muito forte, como se estivesse louco para que

eu me movesse e então pudesse fazer exatamente isso que disse. — E-estou tentando te afastar. — Droga! Será que entreguei o quanto estou excitada? — Preciso de um tempo. — Ele está muito excitado.

É impossível que isso crescendo na minha bunda seja ereção matinal.

Permaneço em silêncio, buscando colocar meus pensamentos em ordem.

Será que a falta de sexo faz isso com a gente? Sempre amei transar, essa é a verdade, e

confesso que sinto falta.

Minha vida sexual sempre foi muito ativa nos meus relacionamentos, pois acredito que

tudo vem em um combo: o amor, o sexo e o respeito. — Já teve seu tempo? — pergunto, nem um minuto depois, pois realmente não consigo

pensar em outra coisa conosco nessa posição.

Ele solta uma risadinha fraca que atinge o topo da minha cabeça e no meio das minhas

pernas.— Você deveria saber que não brocho fácil. — Em um piscar de olhos, estou deitada de

barriga para cima, com Chace em cima de mim, me olhando com seus olhos ardentes. O cinza

parece mais intenso nesta manhã. — Não sou como seu ex-namorado.

Sinto um pouco de alívio por ele não estar mais roçando o pau na minha bunda e me

tentando, mas ao mesmo tempo também sinto falta.

Vou me internar! — Foi apenas uma vez! Não devia ter te contado — murmuro.

O loiro sorri e aproxima o rosto do meu. — Eu não faço isso nem uma vez.

Semicerro os olhos em sua direção. — Está muito confiante! — Bato em seu ombro, querendo que se afaste, mas ele não faz

isso. — Isso é um problema que qualquer um pode ter. — Não quando um homem está com uma mulher como você — admite, fazendo com que

qualquer palavra em minha mente desapareça. Eu ficaria com você. A afirmação que ele fez

ontem à noite soa na minha cabeça. Maldição! — É isso que quero dizer, meio-metro.

Mas o que ele está dizendo?

Chace aproxima mais o rosto do meu e sinto meu coração voltar a bater de forma

acelerada.

Por que ele está cada vez mais perto? Minha boca seca e meus olhos caem para seus lábios.

Eles devem ser bons de beijar. — Mas como você é minha melhor amiga, nunca vai saber o que está perdendo. — Ele

sorri de lado e beija minha bochecha, bem próximo do cantinho dos meus lábios. — Vou para o

banheiro, meio-metro.

O safado se afasta de mim e corre para a suíte, me deixando esparramada na cama,

tentando entender que merda é essa agora.

Não posso arruinar minha amizade com Chace por um desejo estúpido.

São 27 anos.

Olho para o colchão ao meu redor e tomo uma decisão: sem cama para nós dois.

Papai entra no estúdio na casa que tenho em Denver e sorri ao me ver grudada no violão. — Você não muda, né? Achei que tiraria férias.

Decidimos passar alguns dias na cidade que nasci. Ficaremos até o Natal, em que nos

reuniremos na casa da Cora e Ed aqui em Denver. Não somos mais vizinhos, mas isso não quer

dizer que não continuamos morando próximos. — Até tentei, terminei de assistir três séries da Netflix, inclusive um desses doramas. Acho

que entendi por que Quinn é tão viciada neles, assisti Pretendente Surpresa e tive borboletas no

estômago.

Meu pai ri, se sentando ao meu lado. — Dá mesma forma que tem quando se apaixona? — Acho que é até pior — respondo, me sentindo triste. — O mocinho da série é muito

irreal. Posso dizer isso com propriedade, já namorei cinco vezes. — Românticos demais? — Pai, romântico num nível de um abraço ser melhor do que ver a cena de um beijo entre

os protagonistas — digo e seus olhos se iluminam. — Acho que é por isso que essas séries estão

fazendo tanto sucesso. Elas demonstram o amor, em que um abraço entre duas pessoas que estão

apaixonadas, pode ser mais íntimo do que um beijo. Antigamente não era assim? Tenho certeza

de que mamãe fez você sofrer um pouquinho antes de beijá-la. — Estava me lembrando disso agora, sabia? Cheguei a pedir a mão dela em namoro para

seus avós antes de beijá-la.

