NOAH...
Os olhinhos brilhantes da minha princesa valeram cada minuto dentro de um avião com a minha família, que apesar de ser muito valiosa para mim, passaram o vôo de volta para o Brasil, enchendo a minha paciência.
Principalmente a vovó Rafa, que depois que eu e a Luna assumimos para todos que decidimos quebrar os padrões e nos dar uma oportunidade de nos conhecer como casal.
A família toda aprovou? Não! O nosso avô quase me desmembrou no meio da sala, sob o olhar de todos da família. Mas... Quase todos estão a favor de nós dois. Agora, já em solo carioca, e prestes a entrar na universidade, vejo mais uma vez o grupinho que estava tirando com a cara do Nolan, se aproximar dele, que está a todo custo tentando equilibrar os vários livros no braço e fechar o carro com a chave, já que é um bem antigo.
Ando até ele seguro os seus livros, olhando firme para o grupinho de marmanjos.
— Noah?! — sorrio para ele.
— Bom dia, Nolan.
Ele fica um pouco tímido, posso ver pela forma como as suas bochechas ficam vermelhas, e acho isso um pouco diferente, vindo de um homem, mas não crítico.
— Achei que você estava viajando, ou algo assim... Ouvi rumores pelos corredores.
— Foi uma viagem rápida, era aniversário da minha namorada, e como ela está morando na Espanha... Fui fazer uma surpresa.
— Felicidades a vocês dois — aceno com a cabeça e volto a olhar para os quatro trombadinhas.
— Eles implicaram com você enquanto estiver fora?
— Qual é, cara... Não precisa bancar o meu guarda costas... Dá pra ver que eu quem seria um empregado seu, só por ter um armário seguindo você para todos os lados — olho para trás, vendo o Lucca, meu segurança, vestindo roupas "comuns", mas sempre em meu encalço.
— Digamos que o meu pai insiste em ter um segurança na minha cola, mesmo eu tendo praticado judô, jiu-jitsu e karatê desde novo, e... Tenha faixa preta nas duas primeiras, sou um ótimo lutador de boxe e tenho treinamento de autodefesa, até atirar eu sei, só não tenho licença para andar armado.
— Caramba... Estou me sentindo um banana, não sei dar nem um soco.
Solto uma gargalhada estrondosa.
— Acredite, até eu conseguir dar um soco perfeito levou vários meses de treinamento. E olha que eu treino desde os sete anos, por isso sou... "Mestre".
Seguimos pelo corredor até chegar na nossa sala, que é a mesma, fiz questão que ele sentasse ao meu lado, pois, não vou permitir que aqueles riquinhos mimados maltratem uma pessoa como o Nolan, que de longe, podemos ver que ele não é rico como nós.
A aula acabou algumas horas depois, e mais uma vez, acompanhei o Nolan até o estacionamento.
— Então você mora com a sua mãe?
— Sim, o meu pai faleceu alguns anos atrás, e a única herança que tivemos, foi a casa em que já morávamos, que foi a empresa que ele trabalhava que deu como uma indenização, já que foi um acidente fatal no trabalho... Recebemos mais um dinheirinho por fora, mas... A minha mãe tem uma doença crônica há alguns e infelizmente mal deu para pagar o tratamento inicial. Eu ajudava em casa fazendo uns bicos para comprar o alimento, e alguma coisa que faltava, não deixando de estudar, é claro... Hoje só estou aqui na faculdade porque ganhei uma bolsa integral... Na verdade... O diretor conheceu o meu pai antes dele falecer, e... Meio que cobriu a outra parte da minha bolsa, mas eu tenho que fazer valer todo esse reconhecimento.
Sinto um aperto no peito ao ouvir a história no Nolan, pois, nunca me faltou nada, de dinheiro a amor, família... Até mesmo saúde posso dizer que nunca precisei passar por nenhum tratamento, no máximo um resfriado.
Espero ele entrar no carro e ligar, mas o carro não pega de jeito nenhum, abro o capô e dou uma olhada, já que entendo mais ou menos sobre carros, vejo uns fios quebrados, cabos importantes no funcionamento.
— E agora... Se o carro não pegar vou me atrasar para o trabalho... E o meu chefe é bem rígido com horários. Não posso perder o meu emprego, o tratamento da minha mãe depende dele...
— Calma. Vamos no meu carro, nós guinchamos o seu até uma oficina e você vai trabalhar. E se o merdinha do seu chefe te demitir, eu falo com o meu pai para te dar um emprego, garanto que não vai ficar desempregado.
Ele me olha como se temesse a mim, e odeio ver esse tipo de olhar nas pessoas. Faço ele andar até o meu carro, e o Lucca — meu segurança — dá um jeito de prender o carro dele ao meu, indo dentro dele.
Dirijo até uma oficina da confiança de minha família, e peço que façam uma revisão completa no carro, já que ele não está nas melhores condições por ser um carrinho já velho. Levo o Nolan até o emprego dele, mas... Surpreso ou não, o babaca do chefe dele o demitiu de imediato, já estava esperando com o dinheiro dos dias trabalhados, em mãos.
— Mas que cara imbecil... Será que ele nunca ficou no prego com o carro? — resmungo bem irritado com atitude do cara.
— Para onde agora, senhor Noah?
— Vamos para o escritório do meu pai, precisamos de um emprego para o meu amigo.
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Atualizado até capítulo 22
Comments
eu sinceramente acho esse Nolan suspeito, não gostei dele, acredito que ele mesmo quebrou os fios pra pegar carona com o Noah.
2024-05-06
2
Sophy
fico tão feliz com essas atitudes dele💙
2024-04-06
2
Daniela Balbino
autora saudade de vc..vc sumiu mais capítulos por favor.... .. .
2024-03-29
1