Henrico e Muniz caminhavam pela praia à luz da lua, já estava tarde, passava da meia noite. Eles já não sabiam maisnonde procurar por Luísa. Isabel havia ficado em casa, caso Luísa voltasse. Eles já estavam cansados e preocupados quando avistaram uma figura solitária na areia. Ao se aproximarem, perceberam que era Luísa, caída ao lado de uma fogueira crepitante. Seus olhos refletiam a dança das chamas, mas seu olhar estava perdido no horizonte.
Muniz hesitou antes de chamar por ela, preocupado com a fragilidade da situação.
Henrico - Luísa?
Sussurrou Henrico, tentando não assustá-la. Ela ergueu levemente a cabeça, revelando um sorriso triste.
Luísa - Perdi-me nas ondas e no sabor do mar…
Murmurou Luísa, suas palavras sendo levadas pela brisa marítima, pareciam não fazer sentido . Henrico e Muniz se ajoelharam ao lado dela, sentindo a areia sob seus joelhos.
Muniz - O que aconteceu?
Indagou Muniz, enquanto Henrico observava as marcas de tristeza no rosto de Luísa. Ela balançou a cabeça, como se tentasse afastar lembranças dolorosas.
Luísa - Às vezes, as marés da vida nos arrastam para longe de nós mesmos.
Respondeu Luísa enigmaticamente. Henrico tirounonpaleto que vestia e o envolveu ao redor dos ombros dela, proporcionando um calor reconfortante.
Henrico - Venha filha, vamos para casa.
Luísa - Eu não tenho casa, eu não tenho ninguém …
Henrico sentiu o peso das palavras injustas de Luísa caírem sobre seus ombros. Ele não entendi o porque a filha está agindo daquela maneira. Tão de repente, Luísa havia mudado seu comportamento de maneira drástica, e ele é sua esposa não entendida o porque.
Muniz - Eu a levo , senhor!
Muniz carregou Luísa no colo até o carro. Henrico observou a cena que jamais imaginou acontecer, sua filha, de apenas quinze anos naquele estado tão deplorável.
Sentaram-se em silêncio no carro, Luisa estava deitada com a cabeça apoiada ao colo do pai. Totalmente bebada e desnorteada. Dormia pesado, parecia está fora de órbita. Apenas o som dos carros lá fora quebrando a monotonia daquele momento turbulento e obscuro.
Já em casa, Luísa, aos poucos começou a recobrar a consciência. Sua cabeça doía, o quarto parecia girar . Ela imaginou que ao abrir os olhos encontraria seus pais emburrados pelo que aprontou, mas a realidade era outra, não tinha ninguém ali ao seu lado. Ela estava sozinha , ela se sentia sozinha.
Do outro lado da cidade, Henrico e Isabel se reunião no escritório de uma das clínicas da família. A raiva tinha dado lugar a expressões de decepção , ambos estavam tristes sem saber o que fazer para mudar aquela realidade em que a filha se encontrava.
Henrico e Isabel trocava. olhares preocupados enquanto discutiam a situação de Luísa. Sua filha, uma adolescente repleta de energia e rebeldia, estava se tornando cada vez mais difícil de lidar. Um amigo da família havia mencionado um acampamento de verão que prometia não apenas diversão, mas também disciplina.
Isabel suspirou, mexendo o café pensativamente.
Isabel - Acho que é hora de considerarmos o acampamento. Talvez seja exatamente o que Luísa precisa para canalizar sua energia de uma forma mais construtiva.
Henrico assentiu, concordando com a esposa.
Henrico - O Andrade disse que é um lugar onde eles aprendem valores importantes e têm uma rotina bem estruturada. Isso poderia ajudar Luísa a se tornar mais responsável.
Isabel - Entao é isso, precisamos tentar.
Henrico - Ao chegarmos em casa, conversaremos com ela. Assim que acabar o período de recuperação na escola, a enviamos para o acampamento.
Decididos, eles chegaram em casa e chamaram Luísa para uma conversa. Sentaram-na no sofá, explicando suas preocupações e a proposta do acampamento. Luísa, inicialmente resistente, ouviu atentamente as razões de seus pais.
Luísa - Vocês estão loucos? Eu não vou para um acampamento chato cheio de regras!"
Protestou Luísa, cruzando os braços.
Isabel suspirou e, com firmeza, respondeu:
Isabel - Luísa, acreditamos que essa experiência pode ser positiva para o seu desenvolvimento. Além da diversão, você terá a oportunidade de aprender e crescer.
Henrico complementou.
Henrico - É uma chance de conhecer novas pessoas e desfrutar de atividades ao ar livre. E, quem sabe, você pode até descobrir novos interesses."
Luísa olhou para seus pais, percebendo a seriedade em seus olhares. Mas ela não estava disposta a seder tão fácil assim.
Luísa - Vocês estão querendo se livrar de mim, é isso não é? Primeiro me prenderam em casa, colocaram o cão de guarda de vocês atrás de mim. Depois me proibiram de viajar com as minhas amigas de férias, e agora querem me mandar para um acampamento no meio do nada?
Isabel - Tudo isso é reflexo do que você vem fazendo nesse último ano. Você nunca se quer tirou uma nota vermelha na escola, e esse ano você está aí quase repetindo o ano.
Luísa estava revoltada, não ouvia nada do que seus pais falavam.
Luísa - Eu não vou para acampamento nenhum, eu não vou fazer prova alguma, eu vou sumir dessa. Asa e vocês nunca mais me verão.
Henrico - Ok Luísa, é assim que você quer lidar com as coisas? Então assim lidaremos.
Henrico já estava cansado das atitudes de Luísa. Ele apenas pegou Isabel pela mão e saiu andando do quarto. Luísa com raiva, atirou o celular contra a porta do quarto, fazendo ele quebrar em várias partes. Isabel chorava, enquanto Henrico lhe acalmava do lado de fora do quarto.
Henrico - Não se preocupa meu bem, ela aprenderá da pior forma.
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Atualizado até capítulo 73
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