CHACE LAWSON
Os casos de uma noite nunca são complicados para mim.
Eu simplesmente vou até um clube privado, tomo algumas bebidas com meus amigos do
time e quase sempre saio acompanhado de alguma mulher que me desperta atenção. Geralmente,
elas querem o mesmo que eu, o que é bom, pois isso não torna as coisas complicadas.
Dessa vez não é diferente.
Encontro uma morena bonita uma hora depois de beber com os caras, me despeço deles e
venho parar no mesmo hotel luxuoso que trago todas as garotas com quem fico. É um lugar
discreto, no qual minha agente tem um contrato de sigilo. Nada sobre meus casos pode sair daqui
ou então a multa será altíssima.
Até hoje eles têm respeitado isso, mas não quer dizer que o mundo lá fora não saiba que
sou um homem que curte a vida de solteiro. As pessoas são muito boas em encontrar brechas
para invadir a vida particular de uma figura pública e eu, como um dos maiores running back da
história do futebol americano, sempre estou propenso a ter minha vida pessoal invadida.
Não posso reclamar.
Esse é o preço que pago por fazer algo que amo, e não mudaria por nada nesse mundo.
Fecho a porta do quarto atrás de mim e agarro a garota de cabelos longos e escuros.
Ela é incrivelmente gostosa.
Tem uma cintura fina, bunda firme e boa para apertar, coxas grossas que me deixariam
mais excitado se estivessem ao redor da minha cintura, e seios médios que terei o prazer de
chupar esta noite.
Tenho certeza de que o nome dela é Mia. A morena não é exatamente o meu tipo de
mulher, porque se vamos falar sobre tipos, posso acabar assustando por ser o oposto.
Loira, um metro e meio, um corpo gostoso que eu facilmente partiria ao meio se tivesse a
chance de fodê-la. É tímida e safada ao mesmo tempo, determinada, autêntica, confiante,
persistente, um pouco surtada...
Por que estou pensando nisso?
Terei uma noite incrível com Mia. Começar a semana extremamente bem depois de gozar
bastante nessa boceta e... Meu telefone toca no fundo do meu bolso.
Só pode ser brincadeira!
Como todo homem sensato e de pau duro por ter a boca e as mãos de uma mulher gostosa
explorando seu corpo, deveria ignorar, e esse até seria o certo se não fosse aquele toque. — Hum... você acabou de se tornar mais interessante por gostar tanto da Ocean ao ponto
de ter a música dela como toque do celular — a mulher diz, mordendo o lóbulo da minha orelha.
Ela realmente não me conhece.
Seguro seus ombros e a afasto alguns centímetros. Mia me olha confusa enquanto pego o
aparelho no bolso. — Sinto muito. — Peço, balançando o celular na minha mão. — Preciso atender essa
ligação.
Talvez, só talvez, a mulher queira me matar pelo olhar que está me lançando agora. Mas
não é como se eu pudesse ignorar essa chamada.
Porra!
É ela. — Oi? Espero que você tenha um bom motivo para me ligar, estou no meio de um
encontro importante. — Atendo a ligação e tudo o que recebo em troca é o silêncio. — Por que
está quieta?
Então eu escuto... no fundo da chamada, quase de forma inaudível, um soluço.
— Desculpa. — A voz chorosa dela soa do outro lado da linha. — Estou em Nova York e
queria ver você.
Engulo em seco.
Ela está em Nova York? De repente, todo o tesão que estava sentindo há poucos minutos
desaparece.
Maldição!
Eu só queria foder. Será que é tão difícil assim?
— Chace... — Ela chora mais. — Nós terminamos.
Sim, é muito difícil.
Por que fui inventar de ter uma melhor amiga? Por que quando se trata dela sou tão
benevolente? Ou pior... Por que de todas as mulheres do mundo, me apaixonei justamente por
ela?
