Eu quebro uma mandíbula com as mãos.

Após cair no fim do buraco eu me deparei novamente em um túnel, mas ao invés de antes agora as paredes não eram de calcário, agora pareciam de algum tipo de rochas comum que eu não reconheci, atrás de mim não havia nada, meu único caminho era seguir em frente.

Eu já nem sei mais a quanto tempo eu estou nesse lugar, eu estou andando a horas, eu acho, e não encontrei nada, não sei se fico feliz, triste ou com raiva por causa disto. Até agora eu descobri apenas que tudo isso tem alguma relação com a mitologia grega que, por acaso, eu não sei praticamente nada além de alguns deuses como Zeus, Poseidon, Hades e Atenas, eu não me lembro de nenhum deus chamado Atlas. Eu continuei a caminhar pelo corredor escuro, iluminado por tochas e pelo brilho dourado da marca no meu peito, até que então, o corredor terminou e eu adentrei no que parecia um enorme salão que estava decorado com tapetes bordados pendurados nas paredes, pareciam velhos e desbotados, havia muita teia de aranha pelo lugar.

— Tem alguém aqui?! — Gritei e a minha voz ecoou por todo o salão.

Eu me arrependi no mesmo momento em que gritei, um som de rastejo se iniciou por todas as direções, alguma coisa fazia o som de sibilar como uma cobra, mas muito mais alto e assustador. As tochas se acenderam e eu vi, uma serpente gigantesca no centro do salão me encarando, instintivamente desviei o meu olhar por algum motivo, eu tive a sensação de que caso eu olhasse nos olhos daquilo eu morreria.

Lentamente, retrocedi alguns passos enquanto a serpente gigantesca permanecia imóvel no centro do salão. A sua presença era sufocante, envolta por um silêncio ensurdecedor. A atmosfera estava carregada de tensão, e eu me vi incapaz de ignorar a sensação de perigo iminente que emanava daquela criatura colossal.

— Calma, Theo, calma... — Sussurrei para mim mesmo, tentando controlar o ritmo acelerado do meu coração. Aquela serpente não parecia amigável, e instintivamente eu sabia que encarar os seus olhos seria um erro fatal.

Mantendo o meu olhar fixo no chão, observei cuidadosamente a disposição do salão em busca de qualquer rota de fuga ou esconderijo. As tochas ao redor da sala iluminavam apenas parcialmente o ambiente, lançando sombras distorcidas pelas teias de aranha nas paredes.

Enquanto eu ponderava sobre qual seria o próximo movimento, a serpente começou a se mover, deslizando silenciosamente em direção a mim. Seus movimentos eram sinuosos e graciosos, mas a ameaça que representava era inegável. Senti um suor frio escorrer pela minha testa, e meus músculos ficaram tensos, prontos para agir no primeiro sinal de ataque.

Por um momento, considerei correr na direção oposta, mas sabia que seria em vão; dificilmente conseguiria superar a velocidade daquela criatura. A serpente atacou.

Por um momento os meus braços agiram sozinhos, e antes mesmo que eu percebesse, eu estava segurando a boca da serpente gigante com as minhas próprias mãos.

— Mas o que! — A serpente começou a se contorcer enquanto eu a segurava pela sua boca.

O seu corpo começou a se enroscar ao meu redor e a me apertar igual a uma jiboia sufocando a sua presa, mas para a minha surpresa (e para a surpresa da cobra) não estava acontecendo nada, digo, EU não estava sentindo nada. Eu olhei nos olhos da cobra e percebi a sua sede de sangue aumentar, novamente, não sei como, mas senti. Eu então gesticulei os meus braços e quebrei a mandíbula da serpente com facilidade e ela caiu no chão completamente morta.

— Modestamente falando, eu sabia que eu era forte, mas não tanto assim... — Eu olhei para os meus braços e não havia nada de errado neles — Além disso, e que coisa é essa? — Eu pergunto para mim mesmo cutucando o nariz da serpente com o pé.

O corpo dela começa a se desenvolver restando apenas uma pequena adaga que parecia ser um dos dentes da cobra e ao lado um pingente escrito "Assassino de Basílisco", eu já ouvi esse nome em algum lugar antes, provavelmente a serpente era isso. Eu peguei a adaga e coloquei o pingente no meu pescoço e averiguei o salão, infelizmente não havia mais nada a não ser uma porta atrás do trono gigante no fim do salão. Eu segui pelo novo corredor.

Impressionante como as coisas continuam a se tornar mais estranhas e surreais a cada passo que eu dou, a próxima coisa vai ser o que? Um dragão com cabeça de ornitorrinco com cauda de gato e asas de borboleta?

Seguindo mais adiante eu me deparo com (acredite ou não) uma garota, aparentemente comum. Eu me aproximo dela devagar, ela parecia distraída olhando para uma placa na parede aonde estava escrito "Posso ser aberto ou fechado, grande ou pequeno. Posso revelar a verdade ou escondê-la. Quase sempre sou bem-vindo e posso surgir sem avisar. Todo mundo tem, mas nem todos compartilham. Que eu sou?".

— A resposta é o sorriso — Eu falo atrás da garota a assustando.

Ela se vira rapidamente e tenta me dar um soco, o meu corpo se move sozinho e eu desvio facilmente.

— Quem é você? — A garota pergunta, agora de frente para mim.

Uau, ela é mais bonita olhando de frente.

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