Capítulo 18

Maxime

Acordei muito disposto e cheio de raiva, não podia permitir que a família de Natália continuasse com aquela perseguição sem sentido, uma coisa era certa, eles precisavam ser barrados, a forma que eu achava ideal para fazer isso era bem simples, pagando.

Como meus pais sempre me explicaram, com o dinheiro se pode fazer qualquer coisa, contanto que faça para o bem de alguém e não para o mal.

Bom, eu estava agindo pelo vem de Natalia, a menina não podia mais sofrer daquela forma, eu era novo no Brasil, mas conhecia algumas pessoas com influencia, antes de sair da minha cabine me arrisquei a fazer algumas ligações.

Fiz vários contatos novos, mas o que tinha me feito ganhar o dia tinha sido o contato de um apresentador de um tele jornal bastante famoso no país.

A conversa foi bem simples e fácil, ele me deu as informações depois de explicar a ele a minha versão da historia, claro que dei a ele total liberdade pra divulgar a minha versão dos fatos sem me identificar é claro.

Como eu tinha sido "apresentado" por alguém de suma confiança dele e por ele também ser muito bem informado e conhecer o nome Ravel, tudo foi questão de ajustar a noticia da concorrência.

Depois eu liguei para meus garotos de recado, que seriam meus advogados, eles foram incumbidos de passar muito dinheiro pra família de Natalia, em troca de calarem a boca e desaparecer da vida da garota.

Eles não tinham noção do que podiam pedir, pediram tão pouco, mas pelo que entendi era o suficiente para comprarem uma casa e viver sem tantas dificuldades, não posso negar que fiquei com pena e pedi para darem o dobro do que foi pedido, no mesmo dia eles receberiam o dinheiro e tudo seria registrado em cartório, meus advogados eram bons.

resolver todos esses pepinos antes do meio dia não foi muito agradável, mas eu tinha que fazer alguma coisa, pedi documentos falsos para Natalia, iria manter o primeiro nome da garota, mas alteraria o sobrenome e a idade, apenas para poder leva-la para fora do país comigo.

Perto do horário do almoço escutei batidas na porta da minha cabine, eu sabia quem era, era meu amado Darlan, ele nunca se esquecia de me paparicar, de manhã ele ja tinha vindo aqui me trazer o desjejum, um verdadeiro príncipe.

— Boa tarde, vai mesmo perder o dia lindo lá fora e ficar enfiado ai o dia todo? — Inqueriu abrindo a porta.

— Ja saio, estava resolvendo umas questões, decidindo nosso próximo destino, Seattle ou Paris, mas pra irmos a mocinha precisa de documentos novos, sabe que a cara dela está estampada na maioria dos jornais como a garota que foi raptada por estrangeiros.

— Aposto que ja resolveu tudo isso... — Darlan me deu um meio sorriso e colocou uma das mãos na cintura.

— Resolvi, mas o resultado dos tramites só saem a tarde, pensei em deixar ela conhecer melhor vocês, ela acabou virando nossa responsabilidade Darlan, ela não tem pra onde ir, voltar pra família ou pra pensão é muito pouco pra uma garota como ela. — Falei olhando um pouco triste pra ele, eu sabia que ele dentre todas as pessoas entendia como Natalia se sentia.

— Relaxa, a gente entende isso, ela está com Anastasia, estão terminando o almoço, Anastasia decidiu que vai cozinhar hoje e arrastou a Natalia com ela, elas estão se dando bem.

— Sabe que eu tinha medo de Ann, não gostar dela, Ann não demonstra mais é ciumenta, por mais que eu dê a ela minhas garantias de ama-la, ela as vezes não gosta das visitas que temos.

— Max, ninguém iria querer ver o marido com outra pessoa, você a fez me engolir e agora ela está aceitando Natalia, você é um canalha, mas a gente te ama. — Devo admitir que era a primeira vez que ele falava assim comigo, me senti um pouco desconfortável, mas a logo sorri pra ele.

Na verdade fingi que não dei muita importância, era meu jeito de lidar com assuntos delicados do casamento, fingir que estava tudo bem para manter a paz, por isso nunca tivemos nenhuma briga ou discussão.

Eles adotaram esse estilo de vida, eles eram calmos e nunca ficavam pegando no meu pé por nada, eu gostava de ser livre, mas gostava ainda mais de ter pra onde voltar, eles eram minha casa meu abrigo meu amparo, sem eles minha vida certamente não teria sentido algum.

Me troquei diante de Darlan e logo notei que ele não me dava os mesmos sorrisos maliciosos, a falta de comentários também foi um pouco estranha, ele nunca foi frio desta forma, talvez estivesse mesmo apaixonado por Ann e quisesse ser fiel a ela.

Me senti desprezado e como se estivesse sobrando dentro do relacionamento, foi um pouco estranho de certo modo, mas é claro que isso deveria ser coisa da minha cabeça, ele veio me chamar pra almoçar e não pra transar comigo.

De imediato me senti um idiota tarado por ter pensado naquele tipo de coisa, bebi um gole de agua pra recobrar o juízo e sorri forçado pra Darlan, ele pareceu não entender, tudo bem, eu também não entenderia minhas atitudes.

O que diabos eu estava fazendo da minha vida? Queria que eles me dessem toda atenção do mundo, mas eu nem era pra estar aqui com eles na viagem, o combinado era eles viajarem sozinhos, aposto que Darlan me convidou de ultima hora pra não ficar um clima estranho no ar, eu não tinha o direito de julgar absolutamente ninguém nessa vida, muito menos Darlan e Ann.

Eu ja tinha feito ambos sofrerem com minhas canalhices e só não me separava de ambos pois eu os amava, eu amava demais estar com eles, nunca me imaginei longe de nenhum dos dois, isso era algo até assustador pra mim.

Agora tinha Natalia, eu queria colocar ela dentro de nossa família estranha e ela parecia tão bem perto deles, pude confirmar isso quando cheguei próximo ao local que elas estavam colocando a mesa, uma sorrindo pra outra, ajudando e tendo o máximo de interação possível.

Fiquei até um pouco pasmo, afinal não era costumeiro ver Ann, tão bem perto de outra pessoa, outra pessoa que provavelmente se relacionaria comigo além de Darlan.

Darlan ao se juntar com as garotas, também parecia bem disposto a interação social, estranhei isso, mas eles eram bons, eu tinha que confiar que eles me amavam e que queriam meu bem apenas, eu sabia que eles me amavam e isso era mais do que suficiente.

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