LUNA...
Estou no jatinho da família, com os meus pais e irmãos aqui também, prestes a pousar na Espanha, não desgrudei do Noah desde que entramos no jato, e agora 13 horas depois, continuo na mesma posição.
— Não fica assim... Ainda vamos ficar uma semana aqui com você.
— É que já estou com saudade de casa... — falo já sentindo falta do calor do Brasil, aqui está com quase dois graus.
Um carro grande nos esperava, — vantagens de ser uma das famílias mais famosas do mundo joalheiro, sim, a minha família é a segunda maior do mundo quando o assunto são joias exclusivas.
Não irei ficar num dos quartos do campus da faculdade, já tem um apartamento alugado por três anos, — nem me perguntem o porquê de três, e não dois — por isso fomos direto para lá.
Era tudo aconchegante, são três suítes com banheiro e closet, sala, cozinha, uma varanda fofa com vista para a cidade, tudo já mobiliado.
— Uau... Vou morar aqui sozinha? — pergunto olhando o tamanho do apartamento, tudo bem que era pequeno em relação a casa que cresci, mas ainda assim, é enorme para um pessoa só.
— Sim, princesa. Mas com o tempo você acostuma — a mamãe faz carinho no meu rosto.
Vejo o papai sentado no sofá com um copo de whisky e me pergunto onde ele achou isso, se não vi bar em lugar algum da "casa", nos dividimos nos quartos, e ficou assim: papai e mamãe no maior, eu e Noah em um, e os gêmeos no outro.
— Gostei dessa ideia de dividirmos o mesmo quarto — jogo um almofada nele.
— Assanhado.
No outro dia fomos a escola onde vou cursar, os meus pais deixaram tudo certo, assim como pagaram todos os equipamentos necessários de primeira mão, o diretor fez questão de nos acompanhar num tour por toda a escola, nos mostrando cada canto do lugar.
— É realmente um bom lugar... Espero que a minha princesa seja bem tratada aqui — o meu pai falou firme enquanto apertava a mão do diretor, quando o tour acabou — já tem o meu contato, Alfred, qualquer imprevisto que ocorra, é só discar.
— Claro, Sr Jones.
Saímos dali e só quando chegamos ao carro, que todos nós começamos a rir.
— Vocês viram a cara de medo que aquele velho ficou? — o papai fala fazendo todos rir ainda mais.
— Também né, pai, o senhor quase colocou uma mora lazer nele — a Lili é quem fala agora.
— Oh pai... Tem certeza que a Lu tem que ficar sozinha aqui? Não posso ficar com ela não? — o Bê é quem pergunta, agarrado em mim.
— Sim, filho, ela vai ficar sozinha aqui, e não, você não pode ficar com ela.
— Isso é injusto... Vou perder a minha parceira dos jogos noturnos...
— BENTO...
Ele se cala no mesmo instante, os olhos ficando quase do tamanho da armação dos seus óculos, a Lili serra os olhos em nossa direção, e eu apenas sorrio para ela.
Os demais dias que a minha família passou aqui foi muito bom, mas a cada hora que se passava, mais dor eu sentia em me separar deles... "É só por dois anos" era o que eu me dizia o tempo todo, "Você pode fazer uma visita sempre que quiser", papai disse antes de nos despedirmos.
.
As minhas aulas iniciam hoje, uma semana depois da confirmação da minha vaga, como o meu pai — Jesus, estou parecendo uma patricinha — deixou um carro simples aqui comigo, desço até o estacionamento e dirijo até a faculdade.
Aqui é enorme, sigo até a sala onde irei ter as aulas práticas, o primeiro semestre é todo baseado nisso, teoria. Quando estou chegando na sala, uma moça moreninha, acaba tombando em mim e os seus livros vão ao chão.
— Me perdoe...
— Está tudo bem, aqui — pego um livro de confeitaria que ela tinha deixado cair — em qual semestre você está?
— É... Hum... Primeiro, hoje é o primeiro meu dia aqui. Mas estou um pouco atrasada porque moro do outro lado da cidade e acabei dando o endereço errado ao táxi...
— Ah, claro... Aliás, sou a Luna.
— Daniela, mas... Pode me chamar de Dany, sabe.
— Tá bom kkkk
Ela segue entre os outros alunos e entra numa sala que fica do outro lado do corredor. Entro na minha sala e estava com metade da capacidade, ocupada. Escolho um lugar próximo à janela, e pouco a pouco a sala encheu.
Foram duas horas de aula, a primeira hora, era sobre as comidas tradicionais da Espanha, e a segunda, sobre um pouco da culinária europeia. Tivemos uma pausa de 15 minutos, então tirei para mandar mensagem para a minha família.
Primeiro falo com o Noah, ele tinha acabado de acordar e estava indo para a academia, acabei ficando os 15 minutos conversando com ele. Nos últimos dois horários, um rapaz sentou ao meu lado, o perfume dele era enjoativo.
— Saulo Fernandez — ele disse estendendo a mão, quando a última aula acabou.
— Prazer, mas se me der licença, estou atrasada para um compromisso — eu não queria ser mal educada, só não estava afim de conversar com uma pessoa que passou a aula inteira, me encarando.
Saio do prédio, desejando ver a Dany em algum lugar, mas não a encontro jos corredores. Quando estou no estacionamento, indo em direção ao meu carro, vejo ela tentando ligar o celular que está claramente com algum problema.
— Oi... Precisa de ajuda? — ela vira na minha direção e vejo um certo alívio no seu rosto.
— O meu celular acabou a bateria e não estou conseguindo pedir um Uber... Pode pedir para mim?
— Posso te levar em casa, estou de carro.
— É que a minha quitinete é do outro lado da cidade... É quase uma hora daqui até lá... Não vai te atrapalhar?
— Claro que não. E você parece estar pedindo socorro — abro um sorriso pequeno para ela — e então, aceita a carona?
— Tudo bem...
Abro um sorriso ainda maior quando ela aceita, fomos até o meu carro e ela coloca o endereço no GPS. Bem que ela disse, é um longo caminho até lá, mas eu não sei fechar os olhos para quem precisa de uma ajuda, e ela parece estar gritando por socorro.
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Atualizado até capítulo 22
Comments
viviane
eu acho que esse Saulo vai encomodar
2024-02-18
1
Jussara Botelho
Acredito que Luna e Dany, se tornaram amigas, e Luna irá convidar a Dany para morar com ela.
2024-02-18
1
Maria Luiza
mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais 😘
2024-02-16
1