Isso só pode ser dívida de jogo de uma outra vida! — Ok — respondo, sem dar muita abertura para falar no telefone. — Estou a caminho.
Escuto mais um soluço antes de desligar a chamada.
Encaro Mia e lhe lanço um dos meus meio-sorrisos, totalmente sem graça. — Era uma mulher? — Os olhos dela fervem em minha direção. — Você é
comprometido? — Não! — respondo rapidamente.
Que isso? Ser um canalha solteiro tudo bem, agora ser um canalha comprometido? Detesto
traição de todos os tipos! — É minha irmã. — Não é mentira, aquela um metro e meio me enxerga mesmo como um
irmão. — Sinto muito, gatinha. Podemos marcar para outra noite...
A morena solta uma risada forçada. — Babaca!
Ela pega a bolsa que caiu no chão quando entramos e caminha tão rápido em direção à
porta, que em um piscar de olhos, já está fora do quarto.
Olho para baixo, mais especificamente, em direção ao meu pau. — Maldita Ocean Bailey!
Ser o melhor amigo da maior cantora pop da atualidade não é fácil, e posso provar.
Antes de chegar à entrada do condomínio em que fica o apartamento da Ocean, sinto que
estou sendo filmado. Não é algo incomum para pessoas famosas como nós, mas considerando
que é de noite, mais especificamente meia-noite, não consigo evitar sentir raiva.
Não posso arrumar briga. Não posso.
Bandos de fuxiqueiros!
Sei que é o trabalho deles, mas o que custa serem respeitosos e não uns completos idiotas
sem educação? Caralho!
Cumprimento o senhor da recepção, que já me conhece há anos, e caminho em direção ao
elevador. — Ansioso pelo próximo jogo, Lawson. — O senhorzinho que não me lembro o nome, soa
atrás de mim, parecendo animado. Viro-me e sorrio para ele. — Mandaram muito bem no jogo
de quinta. — Continuamos dando o máximo de nós. — O elevador para no térreo. — Espere pelo
nosso melhor, senhor.
É uma pena que não me lembro do nome dele. O cara parece curtir muito o futebol e é um
grande fã do meu time.
Entro no elevador e aperto o botão do décimo terceiro andar enquanto penso em que
momento errei para estar a caminho de consolar minha melhor amiga quando podia estar
recebendo um boquete.
Posso estar parecendo um idiota, e talvez eu até seja um pouquinho, afinal, homens são
todos canalhas, e sei reconhecer isso, mas não é esse o ponto.
A questão é que Ocean Bailey deve me odiar muito no fundo daquele coraçãozinho gentil.
Só isso explica o fato de ela me ligar para ser seu ombro amigo para chorar no seu... o quê?
Quinto término? Porra! Ela só tem 27 anos, por que não consegue ficar sozinha? Além de ter que
ouvir e ler toda a merda que falam sobre ela lá fora, tenho que me controlar para não a sacudir
pelos ombros e assumir que nenhum homem vai ser bom o bastante para ela.
Não vou entrar no tópico de quem é o ideal para ela.
Digito a senha de entrada do seu apartamento e entro, encontrando a cantora de cabelos
loiros e corpo pequeno, enxugando suas lágrimas com um lenço, que provavelmente tirou da
caixa quase vazia ao seu lado.
Suspiro, chamando a atenção dela.
Seus olhos azuis brilham em minha direção, tão intensos com suas emoções tristes que me
quebra ao meio.
Esqueço da mulher que saiu do hotel.
Esqueço do tesão que foi interrompido.
Esqueço o motivo que estava reclamando.
Não sinto mais raiva por minha amiga ser tão iludida por caras idiotas, apenas o cuidado
que sempre me cerca quando a olho.
— O que foi agora, meio-metro? — pergunto, fazendo a mesma graça de sempre com seu
apelido ao me aproximar dela. — Seu melhor amigo está aqui agora.
