Capítulo 15

Clarita bate na porta de Isabelle que autoriza a sua entrada.

― Isa! Ainda não está pronta? Logo os convidados estarão aqui para o jantar. ― Clarita repreende vendo-a apenas de robe.

― Eu só vou participar desse jantar por causa de Ivy. E já tira essa ideia de fazer o pedido de noivado. ― Isabelle bufa passando um pouco de perfume. ― Não quero essa palhaçada fingida.

Clarita a olha pelo espelho e nota uma certa tristeza por trás da raiva.

Ela se aproxima, coloca as mãos nos cabelos de Isabelle e começa a arrumá-lo.

― Querida, sei que está com raiva agora, mas sabe que jamais faríamos algo que não fosse para o seu bem.

― Por que, Lita? Por que deixou que meu pai fizesse isso comigo? ― Isabelle pergunta com os olhos marejados.

Clarita a abraça pelos ombros e deposita um beijo carinhoso na bochecha dela.

― Seu pai, fez o melhor por você querida. Nunca duvide disso. ― Clarita se ajeita e depois termina de prender o cabelo dela em um coque elegante. ― E apesar do que houve entre você e Don Milano, ele é um bom homem e vai te proteger seja do que for.

― Não tenho dúvidas da capacidade de Dexter sobre isso, mas duvido que esse casamento seja o melhor para ambos. Ele gosta de outra. Ouso até dizer, outras.

― Bobagem! Isso foi há muito tempo. As coisas podem ter mudado...

― Eu não quero saber! ― Isabelle se levanta irritada. ― Não faço questão desse casamento, então não faço questão de saber de nada sobre ele.

― Isabelle, não faça assim... Você merece ser feliz, então não sabote o seu próprio casamento!

― Por mim, tanto faz!

Clarita suspira e balança a cabeça negativamente.

― Bom, espero que reconsidere a tempo. Termine de se arrumar, por favor. Ouvi carros se aproximando.

Clarita sai do quarto e Isabelle bufa.

Ela se olha no espelho vendo o penteado que sua madrasta fez. Por um momento, pensa em desmanchar, mas Clarita não tinha culpa das suas frustrações e ficaria chateada.

Ela vai até o closet e pensa em colocar a pior roupa que tinha.

“Quer saber? Vou fazer diferente... vou me arrumar como uma verdadeira dama e mostrar ao Dexter que ele pode até se casar comigo, mas não irá me tocar!”

Dando um sorrisinho de lado, ela pega um vestido preto midi tubinho, com uma fenda na perna e apenas uma manguinha em um ombro.

Ela se veste, depois calça um pelo Scarpin preto e quando termina de passar o batom vermelho, ela ouve a campainha tocar.

Seu coração involuntariamente dispara e ela se olha no espelho suspirando.

Em outra época, ela estaria mais do que ansiosa em ver Dexter. Era maravilhoso estar com ele, mas agora sempre que pensava nele, lhe vinha a voz dele a chamando de Aurora.

Aquilo fazia seu coração doer e a raiva despertar.

Ela levanta a cabeça e arruma a postura como se fosse da realeza.

― Que o circo comece!

Ela fala para o espelho e se vira saindo do quarto.

(Look Isabelle)

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― Ivy! Que prazer em revê-la! ― Clarita recebe Ivy com um abraço carinhoso.

― Ah, o prazer é meu! ― Ivy sorri e põe a mão na pequena barriga de Clarita. ― E como está esse meninão?

― Chutando como um louco! Rs. ― Ela fala toda orgulhosa. ― Raviel, Dexter, entrem por favor.

― Boa noite Salazar, Milano. ― Santiago chega cumprimentando os dois com a mão. ― Entrem, vamos para a sala. Em breve o jantar será servido.

― E Isa? ― Ivy pergunta olhando ao redor.

― Estou aqui, Ivy.

Todos olham na direção da escada vendo Isabelle descer elegantemente os últimos degraus.

Dexter engole em seco sentindo seu coração disparar.

“Ela está tão linda...”

― Como vai, Ivy? ― Isabelle se aproxima e a cumprimenta feliz com um abraço. ― Salazar, bom revê-lo.

Raviel segura a mão que Isabelle estendeu em cumprimento.

― O prazer é meu.

― Não vai cumprimentar Don Milano, filha? ― Santiago fala em tom reprovador.

Isabelle apenas olha com uma cara de tédio para Dexter, como se só o tivesse visto naquele momento.

― Ah, oi. ― Ela se volta para Ivy. ― Vamos para a sala?

― Claro...

Ivy se limita a dizer olhando com empatia para Dexter que apenas revira os olhos.

Eles vão para a sala e Raviel se senta com Ivy em um dos sofás, Santiago com Clarita em outro, enquanto Dexter se senta em uma poltrona com Isabelle sentando-se na poltrona ao lado.

― Que tal um vinho? ― Santiago oferece e pede ao mordomo que sirva a todos e um suco para Clarita.

Dexter aproveita a distração com o mordomo e resolve tentar uma aproximação com Isabelle.

― Está lindíssima, Belle.

― Já lhe disse para não me chamar assim. ― Ela fala baixo, mas dava para notar a raiva.

― Você gostava quando te chamava assim... ― Dexter fala com uma voz sensual que a deixa ainda mais irritada.

― É melhor você parar ou jogo essa taça de vinho em você! ― Ela retruca tomando um gole com raiva.

― Se estivermos sem roupa, vai ser melhor...

― Você é mesmo um cínico!

Clarita que ouvia de longe a pequena “interação” dos dois resolve intervir antes que Dexter levasse outro vaso na cabeça.

― Ham... o que acham de irmos jantar já? Estou com fome rs.

― Você vive com fome, mi amor rs. ― Santiago brinca amoroso. ― Mas vamos. Não quero que meu filho sinta fome.

Todos riem e os homens se levantam estendendo a mão para ajudar suas parceiras a se levantarem.

Dexter fez o mesmo, mas foi completamente ignorado por Isabelle.

Ele sorri de lado e estende o braço indicando para que as damas fossem primeiro. Ela revira os olhos e pega Ivy pelo braço puxando-a para a sala de jantar.

Raviel fica por último com Dexter e põe a mão no ombro do amigo.

― É Dex... pelo que vi, você está bem encrencado.

Dexter suspira e depois ri.

― As difíceis são as mais interessantes kkkk.

Raviel sorri balançando a cabeça negativamente.

― Cuidado. Ela parece mais impossível do que difícil. ― Raviel fala andando na direção da sala de jantar.

Dexter suspira novamente.

“Mega impossível...”

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