Capítulo 9

― Você não pode estar falando sério! ― Dexter fala totalmente incrédulo. ― Que ridículo! Isabelle tem 27 anos! Ele tem idade para ser o avô dela!

― Eu sei. Sem falar na fama que ele tem de jogos sexuais perversos.

Dexter faz uma cara de nojo. Ele era a favor de algumas brincadeiras durante o sex0, mas nada parecido com a perversão que esse velho fazia.

Uma vez, duas garotas aparentando até serem menores de idade, saíram das mãos dele mutiladas, literalmente, sem língua para que elas não falassem nada.

Por ser um mafioso poderoso na Itália, nada acontecera com ele, mas todos sabiam das suas loucuras.

― Você não está considerando aceitar o pedido dele, não é? ― Dexter olha severamente para Santiago que retribui o olhar.

― Não tenho muita escolha, já que todos pensam que você e Isabelle tiveram um caso. Então, digamos, que as propostas para ela diminuíram consideravelmente já que muitos querem uma virgem. Mesmo não sendo mais um requisito. ― Don Santiago fala com uma certa raiva. ― E mesmo que ele goste de garotas mais novas, ele a quer. Virgem ou não.

― Isso é um absurdo! ― Dexter bate as mãos na mesa e se levanta passando as mãos nos cabelos. ― Eu nunca toquei na sua filha! Você sabe disso! Sempre a respeitei, tanto que naquela noite tinha sido o nosso primeiro beijo... ― Ele fala se sentindo culpado. ― Eu sei que fui errado. Eu jamais faria nada na intenção de magoá-la...

― Não importa mais. Ninguém a quer e como sabe, no nosso mundo as nossas filhas são um... trunfo para um bom acordo.

― Você teria mesmo coragem de dar a Isabelle para esse escroto por causa de uma aliança? Não posso acreditar!

― Por isso, estou te oferecendo a mão dela. Prefiro você do que ele.

― Isabelle pode provar que nunca toquei nela. Um exame...

― Não basta a humilhação que já fez minha filha passar, quer humilhá-la ainda mais tendo que submetê-la a isso?? ― Don Santiago fala exaltado.

Dexter olha para ele meio envergonhado. Realmente seria muito ultrajante ela fazer esse exame, ainda mais por culpa dele.

Ele se vê sem saída e se sente ainda mais culpado por colocá-la naquela situação. Jamais ele deixaria aquele velho tocar em Isabelle. Nem ele, nem ninguém mais.

Dexter coloca mais bebida nos copos dos dois e se senta.

― Mesmo que eu tope, Isabelle não iria querer. Ela me odeia.

― Isabelle não terá escolha. Ela sabe para que nasceu e foi treinada a vida toda para isso.

― Isabelle não é um objeto, Don Santiago! Ela é sua filha! ― Dexter bate na mesa novamente.

― E por isso mesmo que estou aqui, passando pelo meu orgulho para pedir que se case com ela! ― Don Santiago se irrita e bate na mesa também.

Os dois se olham em silêncio até se acalmarem.

― Sendo assim, aceito me casar com ela. É o mínimo que poderia fazer. ― Dexter levanta o copo e engole toda a bebida de uma vez. ― Só espero sobreviver estando casado com ela.

Santiago sorri de lado e termina sua bebida. Levantando-se em seguida.

― Tenho certeza que vai se virar bem. Só se manter longe de vasos. ― Ele apaga o charuto e abotoa o paletó. ― Espero você em dois dias na minha casa para assinar o acordo. Até logo, Dexter.

Santiago sai e Dexter respira fundo pensando na reação de Isabelle ao saber sobre o casamento.

“Com certeza, estou bem encrencado...”

...********************...

No dia seguinte, Raviel chega em sua empresa de fabricação e exportação de vinhos que antes servia mais como fachada para sua máfia, apesar de ser real.

Ele era rico o suficiente para nunca mais precisar trabalhar, mas ele não aguentaria ficar sem fazer nada, igual a Ivy.

Assim que retornaram para a Espanha, Ravi comprara um lugar e transformara em uma clínica veterinária para que Ivy pudesse exercer a sua profissão que tanto amava.

Claro que ele fez todas as adaptações de segurança necessárias, incluindo um mini hospital para humanos nos fundos caso houvesse uma emergência, e com Stefano de volta, ele se sentia mais tranquilo.

― Com licença, senhor. ― Cecília, uma senhora de quase 60 anos e secretária de Raviel, entra na sala. ― O senhor Milano deseja vê-lo.

Raviel ergue as sobrancelhas surpreso. Dexter não era de visitá-lo sem avisar.

