CAPÍTULO 19...

PEDRO...

Depois do nosso almoço, fomos para a loja, quase mando chamar um dedetizador desinfectar a minha sala quando chegamos e encontramos o Igor e a Carla se agarrando.

A morena saiu quase correndo da minha sala, enquanto o palhaço do meu melhor amigo apenas deu risada e correu atrás dela. A Anny deu risada da amiga, mas preferiu sentar numa das cadeiras a minha frente.

— Vou ter que mandar trocar o meu sofá.

— Não exagere tanto... Vai ver eles nem fizeram nada... — a Anny fala e eu levanto uma sobrancelha.

Dou risada dela e foco nos meus papéis, aproveito e pego o contrato de casamento que elaborei para nós dois, é um pouco parecido com o que o Igor fez para a Carla, mas o nosso... Tem muito mais benefícios para a minha princesa.

— Amor — chamo ela e vejo os seus olhos arregalados — o que foi?

— Você me chamou disso...

— Do quê, amor? — falo de novo só para ver ela vermelhinha e com os olhinhos brilhando, me levanto e vou até ela, beijando a sua boca deliciosa — amor, meu amor, minha princesa. Não canso de te chamar assim... — faço carinho no seu rosto — quero te dar o melhor, minha linda, e chamar de "amor" é só uma forma carinhosa de demonstrar o quanto estou disposto a fazer esse nosso "casamento" dar certo.

Ela sorri, e esse sorriso me enche o peito com um sentimento quentinho. Dou um selinho nela e estico o meu braço até a minha mesa e pego o contrato, entrego a Anny e ela pisca os olhos enquanto franze a testa.

— O nosso contrato de casamento, princesa. Quero que leia e se estiver tudo direitinho, assine.

Ela olha para os papéis nas suas mãos e entorta a boca, com um biquinho fofo.

— Posso deixar pra ler depois? Acho que preciso conversar com a Carla um pouquinho...

— Pode sim — beijo a sua testa e volto para a minha mesa — será que você pode procurar por ela agora? Tenho certeza que o Igor tá agarrado nela, e eu preciso falar com ele.

— Está bem, falta muito para buscar a Luna? Esqueci o relógio em casa e o meu celular acabou a bateria... — ela torce o lábio e eu acho que estou ficando ainda mais atraído por ela a cada vez que ela faz isso.

— É... Hum... Ainda são 14 horas, então falta umas horinhas — ela assente e sai da minha sala, alguns minutos depois o Igor entra assobiando, com a maior cara de cínico do mundo — por favor... Não me diga que vocês transaram no meu sofá.

— Não. Mas... Andamos perto. Inclusive... A minha esposinha ainda não assinou o contrato — reviro os olhos — estou pensando em arrumar uma casa aqui em baixo... Não sei se a minha morena vai gostar de morar lá no morro.

— Irmão, o bairro que a Carla mora é 10 vezes pior do que o morro. Acredite, ela vai gostar e muito de morar lá em cima, até porque, lá é mais seguro já que a mãe dela é de idade, vai ter a companhia da tia Lia.

— Verdade... Eu não estava pensando em separar ela da minha sogrinha, mas agora que você falou... Vou ter que fazer umas mudanças na minha casa...

— Sogrinha é?! Sabe que a dona Marisa vai querer te bater se ouvir chamar ela assim. E que mudanças você tá pensando em fazer? Tua casa não tem um quarto no andar de baixo e três em cima? Coloca a dona Marisa no de baixo, assim vocês vão ter mais privacidade — o Igor parece perdido em pensamentos, então resolvo brincar com ele — ou você pode deixar a Carla dormindo com os tios... Sei lá, por uns dois anos.

— Pode ser também... — começo a gargalhar e ele me olha sem entender — o quê?!

— Sério que vai deixar a Carlinha dormindo com os seus pais? — ele fecha a cara e eu rio ainda mais — tá com a cabeça onde, mané?

— Numa certa morena dos lábios de mel que me deixou de quatro por ela com um único beijo e o dicionário incomum dela.

— Ih... Apaixonou mesmo.

— Pode ter certeza... E sabe o que tô caindo na real agora? — levanto a sobrancelha — Agora eu tenho uma filha... Que eu nunca vi na vida... Será que posso sentir ciúmes quando ela crescer e os marmanjo quiser chamar ela pra sair?

— Melhor a gente não pensar nisso, até porque... Agora também tenho uma filha, e ao contrário da sua que só tem 6 meses... A minha tem três anos... Então vou acabar passando por isso primeiro que você.

— A gente podia colocar elas num convento...

Olho para ele que me encara com a sobrancelha arqueada e eu balanço a cabeça, o que faz ele realizar o mesmo gesto que eu.

— IREMOS DORMIR NO SOFÁ — falamos em uníssono.

— Porque fomos nos interessar por essas duas baianas mesmo? — o Igor me pergunta e eu me faço a mesma pergunta.

— Também me faço a mesma pergunta...

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