Já no chalé, Luísa foi para o banheiro e tirou toda a roupa para tomar banho. Ligou o chuveiro e se jogou embaixo da água, deu um grito ao se assustar em como aquela água estava fria.
Luísa - Que inferno, não tem água quente nesse fim de mundo?
Luísa se lavou a contragosto, ela nunca tinha tomado um banho de chuveiro frio na vida, ate a piscina de sua casa era aquecida. Uma regalia que a maioria das pessoas, não tinha.
Após o banho, ela se vestiu e saiu do chalé, irritada por se quer ter um celular nas mãos, ela andou até uma árvore próxima e se sentou em um banquinho de madeira.
Distraída, envolvida por todo ódio que sentia, ela não notou quando um garoto se aproximou.
Garoto - E ai carioca, limpinha agora?
Luísa olhou para o garoto. O jovem vestia uma calça jeans rasgada e uma jaqueta de couro preta por cima de uma camiseta branca. Alto e com a pele bronzeada, era um típico menino que chamaria a atenção de Luísa. Mas ela estava com raiva demais para reparar naquilo.
Luísa - Se veio até aqui me zoar, está perdendo o seu tempo. Não estou com saco para conversa.
Garoto - Ei, calma ai. Estou aqui para te ajudar!
Ele se sentou ao seu lado e se apresentou.
Garoto - Eu me chamo Léo, esse também é meu primeiro ano aqui.
Luísa - E o que eu tenho haver com isso, garoto?
Léo - Notei que você está aqui a contragosto, assim como eu. Meus pais me obrigaram a vir para esse inferno de lugar, para me punir por umas coisinhas que andei aprontando pelo Rio.
Luísa se interessou.
Luísa - Então você também é do Rio?
Léo notou o interesse de Luísa, e contou um pouco sobre sua vida. Ele era filho de um dos mais importantes empreiteiros do Rio de Janeiro. Era o mais novo de dois filhos, que já eram adultos e moravam fora do país. Léo estava com dezessete anos, e como seus pais costumavam dizer, era a ovelha negra da família. Fora dos padrões da alta sociedade, o garoto costumava se meter em confusão com frequência. Já havia perdido dois anos na escola, e a última que tinha aprontado fez o pai perde rum carro de meio milhão de reais.
Luísa - Eu não acredito! Você jogou o carro novo do seu pai na piscina? Por que eu não pensei nisso antes? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Léo - Está vendo, nós temos muitas coisas em comum. E eu posso lhe ensinar como fazer da vida dos seus pais, um inferno! kkkkkkkkkkkkkkk
Luísa - Me fala mais ...
Léo e Luísa conversaram por horas, até ouvirem um sino tocar.
Léo - Vamos, é hora do almoço. Temos que nos juntar aos caipiras, para comer a comida maravilhosa que tem aqui.
Luísa - Maravilhosa? Sei!
Os dois caminharam juntos até o refeitório. Ao entrarem, todos voltaram a atenção para eles, e os burburinhos começaram. Maria notou o barulho da conversa aumentar e se virou para vê o motivo. Ao notar que Luísa e Léo estavam juntos, ela respirou fundo e comentou com um dos orientadores que estava sentado ao seu lado.
Maria - Parece que teremos um verão difícil, meu amigo!
Léo e Luísa juntos, não era a visão que eles precisavam naquele momento. Os dois eram garotos ricos e problemáticos. O acampamento foi o último recurso de sues pais para mudarem a realidade dos filhos. Porém, não parecia que seria fácil assim para os funcionários e colegas do lugar, colocar aqueles dois na linha.
A atmosfera estava carregada de excitação, e Léo não conseguia resistir à tentação de apimentar o almoço daquele dia.
Léo - Presta atenção!
Ele falou baixinho próximo ao ouvido de Luísa.
Esgueirou-se pela fila do buffet, disfarçando seu sorriso travesso enquanto segurava uma pequena caixa transparente que abrigava uma criatura de seis patas: uma barata.
Luísa, ansiosa para vê o que o novo amigo iria aprontar, observava com antecipação enquanto Léo se aproximava da mesa de Carla, uma das instrutoras do acampamento. Com uma destreza impressionante, ele levantou a tampa do prato da instrutora e soltou silenciosamente a barata em seu jantar.
A princípio, Carla não percebeu nada de errado. Ela continuou conversando animadamente com os outros instrutores, alheia à pequena invasão no seu prato. No entanto, à medida que ela começou a cortar a comida, a barata, agora livre de seu confinamento, decidiu fazer uma aparição surpresa.
O grito agudo de Carla ecoou pelo refeitório quando a barata subiu em seu garfo. Com um movimento rápido e instintivo, ela lançou o prato para o alto, espalhando arroz, feijão e a indesejada convidada pelo ar. O refeitório ficou em silêncio por um breve momento antes de explodir em um alvoroço de risadas, surpresa e confusão.
Léo e Luísa não conseguiam conter suas gargalhadas, observando a cena caótica que eles tinham desencadeado. Outros campistas, inicialmente confusos, começaram a perceber o que havia acontecido e se dividiram entre risos e olhares indignados.
Carla, agora consciente da brincadeira, lançou um olhar furioso na direção de Léo. Ele e Luísa se entreolharam e, sem conseguir conter a risada, saíram correndo do refeitório, escapando das garras da instrutora enfurecida.
Maria estava estática, sem saber o que fazer com os dois jovens que haviam saído correndo dali. Ela sabia que precisava puni-los pelo ocorrido, mas antes a ordem no lugar precisava ser reestabelecida.
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Atualizado até capítulo 73
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