Capítulo 18

O clima no acampamento estava tenso. Fazia algumas horas que Vitor havia sido levado para l hospital, os campistas e funcionários esperavam ansiosos por notícias. No chalé de Léo, ele jogava em seu vídeo-game portátil, como se nada tivesse acontecido. Os olhares reprovaríamos dos colegas de quarto, não o abalavam em nada.

Já no chalé de Luísa, a menina estava travada no banheiro desde que havia voltado do lado. Preocupada com a situação de Vitor, ela estava envergonhada pelo que tinha causado, juntamente com Leo.

Letícia - Anda garota de Ipanema, nós precisamos usar o banheiro também !

Letícia batia na porta a alguns minutos, para que Luísa saísse dali.

Ao sair, Luísa percebeu que Ana chorava preocupada com o amigo, e tentou se aproximar, sentando ao seu lado na cama.

Luísa - Não deve ter sido nada demais , Ana. Logo ele estará de volta!

Ana a olhou com um olhar reprovador.

Ana - Vocês passaram dos limites Luísa. Esse tipo de brincadeira pode levar a uma tragédia O Vitor saiu daqui sangrando, uma pancada na cabeça pode levar a morte.

Luísa sentiu o peso daquelas palavras, ela sabia de tudo aquilo e estava tão preocupada quanto as meninas.

Letícia - Não adianta você falar nada Ana, essa é o outro lá, não tem cérebro. Acham que por serem riquinhos, podem fazer tudo sem ter nenhuma consequência.

Letícia se aproximou do rosto de Luísa, lhe apontando o dedo.

Letícia - Mas escuta aqui sua Patrícia de uma figa, se acontecer alguma coisa a mais com o Vitor, eu vou lhe dá uma surra, que seus pais nunca lhe deram.

Luísa ficou asssutada, nem conseguiu revidar. A tensão foi quebrada por Carla, que abriu a porta informando que Vitor estava bem, só passaria aquela noite no hospital em observação, por precaução.

Carla - Ele só levou alguns pontos, fez exames e não constatou nada grave, graças a Deus.

Ana - Graças a Deus!

Ana respirou aliviada, Luísa também se sentiu da mesma forma.

Carla - Agora venham jantar, depois faremos uma fogueira.

Ela se furou na direção de Luísa.

Carla - Seu jantar será servido no quarto hoje Luísa, você está proibida de sair até a Maria voltar do hospital.

Letícia sorrio satisfeita.

Já sozinha no chalé, Luísa revirava a comida com o garfo de um lado para o outro, estava totalmente sem apetite. Ela ouvia a cantoria do lado de fora, e lembrava de Vitor ensanguentado.

Luísa - Nós fomos longe demais dessa vez, o Vitor podia ter morrido!

Angustiada, ela saiu silenciosamente sem que ninguém a visse, e caminhou até o lago. Sem saber que estava sendo observada, Luísa sentou-se na grama olhando para a água pensativa.

O lago, normalmente um refúgio de alegria e risos, tornou-se o cenário de uma conversa séria. João Pedro, que vou quando Luísa saiu do chalé escondida, e conhecido pela sabedoria que sua avó Maria, sempre mencionava, aproximou-se de Luísa enquanto ela contemplava a água.

João Pedro - Luísa, posso falar com você por um momento?

João Pedro começou, seu tom calmo mas firme.

Luísa assentiu, curiosa e um pouco apreensiva sobre o que estava por vir.

João Pedro - A brincadeira que levou Vitor ao hospital não foi apenas uma travessura de mau gosto, foi perigosa. Você precisa entender que as ações têm consequências, e a influência de Léo nessas brincadeiras pode levá-la por um caminho perigoso.

Alertou João Pedro, olhando nos olhos de Luísa.

A expressão de Luísa oscilava entre a defesa e a reflexão. Ela respeitava a autoridade de João Pedro, e suas palavras penetravam fundo.

João Pedro- Não estou dizendo que você é totalmente responsável, mas escolher as pessoas certas para se associar é crucial. Léo pode parecer divertido, mas suas atitudes podem causar danos reais, como o que aconteceu hoje.

Continuou João Pedro, destacando a importância das escolhas nas amizades.

Luísa, engolindo em seco, ponderou sobre as palavras de João Pedro. Ela havia se deixado levar pelo lado mais impulsivo de Léo, sem considerar as possíveis consequências.

João Pedro - Você parece ser uma pessoa incrível, Luísa, e merece amigos , namorados, o que seja, que a incentivem a crescer de maneira positiva. Pense nas suas escolhas e nas pessoas com quem você quer se cercar. Às vezes, é preciso se afastar para seguir o caminho certo.

Concluiu João Pedro, se levantando deixando Luísa com seus pensamentos à beira do lago. Ela repensou tudo que havia acontecido naquele dia, e as palavras de João Pedro foram repassadas em sua cabeça, vezes e mais vezes. Por mais que fosse difícil admitir, ele tinha razão. Aquilo não foi uma brincadeira, uma pessoa poderia ter morrido e ela e Léo seriam os culpados.

Aquela conversa, à sombra da serenidade do lago, marcou um ponto de virada para Luísa. As palavras de João Pedro ressoavam em sua mente, desafiando-a a reconsiderar suas escolhas. O acampamento, testemunha silenciosa dessa lição de moral, aguardava para ver como Luísa moldaria seu caminho nas páginas que ainda estavam por vir.

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