CAPÍTULO 7...

THAWANY...

É estranho ser cuidada por um homem desconhecido, e que ainda por cima, é o meu chefe... Estamos tomando café, já arrumei a minha princesinha para a aula, assim como arrumei o Noah.

— Rick, esqueci de perguntar antes... — ele levanta a sobrancelha — vou ficar aqui com o Pedro, ou vamos ficar no escritório com o senhor?

— Escritório. Não tem muito o que vocês fazerem aqui em casa, a não ser os brinquedos do Noah, e eu vou me sentir melhor se vocês dois ficarem lá.

Assinto e quando terminamos o café, saímos da casa, o senhor Pedro passou pela escola onde a Luna estuda e deixou ela, seguindo até a loja logo em seguida.

Assim que entramos, uma das funcionárias sorri para mim, e eu retribuo o sorriso, é a moça que me levou até a sala do Pedro, ontem.

— Bom dia, senhor Jones.

— Bom dia, Carla, quero que venha a minha sala depois.

— Claro, senhor. Bem vinda — a moça vira para mim com o sorriso ainda mais aberto que ontem — é bom ver rostos novos por aqui.

— Obrigada.

— Anny, pode conhecer a loja com a Carla se quiser, tenho uma reunião em alguns minutos... Só tome cuidado para esse rapazinho não fugir.

— Tudo bem. Não vou deixar ele escapar de mim, não é? — faço cócegas nele, e ele ri no meu colo.

O Pedro segue até a sala dele e eu começo a andar pela loja, a Carla é uma mulher incrível, educada, e da para perceber que assim como eu, ela já sofreu bastante preconceito.

— E aqui, é a área exclusiva — olho para a grande parede de vidro repleta de joias lindas, ricas em detalhes — essas são peças únicas, só são feitas uma de cada... E são criadas pelo senhor Pedro. A grande maioria das outras peças são dos funcionários que trabalham conosco, mas essas... São feitas por ele.

— São realmente lindas. Não vou nem chegar muito perto, vai que uma cai da caixa e quebra... Não tenho um tostão pra pagar por elas — solto uma risada de nervoso e a Carla me acompanha.

O Noah estava sentadinho numa das cadeiras acolchoadas da sala, brincando com dois bonecos de pelúcia.

— Ele gosta de você... — volto o olhar para a Carla e ela aponta para o Noah — ele não acostumou com nenhuma de nós, sempre choraminga ou sai correndo quando o senhor Pedro pedia para ficarmos com ele quando tinha alguma reunião importante.

— Ele é um garotinho doce... Só não tem a atenção completa que uma criança nessa idade, requer... Me dói saber que ele não tem mãe, fico pensando na minha filha.

— Você tem uma filha? — ela fala sorrindo — eu tenho uma bebezinha de seis meses, ela fica com a minha mãe, eu trabalho o dia todo, e como a minha mãe já está aposentada... Ela cuida da minha princesinha.

— A minha está na creche. Tive que colocar ela lá...

Ficamos conversando mais um pouco, e vejo que está na hora do lanche do Noah, vou até ele e pego na bolsa que trouxe comigo, entrego o pote com várias frutinhas que eu cortei, assim como, alguns biscoitinhos.

A Carla é a gerente da loja, só é chamada quando algum cliente vip aparece, ou faz uma compra grande, por isso ficamos tanto tempo conversando. Estou ajudando o Noah beber o suco, quando um rapaz entra porta a dentro.

O Noah quando vê ele, pula da cadeira e corre para os seus braços.

— Titiooooo.

— Noah... Não corre assim, querido.

— Oi, campeão. Está fazendo o quê aqui sem o seu pai, em?! — o rapaz olha para o Noah e olha ao redor — fugiu do papai, foi?

— Eu tô com a minha titia Anny — ele aponta para mim e vejo o rapaz levantar a sobrancelha — ela tá molando com a gente, titio.

— É mesmo?! — ele fala ainda com a sobrancelha arqueada — Igor — estende a mão — tio e padrinho desse pequeno aqui.

— Thawany, a bab...

— Nem complete — o Pedro aparece e a sua voz me faz estremecer — demorou aparecer, não é, princeso?! Estou te esperando tem mais de uma hora, aconteceu alguma coisa?

— Tava fazendo uns cortes lá em cima e levou mais tempo do que imaginei.

— Hum... Anny, daqui a pouco venho para irmos almoçar, ele está comportado?

— Está sim. Eu estava dando o lanche dele.

Ele sorri para mim e dá um beijo no Noah, que está agora no meu colo, ele aperta a minha cintura com carinho e some pelo corredor com o tal Igor.

— Uau... — olho para a Carla e ela está com um sorriso enorme para mim, com os cotovelos apoiados no balcão — você viu a olhada que ele te deu? Ui... Até fiquei arrepiada.

— Você viu coisa onde não tem — me faço de desentendida.

— Ah, mas eu não tô cega não... Oxente! E que aperto foi aquele? Gente... Tem certeza que você é só a babá?

Ela levanta as sobrancelhas e entorta o sorriso, fazendo com que o meu rosto esquente ao me lembrar do beijo de ontem e da sensação de dormir nos seus braços.

— Anny... — ela dá a volta no balcão e eu coloco o Noah de volta na poltrona — tá rolando alguma coisa entre vocês dois? — o seu sorriso de insinuação e a minha vergonha em assumir, entrega tudo — sua safada... Tá pegando o chefe?! — ela fala sussurrando e eu arregalo os olhos.

— O quê?! Não! Tá doida?!

Ela solta um gritinho e eu finjo de doida. Pegando o chefe... Até parece... Tá mais pra ELE me pegando. Oh Jesusinho... Me ajuda. Santo Antônio, eu pedi um macho, mas não queria que fosse o meu chefe não, santinho.

Fico brincando com o Noah e a Carla volta ao trabalho, só assim eu esqueço esse assunto. Quando dá o horário do almoço, o Pedro pega o Noah no colo, e o Igor acompanha a gente. Quando já estamos saindo da loja, o Pedro vira para trás e chama a Carla.

— Carla?! — ela responde com um "oi, senhor?" — quer almoçar com a gente?

Ela sorri e pega a bolsa dela, vindo quase correndo. Pelo visto a minha nova amiga é muito mais doida do que eu imaginava.

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CARLA BARBOSA, 28 ANOS.

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IGOR SOUZA, 30 ANOS.

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