Capítulo 12

Loren

Não estou bem. Ver o que aconteceu com a pequena Laura deu gatilho em uma lembrança reprimida e bloqueada de tantos anos que havia me esquecido.

Era como se nunca tivesse acontecido. E agora estou aqui com esse pesadelo em minha mente me torturando... Estou em meu quarto assistindo a Laura brincar e penso:

— A Laura é muito forte. Ela acabou de passar pelo pior trauma de sua vida e ainda consegue brincar com bonecas e transparecer essa calma.

Eron comprou várias coleções da Barbie para a Laura e ela está perdida e feliz entre as bonecas. E eu aqui quase surtando.

— Quer conversar, diabinha? — Dei um pulo quando ele fala mostrando estar perdida em pensamentos e falo me recompondo:

— Quero conversar com você. — Olho para a pequena Laura — Mas não aqui. Podemos ir para outro lugar?

— Claro! Vamos para o meu quarto! — Eu olho

para Laura e aviso:

— Laura, eu já volto, fique aqui e não saia.

Quando chegamos no quarto de Eron, ele me abraça por trás e beija meu pescoço... Mas não posso fazer isso agora.

— Eron, o Daryl é um maldito pervertido que vende anjos? Não esconda de mim. Você não sabe como o que eu vi fudeu meu psicológico.

— Quero acabar com ele desde que descobri. Não éramos fã um do outro, mas quando descobri que ele vende "anjos" no mercado negro... Tenho sede em matá-lo, mas não posso.

— Vou te ajudar a fuder a alma desse maldito desgraçado. E não vai ser nem pelo dinheiro agora. Na verdade, faria de graça. Embebedaria ele e o empurraria na água só para vê-lo se afogar

— Não faço o tipo que se preocupa ou demonstra algum tipo de afeto. Mas acho que precisa da sua família. Quero poder confiar em você, então estou te liberando para ficar três dias com a sua família. Se o Daryl ligar diz que está na Síria cuidando de uma cabra... Mas tire esses dias para você.

— Por que está fazendo isso? Pensei que estaria em uma bela gaiola dourada até te pagar o que minha família deve.

— Eu já tive alguns problemas na minha vida antes... Sei que a família, quando se tem uma, é importante para ajudar a curar traumas. Vai diabinha, mas não me desaponte, volte na segunda feira.

— Obrigada... Vou levar a Laura comigo. Acho que você não leva jeito para a hora do chá cor de rosa. Estarei aqui na segunda.

Dou um abraço nele e sigo para o meu quarto. Ao chegar lá vejo a Luara brincando.

— Laura, está afim de conhecer seus avós? Eles vão ficar muito felizes por te conhecerem... Vamos arrumar uma mala?

— Eu posso mesmo ir para a casa deles? Eles vão mesmo gostar de mim?

— E por qual motivo eles não gostariam? Você é uma linda. Vamos arrumar uma pequena mala, vamos passar 3 dias lá.

Pego uma pequena mala para arrumar as coisas da Laura. Não acredito que Eron mandou entregar tantos vestidos, shorts, saias, casacos, blusas, camisetas, sapatos.

Ela é apenas uma menina e tem tantas roupas aqui para ela. Eron me olhou antes de entrarmos no carro e parecia triste. Ao chegarmos em casa meu pai e minha mãe não acreditaram ao me verem e vieram me abraçar dizendo:

— Eu pensei que tinha te perdido para sempre meu amor. Que saudade de você.— Téa fala.

— Nós ficamos péssimos sem você e estávamos pensando que aquelas ligações eram coisas da nossa cabeça. — Jay comentou risonho.

— Mas eu mandei dinheiro para vocês, sério que estavam pirando tanto assim?

— Não ter você aqui não nos fez bem, Lore. Estamos velhos e queremos nossos filhos bem. —Téa fala sentida.

— Por falar nisso, cadê os meus irmãos? Eu não estou vendo eles por aqui. Pensei que a família estava unida... O que está acontecendo? Eles não estão naquela vida, né?

— Eles não estão mais naquela vida! E nem nós estamos. Você pediu para sairmos desta vida, você quase perdeu a sua vida pela nossa e isso era o mínimo que poderíamos fazer por você. — Jay falou com meio sorriso.

— Eles estão trabalhando no aeroporto! Conseguiram através de um dos contatos que nós temos, e eles estão ganhando bem! — Téa responde.

— Fico feliz com isso, eu estava realmente muito preocupada com todos vocês! Não quero que outra pessoa ameace a vida de vocês.

— Estou vendo alguém agarrada a sua mão com olhinhos curiosos para nós! Vai nos apresentar? — Jay questiona.

— Ela é linda! Filha de alguém que você conheceu ou você é a babá da filha daquele homem de ferro? — Téa pergunta.

Dou risadas da forma como minha mãe fala sobre Eron.

— Mãe, pai, conheçam a Laura. Neta de vocês.

Vejo os dois abrirem um enorme sorriso e puxar a Laura para eles dando um enorme abraço duplo.

Depois que eles ficaram mimando a Laura por um tempo perceberam que eu estava ali por algum motivo.

— Vai esperar por quanto tempo para ser sincera sobre a sua vista? E nem adianta vir falando que não é uma visita. Você chegou com malas. — Téa perguntou afoita.

— Tenho que ir embora na segunda de manhã. Tenho um trabalho me esperando... Mas eu precisava desse momento com vocês. — Olho para Laura e depois para os dois e meu pai diz:

— Pelo visto a conversa é séria. Laura querida, vamos lá atrás no quintal. Quero que cuide dos filhotes da Frida para mim, enquanto conversamos com a sua mãe, pode ser?

— Sim, vovô! Amo cachorrinhos. Quero ficar com eles.

— Laura, meu anjo, não poderemos levar todos. Talvez apenas um. — Meu pai leva a Laura que está muito animada para conhecer os cachorrinhos.

E eu fico aqui na sala encarando a minha mãe esperando o meu pai voltar, mas nesse momento eu estou muito nervosa. Me faltam palavras para descrever o que eu passei.

Reviver aquilo tudo não faz bem para mim, mas eu sei que eu preciso desabafar com quem eu amo. Contar a verdade pelo menos... Agora que sou adulta. E eu espero que eles entendam porque eu não contei antes.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***