CAPÍTULO 7... NOAH

NOAH...

Antes de iniciar as minhas flexões, eu já tinha notado olhares sobre mim, e só pela forma como a minha pele estava arrepiada, e os batimentos mais acelerados, eu já sabia de quem se tratava.

Me senti fo da quando a Luna ficou me secando por um bom tempo, e se ela soubesse o quanto os seus olhares sobre o meu corpo estavam me afetando... Mas quero seguir o plano, e principalmente, quero ir até o fim com a proposta que quero propor a ela.

— Noah... — a sua voz baixa, ofegante, me tira o juízo.

— Responda, Luna... Qual o motivo da sua curiosidade?

Vejo ela engolir em seco, mas não quero dar tempo para ela pensar muito, olho bem fundo nos seus olhos, e ela desvia o olhar para a minha boca, era tudo que eu precisava.

Encerro os últimos centímetros que restam entre nós dois, selando os seus lábios com os meus. Ela fica parada, sei que é o seu primeiro beijo, então passo a minha língua contornando a sua boca, com calma.

Ela solta um som baixinho, peço permissão para que a minha língua entre na sua boca e ela a abre um pouco tímida, quando as nossas línguas se encontram, ouço o seu gem¡do.

Continuo o beijo com um pouco mais de calma, procurando ensinar a ela como fazer, e ela me acompanha, repete cada movimento tão bem, como se fizesse isso a vida toda. Quando nos separamos para recuperar o ar, ela está com os olhos fechados, os lábios inchados e vermelhos, assim como o seu rosto.

Ficamos alguns segundos com as testas encostadas, espero que ela consiga acalmar a sua respiração, e quando isso acontece, ela abre os olhos, e eles estão tão claros nesse momento.

— Meu Deus… — ela fala baixinho e abre um sorriso — é melhor do que imaginei… — acabo rindo da carinha que ela faz.

— Posso te dar vários outros se quiser — ela abre um sorrisinho de canto e eu avanço outra vez, para os seus lábios, mas antes, puxo a porta da minha sala, e travo.

— Porque travou a porta? — ela me olha e vejo a sua pupila dilatar.

— Não vou fazer nada que não queira, calma. Só estou nos dando um pouco de privacidade, porque se os nossos irmãos verem, vão espalhar para Deus e o mundo.

— Bem... Se levar em conta que Deus é onisciente e onipresente... Então ele já sabe sobre nós, não é? — sorrio para ela e me aproximo de onde ela está.

— Nisso você tem razão... — abraço a sua cintura a puxo para mais perto de mim — Posso?

Deslizo o meu polegar no seu lábio inferior, enquanto a minha mão vai até a sua nuca, segurando o seu cabelo firme, a fazendo arrepiar, ela assente, como se falar fosse doloroso.

Junto os nossos lábios, mas essa vez deixo a gentileza de lado e faço o que sempre quis fazer essa boquinha macia, dela, beijo com vontade, algo que me lembro, tenho feito nos últimos meses sempre que eu ficava com alguém.

As nossas línguas se encontram, a minha mão está na sua nuca, e a outra na cintura, enquanto a dela está ao redor do meu pescoço, auxiliando para que ela se ajuste ao meu corpo.

Aprofundo o beijo, chupo a sua língua e mordo o seu lábio de leve, ela arfa, e eu me aproveito disso para acariciar a sua nuca, ela se arrepia no mesmo instante.

Me abaixo só um pouquinho, para pegar ela no meu colo e a prensar contra a parede, as suas pernas prendem na minha cintura, eu a seguro com uma mão por baixo das suas pernas, enquanto a outra continua na sua nuca.

— Noah... — a sua voz... Arrastada, ofegante.

— P*rra Luna... Não fala assim...

O meu autocontrole está escapando pelos meus dedos, então paro o beijo, — a contragosto — e deito a minha cabeça na volta do pescoço da Luna. Dr*ga, se ela não falasse o meu nome, eu iria avançar de mais...

— Luna... Precisamos conversar... — me afasto do seu ombro, encontrando ela com os olhos fechados, desço ela do meu colo com cuidado e a coloco no chão — é sobre a Espanha...

— Não, Noah... Não vamos estragar esse momento... Por favor, eu já tomei a minha decisão... — os seus olhos enchem de lágrimas.

— Não vou pedir que desista do seu sonho. E nem tentar te impedir de ir... Pelo contrário, quero propor um acordo... — ela franze as sobrancelhas, me olhando sem entender.

— Um acordo?

— Sim... Você vai fazer os dois anos de curso em Barcelona, e eu continuo aqui, no Brasil, dou início na faculdade de administração, e foco na empresa.

— Mas...

— Nesses dois anos... Você vai se permitir conhecer uma pessoa. Enquanto eu... Vou aquietar o meu "facho". Nada de farras, nada de mulheres, homens, só estudos e empresa.

— Porque está me propondo isso? Você está praticamente pedido que a gente inverta os nossos papéis, já que você é o pegador, e eu a que nunca beijei.

— Ouça, por favor... Precisamos saber se o que sentimos é real, Luna... você conhecendo outra pessoa, ou quantas preferir conhecer, vai poder descobrir novos sentimentos, se autoconhecer... Enquanto eu... Eu sempre busquei em outras pessoas, o que só via em você. Eu me dando esse "castigo", seria uma forma de me conhecer também, de pôr a prova se eu estava procurando você em outras, ou apenas uma forma de... Te esquecer.

— Isso é insano! — ela me empurra, e aponta um dedo na minha cara — Você não pode fazer isso com a nossa vida, Noah... Não pode...

— Se você não aceitar, podemos continuar com as nossas vidas como estão, eu permaneço pegando todos, você continua uma beata e fingimos que somos irmãos que não sentem nada um pelo outro.

— E porque não podemos nos dar uma chance? É porque não tenho experiência como as outras? — as suas palavras foram ditas na intenção de me machucar, e conseguiram — Você não sente nada, por mim, Noah... Se realmente sentisse alguma coisa por mim... Você iria lutar para ficarmos juntos sem se importar com os obstáculos. Mas olha que ironia, você quer que eu dê os meus sentimentos a outro, quer ficar longe de mim, com a intenção de "descobrir se é real". Quem diz que ama tem certeza disso, não diz por dizer. Mas pelo visto...

Ela sai sem dizer nada, e mais uma vez vi que eu pisei feio na bola, mas cada uma das suas palavras... Dr*ga, elas fincaram na minha mente, me fizeram gritar e socar o meu boneco de luta com tanta força que ele caiu no chão e sangue saiu das minhas juntas de dedos.

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