Capítulo 16

No jantar, Isabelle pouco falava e tentava ignorar os olhares insinuantes de Dexter o tempo inteiro.

Ivy então decide puxar mais assunto com ela para ver se a conversa fluía mais amistosamente.

― E então, Isa. Como foi seu tempo na Itália?

― Foi muito bom, Ivy. Finalmente me formei em Relações Públicas. Foram tempos trabalhosos rs, mas muito proveitosos. Sinto tanto a falta de lá. Amo a Espanha, afinal, sou espanhola, mas minha paixão é a Itália, principalmente por sentir muito a falta dá minha avó que cuidou de mim desde que era pequena.

― Ah, imagino! Dexter e eu brigamos sempre para ficar com a vovó Adelina, não é Dex? ― Ivy tenta colocar Dexter na conversa, enquanto Ravi tenta disfarçar a risada. ― Ele quer que vovó Adelina more com ele kkkk.

― Claro. Ivy quer a vovó só para ela. Ainda não aprendeu a dividir rs.

― Que egoísmo, Dexter. ― Todos olham para Isabelle ao ouvirem aquela acusação. ― Quer que dona Adelina vá morar com você para ficar sozinha, já que você quase não fica em casa? Deixe-a com a Ivy, lá ela tem a companhia dela e das crianças. ― Ela o alfineta com um olhar de desafio.

Dexter faz uma careta, mas não deixa quieto.

― É por isso que deixo Ivy ganhar nas discussões. Jamais deixaria minha avó sozinha. ― Dexter vê um certo brilho de admiração passar nos olhos de Isabelle. ― Apesar que geralmente não fico sozinho...

― Dexter! ― Ivy e Raviel falam juntos em tom de repreensão.

Dexter olha para eles sem entender e depois olha para Isabelle que estava furiosa.

Ele quis provocar, mas pelo visto, o tiro saiu pela culatra.

― Ham... Isab...

― Não é de se esperar outra atitude de um Dom Juan de quinta como você!

Isabelle joga o guardanapo na mesa, se levanta com tudo da cadeira e se retira da sala batendo os saltos com força no chão enquanto andava.

― Isabelle! ― Santiago chama a filha, mas sem sucesso. Ele olha para Dexter com raiva.

― Foi brincadeira, Don Santiago... eu...

― Espero muito, mas muito que cuide bem de minha filha ou eu juro, que nem a nossa aliança, impedirá de eu fazer picadinho de você!

Dexter engole em seco, enquanto Raviel tenta segurar o riso.

Ivy dá um soquinho na coxa de Raviel e ele pigarreia.

― Pode deixar, Don Santiago. Sua filha será bem cuidada por Dexter. Garantirei isso. ― Raviel fala sério, mas Dexter sabia que ele estava morrendo de rir por dentro.

― Desculpem, eu não quis ser indelicado... ― Dexter tenta se desculpar, mas sabia que tinha errado feio.

― Bom, vamos continuar o jantar. Certo? ― Clarita intervêm e eles voltam a comer em silêncio.

Um tempo depois, Ivy e Clarita conversam sobre os preparativos para o casamento, enquanto os homens tomam um drink no escritório.

― Acha que devo ir falar com ela? ― Dexter pergunta se sentindo um cretino.

― Minha filha está uma fera agora. ― Santiago fala calmo, enquanto fuma seu charuto. ― Se ir até lá, capaz de levar outro vaso na cabeça.

Os três riem.

― É Dexter, dessa vez não tenho como passar pano para você. ― Raviel fala divertido e toma um último gole do seu whisky.

― Nem eu passaria pra mim. Foi uma frase... infeliz.

― Infeliz você será se fazê-la sofrer. ― Don Santiago ameaça e Dexter sorri de lado.

― Farei o melhor que puder para que ela seja bem cuidada. ― Dexter suspira e esfrega o rosto. ― Por ela me odiar, não creio que ela será muito feliz.

― Você saberá como agir com ela. ― Santiago dá uma baforada longa. ― Você é esperto.

Raviel quem sorri e logo Clarita entra com Ivy.

― Vamos Ravi? ― Ivy chama Raviel que se levanta imediatamente. ― Don Santiago, obrigada pelo convite. Virei mais vezes para ajudar Clarita nos preparativos para o casamento.

― Será sempre bem-vinda, Evelyn. Minha esposa gosta muito de sua companhia.

― Isso é verdade rs. ― Clarita responde feliz. ― Vejo você na próxima semana, Ivy.

― Está bem. Até logo Clarita. ― Elas se abraçam. ― Mande um beijo para a Isa. Espero que ela esteja mais calma.

― Duvido muito... ― Raviel murmura e Ivy o fuzila com o olhar.

― Vamos. Você vem também, Dexter? ― Ivy pergunta pegando na mão de Raviel.

― Sim. Melhor ir antes que um vaso me acerte rs.

Todos riem e eles saem.

Assim que entram no carro, Ivy que estava na frente com Raviel no volante, se vira para trás olhando Dexter seriamente.

― O que você tem na cabeça, Dexter? Como pode falar das suas aventuras sexuais para Isabelle? Não só para ela, mas para todos na mesa!

― Ivy, eu não tive essa intenção... na verdade, só quis provocá-la dizendo que não sou tão solitário assim. ― Dexter fala cruzando os braços e fazendo uma cara de raiva.

― Independente disso, não é uma coisa agradável que se fale para a sua noiva! E se não tomar cuidado, capaz de realmente ficar só, mesmo estando casado!

Dexter revira os olhos.

― Ivy tem razão, Dex. Você irá viver com Isabelle para sempre. Na máfia não se admite divórcio e você sabe disso.

Dexter bufa e esfrega as mãos no rosto.

― Eu sei! Eu estou amarrado até o pescoço e não posso me soltar.

― Só se você quiser dá-la para aquele nojento do Salvatore. ― Ivy alfineta sabendo que Dexter ficaria bravo com isso.

― Nunca! Salvatore não merece nem respirar o mesmo ar que ela. Jamais deixaria isso acontecer.

― Então, meu amigo. Acho bom você arranjar alguma forma de se dar bem com ela ou a sua vida não será nada agradável daqui para frente. ― Raviel fala e beija Ivy no pescoço ao pararem em um farol.

Ela sorri e retribui o carinho com um selinho.

Dexter olha o amigo com a esposa. Felizes e bem. A cumplicidade dos dois era maravilhosa.

Ele queria o mesmo, mas com Isabelle... seria difícil.

“Porém, nada é impossível...”

Ele teria que dar um jeito de reverter a besteira que falou hoje.

Ivy olha para ele novamente.

― Começando por um excelente pedido de desculpas a ela. ― Ivy fala como se lesse os pensamentos dele. ― No mínimo.

Dexter sorri largo.

― Sim, senhora.

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