CAPÍTULO 2... LUNA

LUNA...

Viver sob o mesmo teto que o cara que você ama, e ter que fingir que não sente mais do que amor de irmãos é um grande desafio... Mas é isso que tenho feito há tempos, e tudo culpa do Noah.

Sim... Eu gosto do meu irmão, que na teoria não é meu irmão de verdade, e o jeito desleixado com que o Noah leva a vida... Me afeta. Já vi ele aos beijos com diversas pessoas, o primeiro beijo dele foi com um garoto da oitava série.

Já eu... Nunca beijei ninguém na minha vida. Estou me guardando. Não por falta de gente dando em cima de mim, mas... Por opção mesmo. Sei que o Noah é proibido para mim, então apenas vivo a minha vida esperando por alguém que desperte uma fração do que sinto por ele, ou me faça esquecer esse sentimento...

Ontem o Noah deu uma surra no Kauã, filho do diretor e um dos garotos mais babacas da escola, ele não sai da minha cola, já falei "não" pra ele um milhão de vezes, e ele já recebeu ameaças do Noah a mesma quantidade de vezes, mas o cara não escuta.

Aí está agora, eu e o Noah a caminho do shopping. Nós já tiramos a nossa carteira, mas não gosto muito de dirigir, prefiro ir no banco carona, observando ele dirigir todo atento ao trânsito, exatamente como nesse momento, ele fica tão...

— Ouviu, princesa?

— Ãn... Oi?! — pergunto, não fazendo ideia do que ele está a dizendo.

— Perguntei se o seu pulso ainda está doendo muito — ele desvia o olhar do trajeto por alguns segundos, só para olhar nos meus olhos — é que você está segurando ele como se estivesse sentindo dor.

— Ah... — olho para o meu colo e vejo que fiz exatamente isso — Não está não... Só está... Um pouco roxo, mas coloquei esse lenço para disfarçar e as pessoas não ver.

Ele apenas balança a cabeça concordando e volta a atenção para a estrada. Poucos minutos depois, ele estaciona o carro no shopping, dá a volta no carro e abre a porta para mim, e isso é uma coisa que ele já quase chorou uma vez só porque eu desci antes dele abrir. Assim que desço, ele pega a minha bolsa e já coloca no ombro.

— Assim vai ficar parecendo que somos um casal, e não irmãos.

— Essa é a ideia — ele fala tão baixo que acredito que não tenha falo para eu ouvir.

Ele me estende a mão e eu pego, começamos andar pelas lojas do shopping, e ele queria que eu entrasse em todas, perdi a conta de em quantas lojas entramos, não comprei tantas coisas assim, as poucas coisas que escolhi, foi por insistência do Noah.

— Almoço? — ele fala quando saímos de uma loja de ferramentas culinárias.

— Vamos. Estou faminta.

Escolhemos uma mesa da praça de alimentação, e pedimos almoço do restaurante da nossa tia, pois, ela abriu um aqui no show uns anos atrás, e tem feito o maior sucesso viu?

— Onde quer ir agora? — ele me pergunta segurando a minha bolsa e as poucas sacolas de compras — Que tal ir na loja do papai? Ele me disse que lançou umas peças essa semana e me pediu para mandar você escolher uma delas.

— Sério? — ele assente com um sorriso lindo — tudo bem então...

Seguimos até o segundo andar do shopping, a parte mais "cara", aqui a maioria dos clientes tem vários milhões no banco, mas... A nossa loja é uma excessão, pois, tem uma idêntica no andar de baixo, com peças de valores mais acessíveis para as pessoas com menos dinheiro.

Entramos na loja e o luxo nos recebe com dois beijinhos no rosto, é incrível a mudança de ambiente. Uma das atendentes ao nos ver praticamente corre na nossa direção, já sabendo quem somos.

— Boa tarde! No que posso ajudar os senhores?

— Boa tarde! A nova coleção, queremos dar uma olhada — o Noah fala com cara de poucos amigos.

A moça se encolhe um pouco e sai em direção a vitrine de lançamentos, ando atrás dela e assim que vejo as peças brilhando, com valores absurdos, suspiro baixinho, cada peça dessa vale muito dinheiro.

Olho para uma correntinha minimalista, de ouro com alguns pequenos diamantes formando borboletas, e me apaixono no mesmo instante.

— Quero ver esse aqui, por favor... — a moça sorri e pega a chave para tirar a peça, quando ela me entrega, o Noah me ajuda a colocar, quando olho o espelho, fico ainda mais apaixonada — é lindo...

A peça era uma correntinha super fina, que se camuflava facilmente a minha pele, o detalhe que tinha, eram três borboletas tão pequeninas que não tinha nem mesmo um centímetro ao todo.

— Concordo, ficou perfeito em você — ele fala sorrindo.

— Esse colar acompanha esse anel — a atendente me entrega uma caixinha de veludo e o anel é tão delicado...

Olho para o anel em minha mão, são duas fileiras, uma fininha, com várias pedrinhas minúsculas de diamantes, e uma segunda com algumas pedrinhas e uma borboleta menor ainda.

— Coube direitinho... Posso levar esses dois? — pergunto ao Noah e ele sorri ainda mais.

— Pode sim — ele fala e deixa um beijo na minha têmpora — moça, passe o código das peças para o nosso pai — ela assente e vai até o caixa resolver a "papelada".

Saímos da loja uns minutos depois, e continuo usando ambas as peças, e o colar que o Noah me deu no meu aniversário passado, que foi feito por ele.

Essa é composta apenas por um fio de ouro com um pingente de borboleta, com um centímetro e meio, simples, delicada, e que eu não tiro por nada.

— Onde mais quer ir? Cinema? — o Noah me pergunta quando passamos em frente a uma loja de peças íntimas e eu tenho uma ideia melhor.

— Não. Na verdade estou precisando renovar o meu estoque de lingerie... Me ajuda escolher?!

Vejo ele engolir em seco, mas ao contrário do que achei que ele fosse fazer, ele apenas me puxa loja a dentro e segue até a área dos provadores, onde se senta numa das poltronas.

— Quero assistir a um desfile hoje. Sempre te ajudo escolher todas as suas calcinhas, mas nunca te vejo vestida em nenhuma delas. Hoje quero primeiro ver você vestida em quantas conseguir experimentar antes de eu escolher elas.

Sinto o meu rosto quente, mas a ideia de ver o Noah me analisando vestida apenas num conjunto de lingerie me faz sonhar acordada, imaginando que essa cena possa ser correta.

Ignoro o meu coração bobo, que está batendo acelerado, e sigo até os corredores da loja, escolho vários conjuntos de diversas cores e modelos, e um a um, visto para receber a avaliação do meu "irmão", o meu Amor Proibido.

Não podemos ficar juntos, mas, porque não posso tirar uma casquinha sempre que tenho oportunidade?

O meu coração e mente sempre travam uma batalha quando o assunto é o Noah.

E sinceramente... Estou cansada de deixar as vocês deles dois sempre abafadas.

Quero me arriscar, ainda mais agora que vejo o olhar do Noah queimando sobre mim.

Não é um olhar como das outras vezes, de carinho, é de desejo, o mesmo olhar de desejo que vejo os outros homens lançarem sobre mim.

Mas a questão não é essa, é: Devo me jogar de cabeça e viver esse Amor Proibido, ou sufoco esse sentimento e continuo vendo ele apenas como o meu irmão?

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Comments

Sophy

Sophy

Sim, se joga e cai sentada Luninha 💜

2024-02-24

2

Sophy

Sophy

Uau

2024-02-24

1

Sophy

Sophy

💜

2024-02-24

1

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