Um lugar seguro? Ou uma armadilha?

Me virei para Lira e me ajoelhei ao seu lado, coloquei a minha mão próxima a sua boca para tentar sentir a sua respiração, ela tinha parado de respirar. Tentei o básico primeiro, fazer compreensões no seu peito, a cada três compreensões eu verificava a sua respiração, ainda não estava respirando, eu estava desesperado e a única outra coisa que pensei em fazer foi respiração boca a boca.

Fiz um rápido pedido silencioso para que aquilo funcionasse, antes de me inclinar e selar os nossos lábios. Eu soprei ar nos seus pulmões, me concentrando em tentar trazer a minha companheira de volta à vida. Eu continuei isso por alguns minutos, alternando entre respiração boca a boca e compressões no peito.

Finalmente, depois do que pareceu uma eternidade, Lira deu um suspiro ofegante e tossiu, água sendo expelida dos seus pulmões. Eu imediatamente rolei para o lado, dando-lhe espaço para respirar.

— Você está bem? — Perguntei, aliviado.

Ela me olhou por um momento antes de assentir fracamente, seu rosto ainda pálido, mas seus olhos brilhando com determinação.

— Estou... obrigada — Ela disse, sua voz fraca, mas clara.

Eu sorri, ajudando-a a sentar-se enquanto ela recuperava o fôlego.

— Não é nada — Eu disse, me levantando em tirando a poeira da minha roupa.

Nunca imaginei que nessa vida eu lutaria contra um Kraken, e venceria, sozinho!

De repente o corpo do Kraken começa a se desfazer e algo saí de dentro dele flutuando e para nos meus pés, um pingente parecido com o qual eu recebi depois de matar o basílisco, este estava escrito "Assassino de Kraken", ao seu lado estava uma bolsa de tinta, sim, uma bolsa de tinta completamente normal.

— Parabéns, você derrotou mais um monstro lendário — Lira diz tentando se levantar do chão — Você vai querer a bolsa de tinta? —

— Não, pode ficar com você — Falo colocando o pingente no meu pescoço ao lado do outro — Agora temos que nadar até o outro lado do lago —

Lira concorda com a cabeça — Nós... podemos só esperar um pouco? Eu ainda não me recuperei —

Eu sorriu para ela e me sento em uma rocha quadricular.

O tempo parecia não existir nesse lugar, e apenas nesse momento eu percebi que também não passávamos fome ou sede de alguma maneira. A cada minuto que eu passo nesse lugar, menos sentido ele faz.

Havíamos descansado o suficiente, peguei as coisas de Lira e começamos a nadar e por sorte não havia mais nada no lago, o que facilitou em muito a nossa ida de um lado para o outro. A porta a nossa frente parecia ser feita de madeira nova, e não tinha maçaneta, por um segundo pensei que ela seria uma daquelas postas que apenas empurra para o lado e ela se abre, mas não, era apenas uma porta sem maçaneta. Quando entramos ficamos surpresos, era um quarto com duas camas e duas portas em cada lado, quando entramos e olhamos para trás a porta por qual havíamos entrado desapareceu (como sempre), na nossa frente tinha uma com algo escrito "Sala de descanso" e abaixo tinha "Tempo de descanso restante: 1 dia".

— Armadilha? — Perguntei.

— Acho que não, acho que acabamos de... pssar de nível? — Ela diz, duvidando de suas próprias palavras — Acho que esse lugar é realmente apenas para descanso... — Ela diz, indo até uma das duas portas e a abrindo, revelando um banheiro moderno — Uau, finalmente posso me levar, já não aguentava mais cheirar a cachorro molhado — Ela comemora olhando para as mudas de roupas limpas sobre uma das camas — E isso é roupa feminina!... parece da época medieval... bem... nada é perfeito —

Eu obviamente achei tudo aquilo bom demais para ser verdade, mas logo desisti de procurar algo errado quando encontrei um prato com pudim em uma das camas, eu não estava com fome, mas sentir o gosto de algo para mim já estava ótimo. Quando eu entrei na outra porta percebi que também era um banheiro, olhei cada canto e vi uma placa "Nem os deuses podem te observar aqui. Aproveite a sua privacidade", era o mínimo né? E além disso, o que me garante que isso seja verdade?

Após nos lavarmos e saborearmos a comida, deitamos na nossa cama e apagamos a tocha (arriscado, eu sei, mas Lira me obrigou a fazer isso), permanecemos olhando para o teto, nenhum de nós estávamos com sono, e nem acho que isso seja possível de sentir nesse lugar.

— De qual lugar você é? — Pergunta Lira de repente.

— Você quer saber de qual cidade? —

— É, mas pode ser estado ou país também —

Eu me mantenho em silêncio por alguns segundo e logo respondo — Sou do Canadá e você? —

— Sou de Nova York —

Um silêncio domina a sala, já tinhamos fugido de um minotauro, encontrado um cadáver e enfrentado um Kraken, mas eu ainda não sabia nada sobre ela.

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