Sento-me no sofá e nem preciso fazer outro movimento, porque Ocean vem com rapidez
em minha direção, se sentando no meu colo como nos velhos tempos e deitando a cabeça no meu
ombro. Passo meus braços ao redor do seu corpo, sentindo-a chorar mais quando sente meu
carinho em sua cintura, e esse som, que tanto odeio vindo dela, me faz voltar a sentir raiva.
Mas não dela.
Do babaca que ela insistiu em namorar por cinco anos. — N-nós não temos mais salvação — ela admite, se referindo ao antigo relacionamento. —
Precisei terminar, Chace. — Quer me dizer o que aconteceu? — O mesmo de sempre... Mark parece que não me entende, e ele não se esforça por mim,
como eu fiz por ele todos esses anos. — É bom saber que ela acordou. — Acho que não somos
compatíveis.
Só agora que você percebeu?
Preciso controlar minha língua ou vou acabar falando uma merda que vai deixá-la irritada,
e como sei que está próximo do dia dela entrar na TPM, não quero acordar o capeta antes da
hora. — Não é mais uma das brigas de vocês? — Eles discutiram muito nesses últimos meses, é
normal que eu pense que esta situação seja mais uma delas. — Não. — O tom de voz demonstra certeza. — É por isso que vim para Nova York. Não
quero ficar em Denver, aquela casa me traz lembranças.
Descanso meu queixo no topo da cabeça dela enquanto a abraço e aproveito o momento
em que seus olhos não estão em mim para fazer uma careta.
Lembranças do quê, exatamente? Não consigo entender por que Ocean gosta tanto daquele
idiota!
Eles se envolveram quando minha amiga estava fugindo da onda de haters por ter
namorado um ator mais velho, logo depois de ter namorado um cantor muito famoso. Eu sei, é
confuso pra caralho.
Minha amiga teve ao todo 5 namorados.
O primeiro foi quando estávamos na escola, ela tinha 15 anos e não durou muito, porque
logo Ocean saiu da cidade e foi lutar pelo sonho de ser cantora.
Quando minha loira estava no lançamento do seu primeiro álbum de estúdio, iniciando sua
carreira musical, ela se envolveu com Brody, um autor que deveria ter a mesma idade na época.
Eles só duraram 4 meses. O motivo do término? O babaca a traiu.
Com 19 anos, Ocean teve a brilhante ideia de namorar Aiden, um cantor que até hoje é tão
famoso quanto ela, e sofreu uma chuva de ataques por causa de fãs ciumentas. Durou pouco,
cerca de 6 meses, e logo terminou por causa do ódio gratuito e da falta de privacidade que ambos
tinham quando estavam juntos.
Ela resolveu ficar um tempo solteira, mas esse tempo só durou 2 anos, porque logo minha
melhor amiga estava me apresentando Asher, um ator quase 15 anos mais velho e por quem
estava muito apaixonada.
Adivinha? A paixão acabou 10 meses depois.
E quando pisquei, Ocean esmagou meu coração ao começar a namorar com Mark
Gallagher, quarterback do New York Titans. Isso mesmo! Meu rival! Ela não tem nem um
pouco de dó do meu pobre coração.
Por que ainda sou amigo dela?
Ah, porque a amo. — Pode ficar aqui essa noite? — pergunta, limpando mais uma vez o rosto com outro
lenço. — Não quero ficar sozinha.
Meu coração acelera um pouco, confesso.
Faz tanto tempo que não passo a noite na casa dela, que não estou preparado para dormir
ao seu lado novamente. Sempre tivemos o costume de dormirmos juntos quando éramos
crianças, adolescentes e adultos solteiros, sem compromissos com outra pessoa que pudesse
estranhar esse nosso comportamento.
