Capítulo 6

Henrico e Muniz caminhavam pela praia à luz da lua, já estava tarde, passava da meia noite. Eles já não sabiam maisnonde procurar por Luísa. Isabel havia ficado em casa, caso Luísa voltasse. Eles já estavam cansados e preocupados quando avistaram uma figura solitária na areia. Ao se aproximarem, perceberam que era Luísa, caída ao lado de uma fogueira crepitante. Seus olhos refletiam a dança das chamas, mas seu olhar estava perdido no horizonte.

Muniz hesitou antes de chamar por ela, preocupado com a fragilidade da situação.

Henrico - Luísa?

Sussurrou Henrico, tentando não assustá-la. Ela ergueu levemente a cabeça, revelando um sorriso triste.

Luísa - Perdi-me nas ondas e no sabor do mar…

Murmurou Luísa, suas palavras sendo levadas pela brisa marítima, pareciam não fazer sentido . Henrico e Muniz se ajoelharam ao lado dela, sentindo a areia sob seus joelhos.

Muniz - O que aconteceu?

Indagou Muniz, enquanto Henrico observava as marcas de tristeza no rosto de Luísa. Ela balançou a cabeça, como se tentasse afastar lembranças dolorosas.

Luísa - Às vezes, as marés da vida nos arrastam para longe de nós mesmos.

Respondeu Luísa enigmaticamente. Henrico tirounonpaleto que vestia e o envolveu ao redor dos ombros dela, proporcionando um calor reconfortante.

Henrico - Venha filha, vamos para casa.

Luísa - Eu não tenho casa, eu não tenho ninguém …

Henrico sentiu o peso das palavras injustas de Luísa caírem sobre seus ombros. Ele não entendi o porque a filha está agindo daquela maneira. Tão de repente, Luísa havia mudado seu comportamento de maneira drástica, e ele é sua esposa não entendida o porque.

Muniz - Eu a levo , senhor!

Muniz carregou Luísa no colo até o carro. Henrico observou a cena que jamais imaginou acontecer, sua filha, de apenas quinze anos naquele estado tão deplorável.

Sentaram-se em silêncio no carro, Luisa estava deitada com a cabeça apoiada ao colo do pai. Totalmente bebada e desnorteada. Dormia pesado, parecia está fora de órbita. Apenas o som dos carros lá fora quebrando a monotonia daquele momento turbulento e obscuro.

Já em casa, Luísa, aos poucos começou a recobrar a consciência. Sua cabeça doía, o quarto parecia girar . Ela imaginou que ao abrir os olhos encontraria seus pais emburrados pelo que aprontou, mas a realidade era outra, não tinha ninguém ali ao seu lado. Ela estava sozinha , ela se sentia sozinha.

Do outro lado da cidade, Henrico e Isabel se reunião no escritório de uma das clínicas da família. A raiva tinha dado lugar a expressões de decepção , ambos estavam tristes sem saber o que fazer para mudar aquela realidade em que a filha se encontrava.

Henrico e Isabel trocava. olhares preocupados enquanto discutiam a situação de Luísa. Sua filha, uma adolescente repleta de energia e rebeldia, estava se tornando cada vez mais difícil de lidar. Um amigo da família havia mencionado um acampamento de verão que prometia não apenas diversão, mas também disciplina.

Isabel suspirou, mexendo o café pensativamente.

Isabel - Acho que é hora de considerarmos o acampamento. Talvez seja exatamente o que Luísa precisa para canalizar sua energia de uma forma mais construtiva.

Henrico assentiu, concordando com a esposa.

Henrico - O Andrade disse que é um lugar onde eles aprendem valores importantes e têm uma rotina bem estruturada. Isso poderia ajudar Luísa a se tornar mais responsável.

Isabel - Entao é isso, precisamos tentar.

Henrico - Ao chegarmos em casa, conversaremos com ela. Assim que acabar o período de recuperação na escola, a enviamos para o acampamento.

Decididos, eles chegaram em casa e chamaram Luísa para uma conversa. Sentaram-na no sofá, explicando suas preocupações e a proposta do acampamento. Luísa, inicialmente resistente, ouviu atentamente as razões de seus pais.

Luísa - Vocês estão loucos? Eu não vou para um acampamento chato cheio de regras!"

Protestou Luísa, cruzando os braços.

Isabel suspirou e, com firmeza, respondeu:

Isabel - Luísa, acreditamos que essa experiência pode ser positiva para o seu desenvolvimento. Além da diversão, você terá a oportunidade de aprender e crescer.

Henrico complementou.

Henrico - É uma chance de conhecer novas pessoas e desfrutar de atividades ao ar livre. E, quem sabe, você pode até descobrir novos interesses."

Luísa olhou para seus pais, percebendo a seriedade em seus olhares. Mas ela não estava disposta a seder tão fácil assim.

Luísa - Vocês estão querendo se livrar de mim, é isso não é? Primeiro me prenderam em casa, colocaram o cão de guarda de vocês atrás de mim. Depois me proibiram de viajar com as minhas amigas de férias, e agora querem me mandar para um acampamento no meio do nada?

Isabel - Tudo isso é reflexo do que você vem fazendo nesse último ano. Você nunca se quer tirou uma nota vermelha na escola, e esse ano você está aí quase repetindo o ano.

Luísa estava revoltada, não ouvia nada do que seus pais falavam.

Luísa - Eu não vou para acampamento nenhum, eu não vou fazer prova alguma, eu vou sumir dessa. Asa e vocês nunca mais me verão.

Henrico - Ok Luísa, é assim que você quer lidar com as coisas? Então assim lidaremos.

Henrico já estava cansado das atitudes de Luísa. Ele apenas pegou Isabel pela mão e saiu andando do quarto. Luísa com raiva, atirou o celular contra a porta do quarto, fazendo ele quebrar em várias partes. Isabel chorava, enquanto Henrico lhe acalmava do lado de fora do quarto.

Henrico - Não se preocupa meu bem, ela aprenderá da pior forma.

Capítulos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!