Capítulo 7

Dona Adelina sorri com seu rosto enrugado e abre os braços para recebê-lo em um abraço caloroso.

Dexter não se faz de rogado e corre para abraçá-la com todo cuidado e carinho do mundo.

― Que bom te ver meu rapazinho! ― Ela fala dando pequenos tapinhas nas costas dele.

― Também senti saudades, vovó. ― Ele se afasta gentilmente e pega na mão dela beijando em seguida. ― Como a senhora está? Quando chegou? Quem a trouxe?

― Uma pergunta de cada vez, meu filho rs.

Eles riem.

― Vamos conversar, enquanto almoçamos rs. ― Ivy fala meio emocionada, pois era muito lindo ver como Dexter a tratava. ― Mig, chame seu pai.

― Sim, mamãe! ― Ele grita já correndo atrás do pai no escritório.

― Me dê a Laurinha, Ivy. ― Mariana fala já estendendo os braços para pegá-la. ― Eu dou o almoço dela para que fiquem mais à vontade.

― Obrigada Mari. ― Ivy entrega a filha que vai tranquilamente para a cozinha.

Logo Raviel aparece segurando a mão de Miguel e prestando atenção no que o filho falava.

― E aí, Dex. ― Raviel o abraça e depois arrasta a cadeira para Ivy sentar-se, logo depois senta no seu lugar de sempre, na ponta da mesa. ― Gostou da surpresa?

― Maravilhosa rs. ― Dexter olha com carinho para dona Adelina.

― Respondendo suas perguntas, eu estou bem, querido. Cheguei ontem de viagem junto com o Léo.

― Ah... Léo rs. ― Dexter compreende agora que esse foi o motivo principal de Léo ter ido para a Espanha. ― E quanto tempo pretende ficar?

Dona Adelina olha sapeca para Ivy que lhe pisca um olho.

― Dessa vez, não pretendo partir.

Dexter abre a boca surpreso e depois a abraça feliz.

Ele não consegue esconder o entusiasmo e emoção de que agora sua família estava perto dele.

Ele limpa algumas lágrimas e logo começam a comer matando a saudade um do outro.

Foi uma tarde maravilhosa e Dexter não poderia ser mais grato. As coisas não podiam ficar melhores.

Depois da sobremesa, eles vão para a área da piscina vendo as crianças nadarem. Estava fazendo um dia lindo de sol.

― Você está muito magro, meu filho. ― Adelina fala em tom repreensível olhando-o de cima a baixo.

Dexter faz uma careta.

― Estou um pouco sem tempo para fazer as refeições direito vovó, mas logo volto a normalidade.

― Nada! O que te falta é uma bela esposa para cuidar de você. ― Adelina fala dando uns tapinhas na mão de Dexter. ― Veja Raviel, desde que se casou com minha Ivy, está mais robusto!

― Está dizendo que engordei, vovó? ― Raviel pergunta sério se olhando e todos dão uma risadinha.

― Não, eu disse que está mais robusto. Isso é bom. Sinal que está sendo bem cuidado.

― Realmente, Ivy cuida muito bem de mim...

Raviel fala de um jeito sugestivo fazendo Ivy ficar vermelha.

― Ravi! ― Ivy o repreende fazendo um bico e todos riem.

― Isso também conta. ― Adelina fala sapeca e todos caem na gargalhada.

― Mas então, Dexter... ― Ivy fala séria tentando tirar o foco de si. ― Léo me contou que o chamou para ser seu braço direito.

― É verdade. Acho que não tem ninguém melhor que ele. Inclusive, terei mais duas na equipe.

― Acho que foi uma boa escolha. Apesar que achei que Charles ficaria nessa posição. ― Raviel fala pensativo.

― Eu pensei nele também, porém, com o tempo, Charles ficou muito acomodado e relaxado. Até em saídas ele preferia deixar a equipe ir no lugar dele. Dificilmente ele se prontificava para algo.

― Realmente, ele não era assim.

― Sim. Dei para ele fazer algumas coisas da contabilidade. Sabe que isso é muito importante para o bom andamento da máfia. Ele pareceu ficar satisfeito.

― Léo vai te ajudar muito, Dex. ― Ivy fala orgulhosa. ― Ele é ótimo em estratégias.

Raviel revira os olhos e respira fundo com ciúmes ao ouvir Ivy falar de Léo. Dexter segura uma risada e resolve provocar.

― Realmente, Ivy. Léo é um cara ótimo. Saberá bem como me ajudar. É inteligente, boa pinta e tem uma lábia muito boa.

― Qual é Dexter?? ― Raviel se manifesta. ― Virou gay é? Elogiando desse jeito assim...

― Que isso... eu gosto da mesma fruta que você, Ravi. Porém, temos que admitir que o Léo é ótimo.

― Não é para tanto... ― Raviel resmunga e ninguém aguenta mais segurar as risadas.

― Não sei por que você implica tanto com o Léo, Ravi. ― Ivy fala provocando mais um pouco. ― Ele é ótimo sim. É uma boa pessoa, bom amigo e...

― Ah, pronto. Melhor não dizer mais nenhuma palavra, Evelyn! ― Raviel fala irritado e Ivy se contem para não rir.

― Mas Ivy tem razão... ― Dexter continua e Raviel se levanta.

― Para mim já deu. Fiquem aí babando no Léo. Tenho mais o que fazer! ― Ele sai ouvindo as gargalhadas atrás de si.

― Ravi! Volta aqui, amor! ― Ivy tenta chamá-lo, mas foi em vão.

― Que maldade, vocês dois rs. ― Adelina repreende achando graça.

― Melhor eu ir atrás dele, né? ― Ivy fala se sentindo um pouco culpada.

― É, acho melhor rs.

― Olhem as crianças pra mim! — Ivy grita indo atrás do marido.

Dexter sorri vendo Ivy sumir de vista e depois pega Ana Laura que pediu colo para ele.

― Ei minha bonequinha. Não quer mais nadar?

― Não... tô com sono...

― Vem cá, deita aqui no colo do tio.

Dexter a ajeita no colo dele e enrola uma toalha nela.

― Você será um pai maravilhoso, meu filho. ― Adelina fala encantada com a cena.

― Que nada... nem sei se terei filhos.

― Ora, e por quê? Não pretende se casar?

― Pelo conselho, já estaria casado, mas por mim, não tenho vontade. A única que tive essa ideia, eu fiz caca. Não a mereci.

― Tudo pode se ajeitar, querido.

Dexter suspira pensando em Isabelle. Ela nunca iria perdoá-lo.

― Duvido muito.

― Nada é impossível, não é mesmo? Além disso, nunca deixei de pedir a Deus por você!

Dexter sorri carinhoso e dá um beijo na bochecha de Adelina.

― Obrigado, vovó. Tenho certeza de que Deus te ouvirá e trará a mulher certa para mim.

Adelina sorri e fala bem firme.

― Com certeza trará.

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