Capítulo 12

Maxime.

Naquele dia eu acordei mais cedo do que de costume, uma das nossas representantes queria uma nova reunião, aparentemente meus peixes estavam fazendo sucesso no mercado brasileiro e eles queriam mais.

Estava feliz com isso, logo quando comecei a resolver as coisas pelo celular Ann, me apareceu na cozinha, seu olhar estava triste, embora ela ainda tentasse sorrir, como se estivesse tudo bem.

Eu sabia que algo estava errado com ela, era nítido isso, não pensei duas vezes e a chamei para sair comigo.

Ela não ia me contar seus motivos, Ann, sempre foi muito independente e nunca me pediu ajuda pra resolver suas questões.

Por isso cabia a mim ter o mínimo de bom senso e ficar um tempo com ela, eu deixei Darlan encarregado de cuidar de Natalia e tudo parecia ficar bem.

Realmente acho que ficou, pois o banco me mandou inúmeros SMS sobre meus gastos, respondi a todos com um sim enorme.

Mas Ann, ainda estava quieta e distante, talvez o problema fosse eu, se com Darlan as coisas estavam indo bem, então era comigo o problema.

— Vamos almoçar, depois retornamos as reuniões. — Falei passando um braço por sua cintura.

— A noite podemos ir a alguma balada o que acha?

— Sabe, eu não me sinto muito festeira hoje, estou nervosa demais...

— Eu sei que está, já te falei que se quiser se separar pode fazer a qualquer momento e meus negócios com sua família vão continuar, não precisa ficar nesse relacionamento se não quiser. — Comentei buscando aqueles olhos que tanto eu amava, Ann, era simplesmente a mulher mais linda que eu já tinha conhecido, me apaixonei por ela logo a primeira vista, mesmo sendo um casamento arranjado.

— Eu sei disso Max, mas essa menina que chegou agora, tem o Darlan também, sabe que estamos inseguros com suas aventuras. — Ela deu um longo suspiro e me olhou cansada. — Um dia vai se cansar de ter a gente por perto.

— Não me cansei até agora, eu gosto de ter pessoas ao meu lado, e eu tô gostando da menina, ela é muito simpática e simples, ela não vai roubar o lugar de ninguém, vai apenas acrescentar em nossas vidas.

— E quando ela pedir pra ser única? — Ann, soltou a pergunta e parecia se arrepender disso.

— Ela entra sabendo que somos assim, então ela não pode cobrar nada, se ela cobrar então explicarei como funciona e ela decide se fica ou sai. — tentei ser o mais claro possível.

— Dinheiro prende as pessoas Max, se ela ficar no nosso meio e quiser desistir vai acabar aceitando pra não voltar as ruas, dê logo as coisas a ela e veja se ela permanece conosco.

Ann, tinha razão, o dinheiro fazia as pessoas aceitarem as maiores peculiaridades, sempre tive medo de ser mal interpretado nesse sentido.

— Eu darei, você sabe que sou generoso, sabe também que gosto de ajudar as pessoas, ela não parece ser do tipo que aceitaria algo apenas para não voltar as ruas. — Falei mantendo Ann, em meus braços, ela estava sorrindo docemente.

— Max, apenas cuidado para não se apaixonar e acabar sendo enganado, embora eu acredite nela também. — Eu não senti muita verdade nessas palavras.

Ann, estava estranha a alguns dias, basicamente eu sabia que ela estava infeliz, talvez eu a tivesse negligenciado, levei ela pra almoçar aonde ela gostava, até fiz algumas propostas indecentes, como largar tudo no meio do dia e passarmos o final da tarde rolando como gatos no cio, mas ela pareceu achar graça nisso e colocou o trabalho como empecilho.

Se fosse antigamente ela certamente não recusaria, mas depois que Darlan entrou em nossas vidas ela se tornou fria comigo, eu sentia isso em todos os sentidos, embora ela negasse eu sabia o que era e ja tinha proposto o divorcio, mas ela sempre dizia que não tinha vontade de se divorciar e que gostava de ficar ao meu lado.

havia muito mais coisas que Ann, minha doce Anastacia estava me escondendo, eu não sabia o que era nem como resolver isso, era algo destrutivo para meu bom humor.

— Ann, em breve vamos pra casa, tem certeza de que está tudo bem? Eu sei que existe algo de errado com você. — Soltei logo após pagarmos a conta do restaurante.

— Max, eu apenas estou passando por um momento, olhe a sua volta, veja o que construímos juntos, você não era tão rico assim antes de nos casarmos, ajudou a empresa do meu pai a crescer sim, mas crescemos juntos, eu queria estar mais presente em suas decisões, sejam elas com relação as suas paixões e aventuras, ou sejam com relação as empresas.

— Claro, é que antes você não mostrava tanto interesse, nesta semana podemos embarcar e participar das pescas, você nunca gosta de ir, mas desta vez pode aprender mais sobre o trabalho e quem sabe comandar o pesqueiro sozinha quando eu não estiver. — Dei a ideia imaginando que ela se recusaria.

— Sabe, eu quero sim, isso vai ser maravilhoso.

Olhei desconfiado para a animação que ela mostrou, Ann, era uma patricinha, nunca que iria querer ficar fedendo a peixe, mas naquele momento ela parecia ter comprado a ideia, a típica felicidade de alguém que acaba de ganhar na loteria.

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