CAPÍTULO 6... LUNA

LUNA...

Não entendi a raiva do Noah, achei que ele ia ficar feliz, já que não quer tentar nada comigo. Depois que o papai saiu atrás dele, a minha mãe pediu ajuda com algumas coisas da loja dela.

Não contei não é? Ela abriu uma lojinha uns anos atrás. Roupa infantil, a loja é online, segundo ela, não quer uma física, — ainda — pois, dá muito mais trabalho. Aí ela faz a maior parte de casa mesmo.

Vocês devem se perguntar, e as aulas? Ela não era apaixonada por lecionar? E ela continua apaixonada, mas ela hoje dá aulas particulares, não são mais para crianças de três anos, são para algumas poucas crianças de 8 e 9 anos.

— Filha, podemos conversar? — ela fala enquanto confere a lista de novas peças que pediu na semana passada.

— Claro! Sobre o que é?

— Espanha, sentimentos... — acabo deixando os desenhos da nova coleção cair — Filha... Olhe para mim por um instante, tudo bem? — viro em direção a ela e a encontro com um olhar acolhedor, me sento ao lado dela no sofá e ela acaricia os meus cabelos.

Fico apenas olhando para ela, enquanto ela acaricia o meu rosto, a minha mãe continua linda, mesmo aos 42 anos, e nem aparenta ter essa idade. Já nos perguntaram até mesmo se somos irmãs.

— Porque decidiu ir para a Espanha? — abro os olhos surpresa, não pensei que a primeira pergunta dela fosse essa — O seu sonho sempre foi cursar em São Paulo.

Fico calada por alguns instantes, antes de responder.

— Preciso de um tempo só para mim... E a faculdade que escolhi fornece estágio em um dos restaurantes mais renomados da Espanha, quando alcançamos o último semestre do curso. E eu sempre tive mais curiosidade por pratos europeus...

— Tudo bem. E quanto a esse coraçãozinho? Porque está negligenciando ele?

Sinto os meus olhos arder, enchendo de lágrimas. Eu prometi que não derramaria nenhuma lágrima por conta desses sentimentos que tenho pelo Noah, mas é impossível não sentir quando ele sequer se importa com o que sinto.

— Não posso, mãe... Não posso dar ouvidos a ele...

A minha mãe me abraça, e sinto doer ainda mais. Porque amar dói tanto?

— Oh, meu amor... Não chora.

— Como não, mãe? Eu amo o meu irmão... Vejo ele como um homem, não como o meu irmão... O pirralho que sempre me defendeu de tudo... — a minha mãe põe as mãos no meu rosto, seca as minhas lágrimas, e há tanta doçura no seu olhar...

— Amar não é pecado, minha princesa.

— Mas somos irmãos...

— Vocês tem o mesmo sangue? — abaixo a cabeça — Vocês foram criados como irmãos, mas nunca foram. E nunca fomos o tipo de família que segue padrões para amar.

— Mas...

— Se você quer mesmo ir para a Espanha, e fazer o curso lá, vá! São apenas dois anos. E você pode vir para casa quando quiser. É você quem decide o que quer fazer. Quer deixar esses sentimentos vivos, deixe, mas não se martirize. Vocês dois são jovens, ainda vão viver muito, e bem... O Noah ainda precisa levar uns bons puxões de orelha por conta da libertinagem dele, mas... Pelo que conheço daquele garoto, ele te ama tanto quanto você a ele.

— Acha isso?

— Não, claro que não... Foi só um ataque de superproteção lá na mesa de jantar — a minha mãe revira os olhos — Luna Raquel, sério que está me perguntando isso? — sinto o meu rosto quente — Eu fiquei sabendo sobre a loja, e isso foi algo arriscado de se fazer, filha.

— Eu não tive culpa, ele quem mandou fechar. Eu só fui comprar umas peças...

