PEDRO...
A forma como a moça saiu da minha sala me fez ficar estático. Eu não pretendia descartar ela. Pelo contrário, eu quero dar uma chance a ela. O Noah nunca deu ousadia a nenhuma mulher, e olha que muitas tentam chegar até mim, por meio dele.
— Papai, puquê a titia foi embola?
— Eu não sei, filho...
— Vai atlas dela. Eu fiz oto desenho plá ela papai.
— Vamos juntos então, filhão. E o que você acha de pedir a ela para cuidar de você?
O Noah abre um sorriso enorme e corre até a porta, mas como ele não chega na maçaneta, ele tem que esperar eu abrir. Assim que abro, ele corre pelo corredor, e pelo visto, encontra a "titia" já saindo da loja.
Vou até a porta onde posso ver ela fazendo carinho no meu filho que está fingindo um choro, ator? Imagina, aprendeu com o papai dele. As atendentes se prontificam para ir até ele, mas faço sinal para que fiquem onde estão.
— Calma, pequeno. Não precisa chorar. O que aconteceu?
A calma com que ela fala com ele, me faz questionar como alguém como ela, perdeu o emprego e ainda está correndo o risco de perder a guarda da filha.
— Titia eu fiz oto desenho plá voxê.
— Deixa eu ver — ela pega e sorri olhando para o papel, não faço ideia se ela entende algo dos rabiscos que o Noah chama de desenho, mas pelo sorriso dela... — é lindo.
— Titia, voxê pode cuida de mim? O papai tlabalha muinto e não dá atenção plá mim.
Nossa, filho, precisava isso tudo? Vou te mandar para a Globo... Fico assistindo a cena, quieto no meu canto. A Thawany olha ao redor e encontra o meu olhar, pisco para ela, e vejo o seu rosto ficar um pouco mais corado.
— Você quer que eu seja sua babá? — o Noah inclina o rosto um pouquinho para a esquerda e depois olha para trás.
— Papai — ele vem até mim e me faz abaixar até ficar da altura dele — ela peguntou se quelo ela seja minha babá... — ele faz uma carinha fofa e eu não resisto a esse meu filho — babá não é aquele negoxo que sai da boca quando tá domindo?
Dou risada do que ele diz e pego ele no colo, dou um beijo nele e chamo a senhorita Thawany.
— Pode me acompanhar de volta? Acho que não terminamos a nossa conversa.
Ela assente e me acompanha, quando entramos mais uma vez na minha sala, eu fecho a porta e a conduzo até a área onde o Noah fica brincando. Me sento no chão com o Noah no meu colo e ele vai para o colo da moça.
— Você não me deixou terminar de falar... Eu não ia dispensar você. Pelo contrário, quero te dar uma chance de cuidar do meu pequeno... Ele tem razão quando diz que trabalho muito, a atenção que dou a ele é pouca, e... Ele precisa de alguém que faça isso.
Ela está brincando com os cabelos do Noah, vejo tanta bondade nela...
— Não quero que faça isso por pena, senhor...
— Não é por pena, Thawany. Bondade irradia de você, e não acredito que você seja uma loba em pele de cordeiro, capaz de fazer mal a uma criança tão pequena quanto o meu filho — ela me olha e os seus olhos estão com um brilho diferente — ele não gosta de mulheres — aponto para o Noah que está tranquilo brincando com a moça — sempre que alguma tenta brincar com ele, ele se esconde em mim, ou corre para longe. Já você... Ele correu para você, até te chamou de bonita.
— Ele é uma criança linda. E muito educado por sinal. O senhor e a sua esposa estão fazendo um bom trabalho — travo a mandíbula quando ela diz a palavra esposa, ela levanta o olhar e vê a minha expressão — disse algo errado?
— Está tudo bem. Bom, aceita o emprego de babá do meu filho?
— Claro... Mas... Até que horas tenho que ficar com ele? É que a minha filha sai da creche às 17... Então, eu teria que ficar com ela no trabalho, ou procurar alguém para ficar com ela.
— Não se incomode de pagar alguém para ficar com ela. Pode levar ela com você, o Noah não tem muitos amigos, será uma amiguinha para ele — ela sorri para mim — Thawany, uma última coisa... — ela assente — quero que me permita investigar você... Ouça, é...
— Uma questão de segurança. Eu entendo. Eu poderia ter omitido o que me levou a ser demitida... Poderia ter, até mesmo, escondido o fato de que não posso mais lecionar, e que posso chegar a perder a guarda da minha filha... Então... É compreensível o senhor fazer isso. Sou sincera e detesto meias verdades.
Assinto olhando para ela, essa mulher parece uma muralha, mesmo com tudo o que aconteceu na vida dela nos últimos meses, ela parece ser indestrutível. Levanto do tapete criativo e volto para a minha mesa, envio uma notificação para o meu advogado e peço que redija um contrato para a Thawany.
Mando um e-mail para o meu investigador e peço a ele que faça uma investigação pente fino na vida dessa mulher, e que, o que puder descobrir sobre os motivos que levou ela a perder o emprego.
Irei descobrir tudo que puder a respeito dessa mulher, e que Deus me ajude a não estar enganado, mas... Se eu descobrir que alguém fez tamanho mal a uma mulher como ela, eu irei fazer pagar.
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Atualizado até capítulo 78
Comments
Maria Izabel
Começando a ler, já estou gostando.
2024-12-18
1
Maria Sandra
nossa amando a leitura
2025-03-28
1
Joana Darque Almeida Lopes
É isso aí investiga e faz pagar com juros e correção
2024-11-17
1