Capítulo 6. Exame de Paternidade

Ela continuou andando, pensando que devia vigiar o que seu filho fazia na internet. Sentaram-se aesa posta e ele completou:

— Você não precisa se preocupar, mamãe. Eu vou cuidar de você e ninguém vai te magoar, nem o vovô e nem o papai.

Ela olhou para o seu filho e ficou imaginando como teve um filho tão capaz.

*

Nestor descobriu que foi implantado um vírus em seu computador e não conseguiu resgatar mais nada, pois o vírus comeu até o que estava na nuvem e ele precisou comprar outro computador. 

Infelizmente para Jason, o processo de guarda não tinha nada a ver com os dados de Nestor e assim, ele recebeu a visita de agentes de uma clínica para fazer o teste de DNA.

Carson também entrou com um processo e o juiz verificou que haviam dois processos para a mesma criança, por isso, determinou apenas um exame para constatar a parentalidade.

— Mamãe, tem umas pessoas aqui para fazer exame em mim. — disse Jason batendo na porta do quarto de sua mãe.

A equipe da Clínica estava na recepção e havia ligado pedindo permissão para subir. Ainda eram 7 horas da manhã e Gina estava acordando.

— Peça para subirem, enquanto me visto, mas me espere para abrir a porta.

— Sim, mãe.

O menino foi até o interfone e autorizou a subida da equipe. Ficou esperando, ouvindo atrás da porta, até que o elevador parou em seu andar. Logo Gina estava ao seu lado e abriu a porta antes que a campainha tocasse.

Eram três pessoas, dois técnicos e um oficial de justiça, que lhe entregou o documento de solicitação do exame, pela justiça. Depois de ler o documento, deixou-os entrar e só então eles viram Jason, que estava oculto atrás da porta.

— Então, este é Jason Batista?

— Sim, sou eu.

— Podem entrar, vamos para a sala.

Estavam no hall de entrada e havia um pequeno móvel ali, onde Gina colocava suas chaves.

— Podemos fazer aqui mesmo, será rápido.

Eles utilizaram o móvel para colocar sua caixa e rapidamente recolheram uma amostra de saliva, mas também recolheram sangue com uma seringa.

— Sangue também? — perguntou Gina, vendo o filho fazer uma careta.

— É para prevenir. São dois processos, senhora, está no mandado. — disse o oficial.

Realmente foi rápido e logo eles estavam indo embora ponto Gina abraçou o seu filho, consolando, pois não tinham como impedir que seu pai e seu avô tentassem conhecê-lo.

— Não se preocupe, querido, vai dar tudo certo. Eles não vão conseguir tirar você da mamãe.

— Eu sei, mãe ponto que tal panquecas para o café da manhã?

Era incrível a frieza dele em lidar com as situações adversas.

— Eu prefiro pão de queijo, vamos lá fazer? Daqui a pouco Marina chega.

Foram para a cozinha e Gina colocou alguns pães congelados para assar, enquanto Jason, habilmente pegou os ingredientes para fazer as panquecas.

Depois de 40 minutos e uma cozinha bagunçada, a mesa estava posta para o café. Marina chegou e viu a bagunça, mas não se aborreceu, era raro mãe e filha fazerem algo juntos.

— Bom dia, família. Vejo que prepararam um bom café da manhã — disse Marina.

— Fizemos para você também, Marina, sente-se. Vamos ter um bom dia hoje, sim. — convidou Gina.

— Se você acha um dia chuvoso, bom, então sim. — respondeu Marina  sorrindo e sentou-se para comer junto com eles.

— Bom dia, Marina. Vieram aqui e tiraram meu sangue hoje.

Marina franziu a testa e olhou para a expressão do menino aborrecido. Olhou para Gina que lhe enviou um sinal para não perguntar.

— Então seu dia não começou muito bem, mas com certeza, vai melhorar, acredite. O que começa ruim, sempre termina bem.

Jason sorriu, pois sabia que o que ela estava falando não era verdade, era só para consolá-lo e ele gostou dela querer o agradar.

Gerson e Leo, por sua vez, não gostaram nada daquele início de dia, pois a polícia bateu em suas portas e os levaram em uma condução coercitiva e precisaram chamar seus advogados, rapidamente.

No meio da manhã, chegou a Carson a notícia da prisão dos amigos e ele não soube o que fazer, já que não tinha ideia do que estava acontecendo. Havia recebido a visita dos técnicos para o exame de paternidade e soube que seu pai também fez o exame.

Ligou para o advogado que contratou e perguntou quanto tempo demoraria para o resultado do exame.

— Leva em torno de 20 dias, mas o processo em si, deve demorar mais.

— Tudo bem, não tenho pressa. Sabe alguma coisa sobre a prisão do Gerson?

— Ele foi indiciado por atentado ao pudor e chantagem.

— Quanto tempo de prisão?

— De dois a seis anos, mas como as mulheres não deram parte, talvez ele seja obrigado a cumprir apenas serviços sociais. O pior para ele é a repercussão, ele perderá seus clientes e poderá ir à falência.

— Obrigado, doutor.

Carson desligou e chamou a equipe jurídica, que respondia a Carson. Quando chegaram, estavam envergonhados e de cabeça baixa. Ele entendeu que todos sabiam o que estava acontecendo e não comunicaram a ele, então, para poupar a empresa, rescindiu o contrato e mandou-os embora.

— Pesquise um escritório de direito com gama de integridade, Cléber. — ordenou ao seu assistente.

— Sim, senhor. Pesquiso um de contabilidade, também?

— Por quê? — perguntou Carson, franzindo as sobrancelhas.

— O senhor Luiz também foi preso por fraude fiscal.

Carson bateu na mesa com o punho fechado, fazendo tudo pular. 

— Mas que inferno, o que está acontecendo aqui?

— Parece um ataque maciço, será que farão algo contra o senhor, também? — perguntou Cléber, displicente, teclando em seu tablet.

— Vira essa boca pra lá…

— O senhor Rodrigues teve seu computador invadido e perdeu todo seu conteúdo. — contou Cléber, que foi incumbido de vigiar as ações do velho, desde que Carson descobriu que o pai estava doente.

— Ele recuperou os dados bancários e outros dados de pastas compartilhadas, mas o pior é se fizerem novamente. Saber que existe alguém que tem esse poder, é amedrontador.

— Ainda mais essa, e agora!

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