Capítulo 11

Eron

Estou acompanhando o dia da diabinha só pela escuta que ela carrega. Eu não consigo ver nada, só escuto as conversas e risadas, até que escuto em um determinado momento, Daryl, dizer para ela que tem uma reunião importante.

Mas a mesma em vez de segui-lo para gravar algo diz que vai ao banheiro, só que na saída dela ao banheiro algo acontece.

Eu escuto sons como se alguém tivesse batendo em outra pessoa com algo pesado. Até que escuto a voz dela, parece que ela encontrou algo que não deveria e precisa de ajuda.

Claro que eu enviei um pessoal meu rapidamente até o iate, mas quando eles voltam trazem apenas uma menina.

Pergunto a idade dela e ela diz que tem 10 anos. Nesse momento eu fico preocupado com a diabinha, porque sei o que ela fez. Eu olho para a menina e pergunto:

— O que aconteceu? Qual o seu nome? — E ela começa pelo seu nome.

— Laura, eu tenho 10 anos, a minha mamãe disse que eu precisava ir com aquele tio que estava lá. Ela disse que era para o meu bem e que o dinheiro que ela recebeu do tio iria servir para ela poder dar um lar para o meu irmãozinho que só tem um mês de vida. Só que eu pensei que aquele tio era bom, mas ele não é bom. Ele mandou aquele homem velho fazer maldade comigo e aquela tia quando viu bateu nele com o extintor de incêndio. Eu acho que ela matou aquele velho, tinha muito sangue e aquela tia é muito forte, só que ela fala coisa feia.

— Ela não fala coisa feia, Laura. Ela só não deveria dizer palavrão perto de você. Mas creio que o que aconteceu com você a deixou fora de si. — Tento ouvir mais alguma coisa... Só que está um silêncio total.

— O que aconteceu com você, diabinha? Por que matou um homem no iate daquele bastardo? Como vai sair dessa?

Se eu não conseguir falar com ela nos próximos 30 minutos, vou invadir aquele iate pessoalmente. Por um momento olho para a menina e vejo que suas mãos estão em uma parte específica do seu pequeno corpo.

Olho nos olhos dela e pergunto:

— Está doendo muito onde está com a mão?— E ela sem graça responde:

— O homem velho fez algo aqui que não podia e está doendo ainda. Tio, o que vai acontecer comigo?

— Foi a minha diabinha que te salvou, então ela decidirá! Mas fique tranquila, não terá mais uma vida ruim e terá todo o conforto que merece.

Zac chega e lhe peço para levar a pequena menina até a médica que tem na mansão para ser cuidada por ela.

No momento em que eu decido sair para ir atrás da minha diabinha a mesma entra pela porta num rompante e pergunta:

— Onde está a menina? Cadê ela? Você não a deixou ir, né?

— Ei... Calma! Quero saber de você como se livrou da morte e depois te falo onde a menina está.

— É sério, Eron. Ela está mesmo bem? Ela está aqui?

— Sim! Agora diz para mim, você matou aquele tarado pervertido? Como se livrou da culpa por matar o homem?

Somente agora estou vendo marcas nela, no rosto, pescoço, ombros e braços. A saída de praia dela está rasgada e eu fico nervoso e pergunto:

— Daryl fez isso com você?

— O quê? Não! Fui eu mesma. — Eu olho para ela surpreso — Tive que fingir que aquele monte de bosta humana tentou abusar de mim, fiquei sentada no chão do quarto apenas esperando alguém aparecer lá para fingir que estava desesperada e frágil.

— Ele realmente acreditou em você? Estou

impressionado. Você conseguiu a confiança de Daryl em pouco tempo.

— A garotinha? Ela está bem? Não pude salvar ela a tempo. — Ela parece vulnerável e acaba se abaixando ao chorar.

Se surpreende quando eu vou até ela e a pego no colo.

— Você vai me contar que merda é essa que está fudendo seu psicológico e vai ser no quarto.

Ao chegar no meu quarto a coloco em minha cama, vou até a banheira e encho de água coloco algumas coisas dentro para perfumar e fazer espuma.

Vou até o quarto e pego ela pela mão, puxo para dentro do banheiro. Ela tira apenas a saída de praia que está rasgada e entra na banheira com o biquíni, depois que se sente confortável tira as duas peças e me entrega.

Vejo a diabinha abraçar as pernas e contar do 10 ao 1. Até que começa a falar:

— Eu sempre digo para todos que não fui abusada pelos lares que passei... Mas omiti algo. O irmão do pai adotivo que me adotou um pouco antes dos meus pais, uma certa noite enfiou aquele dedo imundo dentro de mim. Eu acordei com dor e medo. Ele me bateu e saiu do quarto. Dei graças a Deus quando fui entregue para o lar de adoção novamente.

— Você também passou por um lar de adoção? — Ela balança a cabeça que sim. Só agora lembrei que tenho uma pasta com tudo sobre ela em meu computador que ainda não li.

Irei ler hoje ainda. Preciso saber quem foi o

desgraçado que fez isso com ela e pode ter certeza que irei matar.

Vejo ela aos poucos se acalmar e quando termina seu banho e se veste, levo ela para ver a menina onde está.

Elas se abraçam, a menina está um pouco melhor do que estava quando chegou aqui e a minha diabinha decide que a menina vai ficar com ela.

Ela quer dar uma vida melhor para Laura e eu aceito ser pai adotivo da menina. Só não vou fazer nada com quem pegou ela porque a minha diabinha já fez questão de matar o cara.

Mas a partir de agora quem mexer com essa menina, vai conhecer as mãos de Lúcifer e vai implorar para morrer. Fico ali olhando as duas.

Estou ansioso para ler a pasta que contém tudo sobre a minha diabinha quero saber quem foi capaz de fazer mal a uma criança.

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