― Pode deixá-lo entrar.

― Claro.

Ravi se levanta e vai ao minibar, enquanto Dexter entrava na sala.

― Whisky? ― Ravi oferece antes mesmo de Dexter se sentar.

Dexter sorri de lado e depois nega.

― Água. Estou maneirando na bebida e ainda mais de manhã. Deixa Ivy saber que você está bebendo a essa hora.

Ravi dá uma risadinha e pega duas garradas d'água, depois se senta no sofá de frente ao de Dexter.

― E então, o que te preocupa?

Dexter bebe um gole de água e se recosta no sofá. Raviel o conhecia tão bem que já sabia o que se passava antes mesmo de ele falar.

― Eu vou me casar.

Raviel quase engasga com a água e depois de tossir um pouco, o questiona.

― Se casar? Com quem?

― Com Isabelle Santiago.

― Como assim?? ― Raviel pergunta ainda mais surpreso.

Dexter conta a conversa que teve com Santigo e Raviel fica pensativo.

― Mas.... Isabelle não te odeia?

― Sim. Acho que Santiago ainda não falou para ela, caso contrário, ela já teria mandado uma bomba na minha casa kkkk.

― Isso não tem graça, Dexter. ― Ravi o repreende.

― De qualquer forma, veio bem a calhar. Digamos que o conselho tem me pressionado para me casar, então, vou juntar o útil ao agradável.

Raviel se sente meio culpado.

Ele sempre voltava a pensar que se não fosse por Dexter ter assumido o seu lugar, provavelmente isso não estaria acontecendo.

Dexter merecia uma vida mais tranquila, um casamento feliz, a base de amor como o seu com a Ivy.

― Relaxa, Ravi. Já disse que amo essa vida. ― Dexter fala como se lesse os pensamentos de Raviel. ― E se tivesse que fazer novamente o que fiz para ver vocês assim, felizes e tranquilos, eu faria mil vezes. Principalmente se tratando da segurança dos meus sobrinhos.

Raviel o olha grato e suspira.

― O que posso fazer por você? ― Ele pergunta querendo ajudar o máximo que podia.

― Que você e Ivy sejam meus padrinhos.

― Ficaria extremamente chateado se não nos convidasse rs.

Dexter ri e levanta a garrafa como em um brinde.

― Ainda me recuso acreditar que Don Santiago daria a filha dele para aquele escroto do Salvatore. ― Raviel fala totalmente abismado.

― E eu ainda estou surpreso por todos rejeitarem Isabelle por algo que nem aconteceu. Sem falar que isso é muito retrógrado. Apesar de isso não ser mais uma obrigação, a máfia ainda pensa dessa forma.

― Concordo, mas sabe como muitos Dons são. Gostam de “exclusividade”.

― Menos Salvatore. Desde que seja jovenzinha, para ele serve. Ele é nojento. ― Dexter fala com asco.

― Acho que pior que o Salvatore, é o regente da casa dos Valentini, Octavius Fideli. ― Raviel fala com uma expressão raivosa. ― Aquele sim é sádico e por ser da Irmandade, acha que pode fazer o que bem entende.

Dexter apenas assente.

― Bom, de qualquer forma, vou me casar e livrá-la desse tipo.

― Você sabe que assim que assinar o acordo com Don Santiago, terá apenas um mês até o casamento. Certo?

― Sim, por quê?

― Ivy vai te matar por ser em cima da hora.

Os dois riem.

― Isso se Isabelle não me matar primeiro rs.

― Seja bom para ela, Dex. Assim, terá reciprocidade.

― Eu serei, Ravi. De alguma forma tentarei me redimir. ― Dexter se levanta. ― Isso na verdade, é o mínimo que eu posso fazer. Bom, vou indo resolver minhas coisas.

― Vá lá em casa amanhã depois de assinar o acordo. ― Ravi convida-o levantando-se também. ― Ivy vai querer ajudar nos preparativos, ainda mais sendo amiga de Isabelle e Clarita.

― Estou bem encrencado, não?

― Sem dúvidas, meu amigo kkkk.

Eles se abraçam apertado e logo Dexter sai pensando em como enfrentar Isabelle.

“Eu estou muito ferrado...”

...********************...

...Autora On:...

...Mas que burrada foi essa que Dexter fez com Isabelle, hein?...

...Será que um vaso nele foi pouco? Rs....

...E agora mais essa de casá-la obrigada... Tadinha da nossa Belle......

...Qual reação vocês acham que ela terá ao reencontrá-lo??...

...Comentem! Quero saber rs....

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