CAPÍTULO 8...

PEDRO...

Estou na minha sala esperando o meu primo e melhor amigo, Igor chegar para a segunda reunião do dia, e nada dele. Já estou quase ligando para o meu tio. Resolvo ir ver como a minha princesa está lidando com o Noah, quando chego na loja, vejo o Igor quase comendo ela com os olhos, enquanto a Carla suspira baixinho por ele.

Arrasto ele para a minha sala e assim que fecho a porta ele já pergunta logo:

— Onde arrumou aquela belezura de mulher?

— Não é da sua conta! Tire os olhos dela.

— Não?! — ele fala com os olhos bem abertos e a boca quase deixando cair os dentes — Não tá mais aqui quem gostou da gata.

— Igor! Ela tem nome!

— Ui, já está até com ciúmes — ele ri de mim — está bem, não vou tentar pegar ela pra mim. Sabe que não faço isso com você. Espero que ela seja uma boa pessoa, porque até onde vi, o Noah gostou dela.

— O Noah é quem quer ela pra ele — falo cruzando os braços e ouço o Igor dar risada outra vez — mas enfim, está tudo certo mesmo lá em cima?

— Está sim, fiz uns cortes, mas antes de sair de casa a Mariana apareceu querendo arrumar confusão.

— Eu bem que avisei que ela era problema.

— O pior, é que ela agora me veio com papinho de que está grávida de mim. O pai tá querendo me matar porque eu disse que não vou assumir a criança.

— Mas o filho é teu?!

— Não, né, Pedro. Eu nunca nem dormi com ela. Ela armou pra mim daquela vez, me drogou e depois tirou fotos dormindo na minha cama, mas eu tenho provas de que eu não toquei num único fio de cabelo dela.

— Então porque o tio Gus ainda quer te matar?

— Porque a flor de maracujá podre, conseguiu, não sei como, um vídeo no meu quarto, onde ela estava em cima de mim, e parecia claramente, que estávamos...

— Mas que merda em?!

— Pois é... Quando eu penso que a minha vida já não tem problema suficiente... Me aparece uma dessa. A minha mãe está decepcionada comigo... Por mais que ela diga que acredita em mim, eu posso ver a dor no olhar dela...

— Imagino... Ela e a minha mãe são iguais. Mas bora trabalhar, porque não te chamei aqui pra ouvir lamúria não. Toma, são os últimos contratos, quero que veja se consegue arrumar um jeito de desfazer, tem uns furos nele e eu vou sair roubado se assinar.

Ele pega e começa a ler, umas duas horas depois vejo que está no horário do almoço. O Igor não trabalha só no morro, como o chefe, apesar que o tio Gus acabou bastante com o tráfico lá em cima, hoje em dia a nossa família tem sido mais como intercessores do pessoal.

Não vemos mais os adolescentes fumando maconha, ou com armas para todos os lados, como antes. Pelo contrário, hoje a maioria está trabalhando honestamente, conquistando cargos ótimos aqui "no asfalto". O Igor por exemplo, é um ótimo advogado.

Saímos para almoçar, e me vem uma ideia... A Carla vive soltando suspiros sempre que vê o Igor, e eu já notei ele olhando para ela várias vezes, mas se afastou bastante quando ela engravidou, pra ser sincero, ela voltou a trabalhar faz só dois meses por conta da licença.

Porque eu não volto a minha fase de criança e dou uma de cupido?! Ah, eu vou sim!

Chegamos no restaurante da Ana, e hoje a minha sobrinha está aqui, quando ela me vê, corre para os meus braços.

— Oi minha princesa — dou um beijinho nos cabelinhos loiros dela, a cópia do pai, aquele babaca.

— Oi tio. Tio Igor — ela se joga nos braços do Igor que enche ela de beijos também.

— Cadê a sua mãe?

— Na cozinha. Ela hoje tá estressada, tá gritando com todo mundo lá dentro, por isso fugi.

— Fugiu pra ficar ajudando aqui não é, mocinha? — a Ana aparece e o seu sorriso ilumina o ambiente, ela me abraça toda cheia de farinha no rosto e eu reclamo.

— Ana... Você tá cheia de farinha, sua chata, vai sujar o meu terno, sem contar que está cheirando a alho.

Ela dar risada de mim, vai abraçar o Igor, cumprimenta as meninas e senta com a gente. O Noah está agarrado na Anny, e isso me enche de alegria. Começamos a conversar, e o Noah acabou indo brincar com a minha sobrinha, a Thalia.

— Como estão as coisas com o loiro azedo? — o Igor pergunta para a Ana que revira os olhos, esse apelido pegou e mesmo nós três tendo virado "amigo" do coitado do Wander, ainda zoamos a Ana.

— Estão bem, palhaço. Gente, vou voltar para a cozinha. Aquele lugar vira uma zona sem mim, parei um pouquinho só para respirar, já, já, eu mando trazer o prato de vocês.

Ela some pelas portas duplas e eu aperto a mão da Anny por baixo da mesa, ela estava com a atenção toda no Noah, que está brincando um pouco mais a frente.

Sorrio para ela, que retribui o sorriso, resolvo continuar a minha tarefa de cupido, dou um pequeno sinal para a Anny e ela levanta a sobrancelha, desvia o olhar e olha para a Carla que estava distraída olhando o restaurante, já o Igor... Está quase babando nela.

— E então... Carlinha. Como a Liz está? — ela desvia o olhar para nós e abre um sorriso.

— Está bem. Cada dia mais esperta, está aprendendo ficar sentada sozinha. Ela antes ficava por poucos segundos e logo caía, mas agora está mais firme.

— Nada do Luan? — pergunto pelo ex que apenas engravidou ela e sumiu do mapa.

— Graças a Deus, não. Estou bem sem ele, mas... É difícil ter uma filha bebê sem o apoio do pai para criar.

— Eu sei bem como é... — a Anny fala e vejo ela ficar um pouquinho mais triste — ainda bem que minha família esteve do meu lado o tempo todo.

— Mainha também me apoia bastante, depois que viemos da Bahia pra cá, a nossa vida melhorou bastante.

O Igor está calado, calado de mais. Olho para a Anny e ela chama a Carla para ir ao banheiro, até parece que essa mulher leu meus pensamentos. Quando elas duas já estão longe, chuto a perna do Igor.

— Ai! O que foi?!

— Toma — jogo o guardanapo pra ele, que me olha sem entender — pra secar a baba. Disfarça um pouco, irmão. Dá pra ver de longe a sua cara de bobo apaixonado — ele joga o guardanapo de volta em mim, dou risada dele — se livre da Mariana primeiro, se você machucar a Carla, eu corto o seu pau fora.

Ele me olha com a cara fechada e as meninas voltam, assim como o nosso almoço, a Anny vai buscar o Noah e almoçamos todos juntos.

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ANA LAURA JONES, 30 ANOS, IRMÃ GÊMEA DO PEDRO.

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THALIA, 5 ANOS, FILHA DA ANA.

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