Outros titãs.

— Onde... onde eu estou? — Eu pergunto, tentando me levantar, mas uma dor aguda em minha perna me faz voltar a me deitar.

— Você está seguro, não se preocupe — Ela diz, me ajudando a deitar novamente — Aparentemente você teve uma queda... alta —

Eu olho para baixo e vejo a minha perna enfaixada, eu não me lembro de ter me machucado assim.

— Você caiu de uma altura considerável. — Ela explica. — Quebrou uma de suas pernas, mas nós já fizemos o possível para ajudar. Você vai ficar bem —

Eu olho ao redor, tentando entender o que está acontecendo. As paredes da caverna são feitas de pedra e há uma fogueira acesa no meio. Há também outras duas pessoas sentadas ao redor, uma garota e um garoto, os dois me observando com curiosidade.

— Quem são vocês? — Eu pergunto.

— Somos... regentes de titãs. — Ela responde, claramente nervosa com o que eu poderia fazer. — Meu nome é Kendra, sou regente do titã Hiperion... —

Eu aceno com a cabeça, sentindo uma estranha sensação de alívio. Pelo menos eu não sou mais o único titã aqui. E pelo menos eu não estou em perigo imediato.

— E o que aconteceu com as Harpias? — Eu pergunto.

— Fugiram para longe —

Eu encaro ela por alguns segundos pensando no que eu deveria fazer agora, mas logo decido revelar quem eu sou.

— Aliás, o meu nome é Théo, sou regente de Atlas — Eu falo, levantando a minha camisa e mostrando a marca do mundo.

Ela olha para mim envergonhada por eu mostrar o meu corpo e surpresa por eu ser um titã também.

— Aqueles dois ali são Nilo o regente do titã Oceano e a outra é Eira a regente do titã Crio, é um prazer conhecer você — Ela diz estendendo a mão para mim.

Aceitando a mão estendida por Kendra, cumprimento-os. Nilo e Eira parecem intrigados e cautelosos ao mesmo tempo, como se estivessem tentando compreender a situação.

— Um prazer conhecer vocês também — digo — Mas infelizmente eu tenho que voltar, tenho que proteger uma pessoa — Eu falo tentando me levantar sem mover a minha perna machucada.

— Outra pessoa? Tem outro regente de titã? — Ela pergunta animada.

— Na verdade... é uma deusa, uma regente de uma deusa para ser mais exato —

— Eu pensei que erramos inimigos dos deuses —

— Bem... somos, mas ela acha que eu sou um regente de Apolo —

Ela olha para mim com um olhar sério e logo sai do meu caminho.

— Não podemos te impedir, mas nessa condição que você está, você não dura 5 minutos na floresta sozinho — Ela diz, irritantemente certa.

Eu olho para a saída da porta e suspiro, realmente, não adiantaria ir atrás da Lira e morrer no caminho.

— Tudo bem, eu fico com vocês até me curar, se não se importarem — Eu falo.

— Claro que não nos importamos, venha! Deite novamente para descansar — Kendra diz me puxando para a cama improvisada.

Espero que um dos meus poderes seja regeneração rápida, estou com um mal pressentimento em deixar Lira sozinha com aquelas pessoas... não por não confiar neles, mas porquê eles são muito fracos.

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