Dormir com Ocean é meu momento favorito da nossa amizade, pois são nesses instantes,
que coloco uma ilusão na minha cabeça de que ela é somente minha. Eu posso abraçá-la, sentir
seu corpo colado ao meu, sentir seu cheiro... posso estar com ela, e isso, sempre foi importante
para mim. — Já passou da meia-noite, acha mesmo que eu iria para outro lugar? — provoco um
meio-sorriso nos seus lábios. E isso é bom, vê-la sorrir me conforta. — Só tem um problema...
tenho certeza de que alguém me viu entrar aqui mais cedo.
Ela dá de ombros. — Não é como se não soubessem da nossa amizade.
Isso.
Nossa amizade.
O motivo que nunca me deixou ir além com ela, que sempre me paralisa quando penso em
tentar conquistar seu coração. — Vai parar de chorar por aquele idiota? — Não me aguento e pergunto, recebendo um
tapa no peito. — Você sabe que estava guardando isso há muito tempo.
Ocean levanta o rosto e descansa o queixo no meu ombro. Meu coração acelera com a
proximidade, e tenho até receio de que ela perceba.
Anos tentando controlar esse órgão estúpido no meu peito, e não consegui chegar a
nenhum resultado.
Tem também o fato de que ela está sentada no meu colo, me abraçando como se eu fosse
tudo o que precisa neste momento. Nunca poderia reagir normalmente a isso.
Ela é uma mulher muito linda.
A mais linda de todas.
Seus cabelos são longos e loiros, e amo fazer cafuné neles; seus olhos em um tom de azul,
são os mais expressivos que já tive oportunidade de ver; seu rosto oval e bochechas um pouco
cheinhas, a faz parecer inocente e isso esconde muito da sua personalidade sexy. Ela também é
dona de um sorriso contagiante e tem a menor altura no mundinho de cantores, com seu 1,51m. — Desculpa ter ficado com seu rival. — Por cinco anos — respondo, ressentido pelo tempo e pelo idiota. — Esse
relacionamento poderia ter durado tão pouco quanto os outros.
Ela bate no meu peito. — Idiota! — Tenta se afastar, mas a puxo para meu colo novamente. — Pode ir para sua
casa, não te quero mais aqui.
Arqueio as sobrancelhas, achando graça do biquinho que se forma em seus lábios.
Poderia beijá-los!
Ela já não está mais chorando e isso me deixa aliviado pra caralho. Ocean vai superar esse
filho de uma boa mãe, tão rápido quanto os outros.
— Estava guardando isso há muito tempo, já falei.
Ela revira os olhos. — Achei que ele seria o certo, sabe? Mas em todos esses cinco anos juntos, ele não falou
nem uma vez em noivado. — Só de ouvir essas palavras saindo da boca dela, sinto minha pele se
arrepiar. — E quando pensei que ele iria me pedir em casamento, Mark me veio com aquele
pedido idiota... — Que pedido? — Seus olhos se arregalam e noto que ela não queria dizer isso. — Que
pedido, meio-metro? — Mark começou a ter ciúmes de você nesses últimos meses— responde, me causando um
certo choque. — Ele disse que não éramos apenas amigos, que somos muito próximos. Falou que
estávamos jantando sozinhos sem ele, nos encontrando na casa um do outro, e implicou porque
mando a maioria das minhas músicas para você antes dele.
Dou risada, achando graça de verdade do babaca. — Ele acha que somos amigos há três anos? Porra! Nos conhecemos desde que tomávamos
banhos pelados no lago atrás da casa da sua avó.
Já chega o idiota tê-la roubado de mim!
Queria a nossa amizade também? — Nós éramos crianças quando nadávamos pelados no lago da vovó — ela lembra com os
olhos brilhantes, parecendo ser transportada para aquela época. — Então... Nós tivemos mais
uma discussão porque ele queria que eu me afastasse de você porque a internet toda o via como
uma piada por causa do nosso shipper, e não queria ser mais visto dessa forma. Pelo jeito
machucava seu ego frágil.
