Capítulo 18. Aniversário

Carson passou dois dias no escritório, inclusive, dormindo no anexo, até que não tinha mais o que fazer e foi para casa. Ao chegar, desceu do carro, achando que estava no lugar errado. Vou Gomes na porta e perguntou, gritando, parado de frente para a fachada lúgubre e feérica:

— Mas o que é isso?

— O aniversário de seu filho, espere até ver o seu pai. — respondeu Gomes, divertido.

— Como eu não sabia disso?

Uma linda vampira, com longos cabelos e vestes negros, saiu pela porta.

— Desde quando você sabe ou se preocupa em saber algo sobre Jason?

— Não adianta querer me culpar por não saber sobre um filho que eu nem sabia que existia… quer saber? Tenho coisas mais importantes com o.que me preocupar e estou muito cansado. — passou por ela, como um furacão e entrou, ficando assustado com tanta teia de areia e insetos pelas paredes e teto.

Gina gargalhou do homem, que não sabia que a razão de seus problemas era ela. Jason e Nestor se juntaram a ela e ficaram recepcionando os convidados que chegavam. Todos estranharam o trio os recepcionando e perguntavam pelo Bumerang.

Kason dizia que apareceria mais tarde e assim todos chegaram e foram para o salão, onde haviam vários computadores ligados com jogos disponíveis. Mesas com diversos coquetéis e petiscos, cercavam o local, à disposição e farto  para todos.

Nestor amou andar e agitar sua capa e logo ficou mais entusiasmado ainda, quando um telão surgiu sobre a escada e todos se aproximaram para ver um avatar que anunciava o ápice da festa: o lançamento do jogo “Salve o Vovô “.

O Avatar dizia:

“ Olá a todos, antes de mais nada, parabéns Jason, pir seu aniversário e como presente, eis aqui o jogo que preparei para você: 

SALVE O VOVÔ

Este jogo se passa nesta casa e foi baseado na vida do vovô de Jason e na saga do neto em sempre estar cuidando e salvando-o dos perigos e armadilhas da casa. Esta é  a cada e agora vocês podem conhecer a casa, os roscos e jogarem o jogo, que está disponível a partir de: AGORA! “

Em todo perimetro da casa onde se passava o jogo, havia um indicativo e um dispositivo com piso e tela, onde os convidados podiam interagir. O jogo estava online e a festa a ao vivo.

Jason levou o avô para o salão e sentaram-se de frente ao sistema separado para eles.

— Olha vovô, o senhor está famoso, já temos meio milhão de seguidores.

Nestor via a tela e não entendia nada, mas o velhinho agotado e medroso na tela, era bem familiar e aos poucos,  se divertiu com as peripécias que ele passava. Começou a rir e percebeu que todos se divertiam como ele e o melhor, seu neto estava feliz.

Gina custou a acreditar que seu filho criou tudo aquilo e que Nestor aceitou tudo tranquilamente. Um videogame usando a casa e o avô, com minúcia de detalhes que só um perito poderia fazer.

Estava doida para que terminasse logo e pudesse pedir explicações a seu filho, mas estavam todos muito empolgados para irem embora, até que Carson saiu do quarto para comer alguma coisa e quase surtou com todo aquele movimento, que mal lhe davam espaço para passar.

Parou, pensou e foi direto para a caixa de energia da casa e desligou todos os disjuntores. A luz da casa apagou, mas os computadores e jogos, não. Então ele foi até Jason e segurando seu braço, o tirou da frente do computador e ordenou:

— Acabe com isso agora  ou você ficará sem internet por um mês.

— Você não pode fazer isso, é a minha festa, não sua.

— Se você não fizer, além de ficar sem internet, vai para um colégio interno onde nem televisão tem.

Gina não gostou da forma como Carson falou com seu filho, mas como também não estava gostando do exagero da festa, aproveitou:

— Obedeça, Jason.

— Mas, mãe…

— Agora, Jason. Eu errei em deixar você fazer tudo sem supervisão, já passa das dez horas. Encerre!

Jason voltou para o computador e mais uma vez o avatar apareceu e anunciou o encerramento, agradecendo e se despedindo.

Logo tudo estava terminado. Os computadores foram desligados e as luzes acesas. No dia seguinte, as equipes viriam e limpariam tudo, assim como recolheriam todos os equipamentos alugados.

— Pronto, terminou a festa e nem cantamos parabéns. — reclamou Jason.

Carson, apesar de surpreso, admirou muito a inteligência e capacidade do filho e resolveu fazer uma média, já que acabou com a festa.

— Não seja por isso, agora que os desconhecidos se foram, nós, a família, vamos cantar parabéns para você.

— É isso aí, filho, vamos cantar parabéns. Eu adorei a festa, Jason, vamos cantar parabéns.

Carson colocou Jason no ombro e levou-o para onde estava o bolo, seguido por Gina, Nestor, Marina Gomes, Pierre, os funcionários e Frida, que também estava presente. 

Depois de o colocar sobre uma cadeira, Gomes acendeu as seis velinhas sobre o bolo e cantaram parabéns. Jason não era mais o hacker ou o mini gênio, era apenas um menino de seis anos, feliz por comemorar o seu aniversário.

Porém, havia algo muito especial nesta comemoração, pela primeira vez, ele tinha uma família com ele, que não era só a sua mãe.

A noite terminou e todos se despediram. Gina levou o filho para o quarto, mas não falou nada, achou melhor conversarem no dia seguinte e apenas colocou-o na cama e deu boa noite.

— Feliz aniversário, filho. Deus te abençoe com muitos anos de vida.

— Obrigado, mamãe. A senhora gostou?

— Foi muito maior do que eu esperava…

— Foi a melhor de todas as festas, exceto pelo pai chato.

— Você pode não gostar dele, mas deve respeitá-lo. Agora durma.

Ele se virou de lado e fechou os olhos, enquanto Gina apagou as luzes e saiu. Então, ele colocou o celular para despertar e dormiu.

Quando o celular despertou, um pouco antes do amanhecer, levantou-se e foi executar sua vingança. Com um pote de vidro na mão, saiu do quarto, pé ante pé e foi ao quarto do pai. Abriu a porta devagar e se aproximou da cama onde o homem dormia.

Abriu o pote, despejou o conteúdo sobre a cama, saindo em seguida. Voltou para o seu quarto e dormiu até  ouvir o grito.

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