Nem amigo, nem inimigo, por enquanto.

À medida que a noite avançava, a garota de olhos azuis mantinha sua vigília, mantendo-se atenta a qualquer sinal de perigo. Enquanto isso, eu tentava manter meus sentidos alertas, analisando nossa situação e pensando em estratégias para escapar daquele jogo mortal (ou dos semideuses caso eles decidissem se virarem contra nós).

— Você está acordado ainda? — A garota perguntou em um sussurro suave, mantendo os olhos fixos nos arredores.

— Sim, não consigo dormir. Essa situação toda é... perturbadora — Respondi num tom baixo, mas não me referia apenas sobre os jogos como também sobre a situação que eu estava.

Ela assentiu, parecendo entender a gravidade do momento. — Você e sua companheira são mesmo regentes de deuses? — Ela pergunta, voltando seu olhar para mim.

— Sim! Sim nós somos — Gaguejei.

Ela me olhou, obviamente começando a duvidar de mim.

— Não sei se você sabe, mas na mitologia grega, os titãs eram os "vilões" da história, mas os deuses também não eram almas muito bondosas — Ela olha para a floresta — Por mim, eu não irei escolher nenhum lado — Ela diz friamente.

A garota parecia ter uma postura decidida e um tom de desconfiança, como se estivesse pronta para qualquer reviravolta na situação. Muito provavelmente ela é uma semideusa filha de Atena, talvez. Sua preocupação com os eventos que estavam se desenrolando era evidente.

— Eu entendo. Não culpo você por estar relutante em escolher um lado. Esta situação é confusa e perigosa para todos nós — comentei, tentando acalmar as suspeitas.

Ela olhou diretamente para mim, seus olhos azuis penetrantes carregando uma mistura de determinação e cautela.

— Sejam quem dizem ser ou não, não estou disposta a confiar cegamente em ninguém neste lugar. Não até ter certeza do que realmente está acontecendo — Afirmou com firmeza.

Essa garota talvez tenha descoberto que não sou regente de Apolo? Não, impossível.

— Compreendo. Também não sabemos exatamente o que está acontecendo, apenas que fomos arrastados para cá e agora estamos tentando encontrar uma maneira de sair deste pesadelo — Expliquei, esperando conseguir pelo menos um pouco de confiança da parte dela.

Ela pareceu ponderar minhas palavras por um momento, sua expressão um pouco menos tensa.

— Seja qual for sua situação, estou disposta a ouvir mais, mas por enquanto, vou manter minha guarda em relação a vocês. Não se engane, se houver algo que ameace a segurança do nosso grupo, vou agir — Disse ela, em um tom mais ameno, mas ainda determinado.

— Entendido. Estamos dispostos a colaborar e tentar encontrar uma saída para todos. Não queremos nos envolver nesta batalha — Garanti, mantendo-me respeitoso.

A troca de olhares pareceu diminuir um pouco a tensão entre nós. A garota parecia estar menos desconfiada, mas ainda vigilante.

O tempo passou lentamente enquanto os outros dormiam e ela continuava sua vigília. Enquanto observava a garota de olhos azuis, percebi que ela se mantinha atenta, atuando como uma sentinela protetora para seu grupo.

— Você parece ter muita responsabilidade aqui — Comentei, tentando estabelecer uma conexão mais amigável.

Ela sorriu levemente, mas sua expressão permaneceu séria. — É necessário. Estamos todos em perigo aqui, e alguém precisa se manter alerta. Afinal, não sabemos o que mais pode surgir nesta floresta ou o que esses jogos nos reservam —

Concordei com um aceno de cabeça, reconhecendo a gravidade da situação. Enquanto a conversa continuava entre sussurros, parecia que ela começava a confiar um pouco mais em mim.

— Devo te perguntar algo mais. Você acha que é possível haver um truque por trás desses jogos? Algo que possa nos ajudar a escapar de toda essa situação? — Ela perguntou, mantendo o tom baixo.

— É difícil dizer com certeza, mas acredito que sim. Há muitos mistérios neste lugar e devemos estar atentos a qualquer pista ou oportunidade que possa nos levar à liberdade. O que você acha? — Retribuí a pergunta, interessado em ouvir a opinião dela.

A garota refletiu por um momento antes de responder. — Não posso dizer ao certo, mas há algo errado aqui. Esses jogos, as regras... Não faz sentido. Precisamos descobrir a verdade por trás disso tudo —

Enquanto a nossa conversa continuava, percebi que, apesar de ainda desconfiada, ela começava a confiar um pouco mais em mim.

A interação com a garota de olhos azuis estava progredindo lentamente, mas ao menos estava se tornando mais cordial e menos tensa. Sua desconfiança era compreensível dado o contexto estranho em que nos encontrávamos.

— É verdade, esses jogos parecem manipulados de alguma forma. As regras são demasiadamente amplas e deixam espaço para muitas interpretações perigosas — comentei, concordando com sua percepção.

Ela pareceu concordar, ainda analisando nossas palavras com cautela.

— Se alguém está nos controlando ou manipulando, pode haver uma maneira de encontrar brechas nessas regras. Algo que possa ser explorado para nossa vantagem — sugeri, tentando mostrar que estávamos na mesma página.

Ela ponderou minhas palavras e depois assentiu com um olhar determinado.

— Vamos manter os olhos abertos e observar atentamente. Se há algo que possa nos ajudar a sair desta situação, devemos descobrir juntos — ela respondeu com um tom de voz mais ameno.

Enquanto isso, os outros semideuses permaneciam adormecidos, alheios à nossa conversa. A garota de olhos azuis parecia estar disposta a dar um voto de confiança, mesmo que pequeno, enquanto continuávamos a trabalhar juntos na busca por uma saída.

— É reconfortante saber que temos pelo menos alguém em quem confiar aqui. Vamos trabalhar juntos para encontrar uma solução — eu disse, tentando reforçar a confiança mútua.

Ela concordou, e continuamos a manter a vigília, discutindo estratégias possíveis e tentando descobrir algum padrão ou pista que pudesse levar à liberdade daquele lugar misterioso e perigoso.

Enquanto a noite avançava, a lua desenhada no teto começou a desaparecer lentamente, indicando o término da vigília noturna. A garota de olhos azuis, então, se virou para se juntar aos outros semideuses, indicando o fim da conversa.

Eu me recostei, olhando para o teto e pensando na incerteza do que nos aguardava no amanhecer. Por um momento, senti-me grato por encontrar alguém disposto a colaborar e desconfiar um pouco menos das nossas intenções. No entanto, a jornada estava longe de terminar, e o desafio de escapar daqueles jogos mortais estava apenas começando. Eu segui o exemplo da garota e fui dormir, ao lado de Lira, por segurança.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!