Sempre soube que Mark era um idiota, mas admito que estou me surpreendendo por ser
ainda mais. Tudo bem que toda a internet shippava um relacionamento entre mim e Ocean, e isso
acontece desde que entrei para NFL. O mundo inteiro sabe sobre a nossa amizade, e muitos
acreditam que possa haver mais do que uma relação de amigos entre nós e que só a gente que
não percebeu ainda.
A questão é que eu percebi, mas a minha querida amiga aqui... ela é um pouco mais
complicada. — Estar com você machucava o ego dele, ou pensa que não sei o quanto ele odiava ser
visto apenas como seu namorado, mesmo sendo um quarterback de um time da NFL? Você
nunca pôde ir em um jogo dele, e nesses cinco anos, também nunca foi em um meu. — Porra!
Isso ainda me machuca.
Durante todos esses anos, a nossa amizade não mudou, exceto por não dormirmos mais
juntos, afinal, eu arrumaria briga com o Mark se pedisse para a loirinha dormir comigo como nos
velhos tempos. E tenho certeza de que se ele soubesse que fazíamos isso, teria ainda mais
paranoias sobre nós.
Acontece que Ocean teve que parar de ir aos meus jogos pois Mark não gostava. Mas
também nunca foi aos dele, porque acabaria chamando mais atenção do que o esporte jogado.
Eu falei que ele é um grande filho da puta! — Não queria chamar atenção para mim. — Você ou ele não queria? Nunca teve medo da fama, Ocean.
Ela suspira. — Falando assim, parece que o Mark é um babaca. — Mas ele é! Será que ela não
enxerga? — Ele foi bom para mim por um tempo, tínhamos uma boa relação e... era tranquilo.
Diferente dos outros relacionamentos.
É isso que ela me diz através do seu olhar.
Minha amiga sempre sonhou em viver sua história de amor, mas a fama parece ter tornado
isso ainda mais difícil. Alguns se aproximam apenas por conveniência; outros nem fazem
questão de tentar se aproximar, porque a invejam... Então, acho que a entendo, mesmo odiando
muito isso.
Ela conheceu Mark em um momento em que precisava separar a vida pessoal da
profissional, pois da forma que estava, com todo o ódio gratuito que recebia, tudo era julgado e
isso a fazia mal.
A fama sempre tem um preço, pois ela é acompanhada de haters, e sendo uma mulher, a
cada álbum mais bem-sucedida, Ocean sofre até hoje.
Ocean nunca imaginou que faria tanto sucesso, mesmo eu sempre falando o quanto é
merecedora dele. Ela imaginava que apenas seria uma cantora com alguns hits, não que suas
composições se tornariam hinos aos quais a maioria das pessoas se conectaria.
Essa mulher canta sobre o que todos querem ouvir: sentimentos.
Ocean Bailey tem uma capacidade de enxergar tudo ao seu redor e transformar em letras
para suas músicas. Ela tem um dom e, porra... eu sou o maior fã dessa mulher! — Desculpa! — Minha amiga pede e me volto para ela. — Sinto falta de comparecer aos
seus jogos.
Com ela me pedindo perdão desse jeito, toda fofa? É difícil não me render.
Nunca fiquei bravo por muito tempo com Ocean. E depois de alguns jogos, entendi que
não podia exigir algo, não sendo apenas o melhor amigo.
Se ela não ia até o jogo do namorado que demonstrou amar tanto, por que iria no meu?
Seria estranho se isso ocorresse, por isso, ela quis evitar boatos sem sentido. — Não é como se eu conseguisse ficar bravo com você — confesso e ela sorri.
A loira me abraça apertado e afunda seu rosto no meu peito. — Amo você, Chace. — Eu também te amo, Ocean.
Muito.
Muito mais do que você imagina.
Tanto que o pensamento de não querer mais que você sofra por esses babacas e me
enxergue como um homem, e não só como melhor amigo, volta a crescer em mim.
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Atualizado até capítulo 38
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