Luísa acordou naquela manhã com uma determinação sombria. Seus olhos refletiam a rebeldia que fervilhava em seu interior. O sol despontava no horizonte, iluminando o caminho que ela escolhera seguir. Hoje era o dia da prova final na escola, uma prova que decidiria seu destino acadêmico, mas Luísa tinha outros planos.
Vestindo uma jaqueta de couro preta e calças jeans surradas, Luísa saiu de casa com uma expressão determinada. Seus pais, alheios aos seus verdadeiros sentimentos, acreditavam que ela se encaminhava para a escola, onde enfrentaria o exame crucial. Entretanto, a mente inquieta de Luísa estava focada em uma vingança silenciosa.
Ao chegar à escola, Luísa podia sentir a tensão no ar. Estudantes ansiosos, corredores repletos de murmulhos sobre a difícil prova que os aguardava. No entanto, Luísa não compartilhava da mesma inquietação. Ela se dirigiu à sala de aula, onde os examinadores aguardavam para administrar o simulado que avaliaria todo o conhecimento adquirido durante o ano.
Ao receber a prova, Luísa manteve a calma. Com uma caneta entre os dedos, ela assinou seu nome com um traço confiante, como se estivesse assinando um contrato de rebeldia. O papel branco continha questões de todas as disciplinas, mas Luísa não se importava em responder nenhuma delas. Sua mente estava ocupada com um plano muito mais audacioso.
Sem hesitar, Luísa entregou a prova em branco aos avaliadores, que a olharam com expressões confusas. Ela sabia que aquela atitude resultaria em uma nota zero, mas isso não a preocupava. A verdadeira revolta estava prestes a se desdobrar.
Desviando do motorista que a esperava na entrada do colégio, Luísa seguiu em direção ao portão, mantendo-se firme em seu propósito. Uma vez fora do alcance da escola, ela abraçou a liberdade que há muito lhe era negada. Com passos decididos, dirigiu-se à praia, onde sabia que encontraria a galera rebelde que há tempos a observava nos bastidores.
A praia estava repleta de risadas, música alta e um espírito de liberdade que era o alento que Luísa buscava. Encontrou seus novos amigos, um grupo de jovens que desafiavam as normas e viviam à margem da sociedade que seus pais tanto prezavam.
Entre mergulhos no mar e conversas profundas ao redor de uma fogueira improvisada, Luísa começou a sentir um gosto diferente pela vida. A sensação de liberdade era eletrizante, e a revolta queimava em seu peito como um fogo que não podia ser contido.
Enquanto o sol se punha no horizonte, Luísa olhou para o mar com um sorriso desafiador. Ela havia quebrado as correntes que a prendiam a uma vida que não escolhera. Seus pais talvez se preocupassem com a nota zero na prova, mas Luísa descobrira que existiam pontuações mais significativas na vida do que aquelas impressas em um pedaço de papel.
Enquanto Luísa se entregava à sensação de liberdade na praia, em casa, um clima de tensão começava a se formar. Muniz, o motorista leal da família, havia testemunhado o ato ousado de Luísa ao desviar-se do caminho da escola. Ele enfrentava o dilema de informar aos pais sobre a fuga da filha, algo que nunca imaginara ter que fazer.
Isabel e Henrico estavam em casa, aguardando ansiosos pela volta de Luísa após o término da prova. O silêncio tenso pairava no ar quando Muniz, com expressão preocupada, aproximou-se do casal. Os pais de Luísa notaram imediatamente algo errado.
Muniz - Senhor Henrico, Dona Isabel, precisamos conversar?.
Começou Muniz, hesitante.
Muniz - Luísa... ela fugiu da escola. Desviei o olhar por um momento, e quando percebi, ela já havia saído sem que eu notasse. Não achei que ela fosse terminar a prova tão rápido. Não tinha vinte minutos que ela tinha entrado na escola.
O choque se apossou do rosto dos pais. Isabel sentiu o coração apertar, enquanto Henrico tentava processar a situação. Luísa, a filha obediente, havia escapado de seu controle.
Antes que pudessem assimilar totalmente a notícia, o telefone tocou. A diretora da escola, com voz séria, explicou a situação. Luísa não apenas havia fugido da escola, mas também se recusara a responder qualquer questão da prova. A notícia deixou Isabel atônita, enquanto Henrico segurava o telefone com a expressão tensa.
Diretora - Isso significa que Luísa está de recuperação. Se não obtiver uma nota satisfatória, terá que repetir o ano letivo.
Informou a diretora com pesar na voz.
O impacto da notícia reverberou na sala, ecoando o som do fracasso. A filha exemplar, a promissora estudante, estava agora à deriva, desafiando não apenas as regras da escola, mas também as expectativas que seus pais depositavam nela.
Isabel, apesar de consternada, tentou manter a compostura.
Isabel - Precisamos encontrá-la, Henrico. Ela não pode simplesmente desistir de tudo assim.
O olhar de Henrico expressava uma mistura de desapontamento e determinação.
Henrico - Muniz, prepare o carro. Vamos procurar Luísa. Não podemos deixá-la seguir por esse caminho.
Enquanto Muniz se apressava para atender às ordens, Isabel e Henrico confrontavam a realidade de que suas escolhas parentais haviam desencadeado uma revolta inesperada em Luísa. O capítulo da vida da família Tomaz estava tomando um rumo imprevisível, e agora, sob as estrelas que testemunhavam o caos, a busca por Luísa começaria.
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Atualizado até capítulo 73
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