Sorri de lado. — Imagina se o beijo fosse ruim? — zombo dele.

Meu pai bagunça meu cabelo. — Essa é a diferença do amor para a paixão, filha. Se você só sente desejo por alguém,

pode acabar se decepcionando se o beijo ou algo mais íntimo for ruim, mas se ama aquela

pessoa, tudo nela se torna bom, porque o amor nos faz sentir dessa forma. — Faz sentido — murmuro e sem querer, penso em mim e Chace.

Não nos encontramos mais desde aquele dia em que dormi na casa dele. Meu amigo está

muito ocupado com os jogos e eu preciso colocar meus pensamentos em ordem, de novo. — E quando se tem desejo por uma pessoa, é provável que isso acabe depois que... sei lá,

mata a vontade?

Sempre tive muita liberdade para falar sobre tudo com meu pai. Minha mãe morreu muito

cedo, e então sobrou para ele me explicar tudo o que uma adolescente com hormônios devia

saber. Logo, é normal e ao mesmo tempo não é, pois ele ainda consegue ficar envergonhado.

Tudo bem. Deve ser difícil para ele saber que a única filha transa.

Pelo menos, meu velho não é do tipo ciumento. — Desejo pode surgir, mas ele demora muito para desaparecer — começa a explicar. —

Atração está ligado ao nosso corpo. Vamos pensar da seguinte forma: se você está com fome,

uma colher de arroz é suficiente?

Nego. — É a mesma coisa com o desejo... apenas sentir não ajuda. — Então...? — Preciso entender melhor. — Uma pessoa nessa circunstância ou deve ceder ao desejo, ou tentar fazer com que ele

desapareça sem se envolver. — Mas essa última opção demora muito.

Ele concorda com a cabeça. — É por isso que as pessoas acabam cedendo. A paixão acaba mais rápido quando é

vivida, e acho que você sabe disso.

Confirmo com um movimento de cabeça.

Então... não.

Dou risada sozinha.

Eu não vou beijar o Chace para parar de sentir atração. — Essas perguntas são por causa da sua ideia de se relacionar sem compromisso? Ainda

estou meio receoso disso, filha. Como seu pai e empresário...

— Não se preocupe, pai. Acho que nem se eu tentasse, conseguiria. — O tranquilizo. Sou

muito romântica e dramática para viver algo casual.

E mudo de opinião rapidinho, sobre tudo.

Antes, estava animada com a ideia de ficar casualmente com caras, mas foi só parar para

pensar direito, que percebi que não faz sentido. Não para mim. O encontro que tive há algumas

semanas prova isso.

Meu velho parece tão aliviado que até a cor volta para seu rosto. — Vamos mudar de assunto. — Entrego o violão para ele, que o segura mesmo sem

entender. — Estou com saudade de compor com você.

Papai sempre amou música e tenho quase certeza de que se não fosse esse amor, que ele

inclusive passou para mim, eu não seria a cantora que sou hoje. Meu primeiro álbum foi

composto inteiramente por nós dois.

Só a partir do segundo que comecei a envolver compositores externos. — Também sinto saudade. — Ele começa a tocar uma melodia aleatória no violão. —

Qual ideia da música? — Tenho pensado que durante todos esses anos, sempre quis viver algo que você e mamãe

viveram. Esse tipo de amor que não acaba, mesmo quando o outro não está mais nessa terra. —

Os olhos dele marejam. — Quero viver algo cúmplice, romântico, sexy, divertido... leve. Não

tóxico, imaturo ou cheio de desconfiança.

Ele sabe que já vivi cada um desses.

Existe um bom motivo para Chace odiar todos os meus ex-namorados. — Um amor como esse... — ele murmurou, começando uma nova melodia. — Podemos

fazer isso, filha.

Sorrio.

É melhor me concentrar exclusivamente nisso.

A música é a melhor coisa que tenho, nada pode tirar isso de mim.

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