— Tudo bem, vou fingir que o desfile nunca aconteceu — agora me sinto com a pele do rosto fervendo, com certeza estou vermelha — o que o seu pai disse sobre a Espanha?

— Me apoiou... Disse que quando eu for, avisasse a ele para ele ajudar nos gastos — sorrio lembrando do que o papai Renan falou — vou sentir saudades do Charlie... Acho que vou levar ele comigo kkkk

— Tenho certeza que ele iria sem nem pensar duas vezes kkkkk — recebo outro carinho da minha mãe — estamos conversadas?

— Sim...

— Ótimo. Agora vá atrás daquele cabeça dura que é o Noah e faça ele comer o restante do café, porque não comeu nem metade, e pelo que conheço dele, está esse tempo todo enchendo o boneco de borracha de porrada. Pra ele desmaiar é super fácil.

— Tá bom — deixo um beijo no seu rosto e saio do escritório que a mamãe divide com o pai Rick.

Passo na cozinha e pego um pote para preparar um lanche para aquele chato, faço uma salada de frutas seca, apenas com frutas coloridas, pego também um copo de leite e alguns biscoitos.

Sigo em direção a academia, e quando chego na porta, vejo o Noah na sala separada que o papai fez para ele treinar, ele estava dando alguns chutes no coitado do boneco, vejo quando ele dá um último chute e respira fundo.

Ele ainda está de costas, tira a camisa que está toda molhada de suor, joga longe, e eu fico só admirando o corpo perfeito que o meu irmão postiço tem, as suas costas são definidas, cheia de músculos.

Vejo quando ele salta numa barra alta, ficando pendurado do chão, e começa a flexionar para cima, os seus músculos ficam ainda mais visíveis, e isso está me causando sensações estranhas.

Conto cerca de 30 flexões, — eu já tinha deixado a bandeja com o lanche num banco, estava recostada na porta — ele para e se vira na minha direção, o que me dá uma visão ainda melhor do seu corpo agora de frente.

Dez gominhos!

Cinco de cada lado, e um belo "v" desenhado, indo direto para o cós da sua bermuda de moletom. Sei que ele está sorrindo enquanto eu observo cada mínimo detalhe do seu corpo, e não faço questão de esconder, ele fez o mesmo me vendo só de lingerie.

Subo o olhar, e olho para os seus braços, fortes, os ombros largos, peito também com bastante músculo. Esse garoto tem mesmo só 18 anos? Volto a analisar o seu corpo, parando agora no seu rosto, simétrico, lábios grossos e desenhados, sobrancelhas cheias, cílios longos... E os cabelos... Ondas macias que eu amo ficar puxando quando estamos deitados juntos.

— Terminou a análise de mercadoria? — ele fala baixo, a sua voz mais rouca que o normal, me causando arrepios.

— Quase... — ele levanta uma sobrancelha, o olhar profundo, ficando ainda mais pesado conforme se aproxima de mim.

— O que falta então? — estamos perto, perto de mais... Posso sentir o seu olhar penetrar no fundo da minha alma.

— Não vi o que mais tenho curiosidade de descobrir se faz jus aos comentários... — os seus olhos queimam a minha pele, estamos a centímetros, um do outro, um dos seus braços me prendendo contra a parede, enquanto o outro, segura a minha cintura.

— E o que seria o motivo da sua curiosidade? — sinto, mais do que ouço, a sua voz ao pé do meu ouvido, a minha garganta está seca, me deixando incapaz de proferir uma única palavra — Precisa me falar, para poder tirar a sua curiosidade, MINHA Luna...

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Comments

Maria Lima De Souza

Maria Lima De Souza

Fico aqui pensando, se ele era passivo ou ativo pegando garotos, nada contra tá! só curiosidade mesmo.

2025-04-02

1

Deise

Deise

🥵🥵

2024-03-22

3

viviane

viviane

luna 😘😘😘😘😘😍😍😍

2024-02-14

1

Ver todos

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