Capítulo 12

Isabelle entra em seu quarto e se joga na cama agarrando o travesseiro. Ela tentou segurar as lágrimas de raiva, mas elas teimaram em cair, até se transformarem em lágrimas de tristeza até soluçar.

Ela lembra quando vira Dexter a primeira vez. Estava visitando seu pai e foram a uma reunião da máfia. Enquanto as mulheres ficavam em uma sala falando coisas fúteis, Isabelle foi para o jardim e se encosta em um muro cheio de flores.

Então, ela percebe que alguém entra no ambiente e ouve uma pessoa gritar o nome de Dexter. Na mesma hora ela vai para trás de uma pilastra ficando fora de visão de quem entrava, mas podia ver tudo o que acontecia.

Ela sente o seu coração disparar no peito e sua boca secar. Ela nunca tinha visto o Dexter pessoalmente, mas já ouvira falar dele várias vezes. O “Anjo da Morte” como era conhecido.

Isabelle estreita os olhos azuis e o analisa um pouco cautelosa.

Disseram tantas coisas sobre ele, do que ele já fizera e como conquistara tantas coisas, que pensou que Dexter era mais um velho egocêntrico, inescrupuloso, frio e sem piedade, mas se surpreende ao perceber sua aparência jovial e até amigável. De perto, parecia ainda mais imponente do que ouvira falar, mais alto do que imaginava ser e mais lindo do que poderia descrever.

Era um homem de tirar o fôlego de qualquer mulher.

Agora ela entendia porque o chamavam de anjo. Ele parecia mesmo um. Só faltavam as asas.

Isabelle o vê suspirar parecendo entediado, enquanto olhava a piscina azul como o céu, então, o celular dele toca e ela o ouve falar suavemente com alguém.

Ela então se aproxima devagar para escutar sem ser vista por ele.

― Claro que sim, irmão. Pode contar comigo no aniversário da minha bonequinha. Não perderia por nada! .... Sim... pode deixar.... Mande um beijo para todos. Até.

Ela suspira vendo o sorriso terno que Dexter dá assim que desliga o celular e depois lamenta vê-lo entrar novamente. Naquele momento, Dexter não deixou mais os seus pensamentos.

No mesmo dia, Isabelle é convidada para jantar na casa de uma amiga de Clarita. Ela conhece Ivy e Raviel naquela noite e se sente muito acolhida por Ivy.

Isabelle fez uma grande amizade com Ivy e quando foi convidada para a festa da filha dela, que Isabelle ficou completamente apaixonada, não hesitou em se oferecer para ajudar em tudo.

No dia do aniversário, ela estava distraída conversando com o pai e sua mãe de consideração, quando Clarita diz que Ivy estava se aproximando deles. Assim que ela se vira, seu coração erra uma batida e engole em seco ao ver Dexter bem à sua frente.

― Olá! ― Ivy cumprimenta a todos. ― Dexter, acredito que não conheça a filha de Don Santiago. Essa é Isabelle. Isa, este é Don Dexter Milano, irmão de Ravi.

― Dexter... apenas Dexter. ― Ele fala estendendo a mão para ela.

Isabelle pega a mão dele e imediatamente sente seu corpo arrepiar.

“Minha nossa... acho que vou desmaiar... Fale alguma coisa, Isabelle!”

― Prazer Don Milano. ― Ela responde séria, mas por dentro estava se sentindo inquieta. Na verdade, apavorada. Nunca tinha se sentido assim antes.

Ela o vê sorrir de lado de um jeito sexy e, naquele momento, ela sabia que estava ferrada...

...****************...

Isabelle se levanta da cama e decide tomar um banho. Ela tira a roupa e se coloca embaixo do chuveiro tentando impedir que as lembranças a invadisse, mas não consegue.

Ela se lembra de como se sentiu ao ser cortejada por Dexter. Ele era doce, cavalheiro e muito divertido.

Além disso, Dexter também é chefe de uma máfia poderosa a qual muitos queriam tê-lo como aliado. Isabelle poderia até ter sentimentos bobos por ele, mas também sabia que fora criada para trazer alianças, então, tudo se encaixaria perfeitamente. Amor e dever andando juntos.

No começo, ela tentou se fazer de difícil para não transparecer sua empolgação, afinal, todas as garotas da máfia que ela conhecia, eram loucas por ele. Viviam suspirando por onde Dexter passava e ela se sentiu muito sortuda em ter a atenção dele para si.

Ele a tratava como se fosse uma princesa. Era tão bom, que ela não conseguiu deixar de se apaixonar por ele em apenas três meses. Dexter poderia não ser o homem perfeito, mas era o homem dos seus sonhos.

Tudo ficou ainda melhor quando ele disse oficialmente que a estava cortejando. No mundo da máfia, quando um Don oficializa um cortejo, isso significava que havia um compromisso entre eles podendo chegar a um pedido de casamento.

Então, aconteceu aquele baile idiota de máscaras. Santiago insistiu muito que ela fosse e Isabelle não teve escolha, porém ela logo ficou animada vendo que Dexter tinha chegado um tempo depois, mas achou estranho ele evitá-la.

Então, ela o vê entrar em uma das salas privativas e resolve ir até lá.

Ela bate na porta, mas não obtém respostas, então ela abre e encontra Dexter no sofá de olhos fechados. Ele parecia não estar muito bem. Estava pálido e parecia até delirar.

― Dexter... você está bem? ― Ela pergunta preocupada se sentando ao lado dele.

Ela o vê olhar para ela sério e ao mesmo tempo como um predador, então ele a puxa para um beijo.

No primeiro instante, ela fica surpresa, mas ao sentir os lábios famintos de Dexter nos seus, seu coração dispara e ela se sente a mulher mais sortuda do mundo correspondendo o beijo com intensidade.

“Dexter me quer! E que beijo...”

Ela só conseguia pensar no quanto aquele beijo significava. Dexter a queria e ela não queria ninguém mais além dele.

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