Mais um monstro, para variar.

Que lugar infernal, esse é o único termo que combina com esse lugar. Eu e Lira já estavamos andando há muito tempo e passamos num total de sete vezes por essa droga de esqueleto (com todo o respeito), nenhum de nós dois sabiamos o que tinhamos que fazer, todo o corredor adiante era uma linha reta sem voltas ou bifurcações e mesmo assim já tinhamos dados várias voltas pelo mesmo lugar.

— Isso não faz sentido — Disse Lira, frustrada, depois de passarmos pelo esqueleto pela sétima vez.

— Eu sei... tudo isso é muito estranho. A lógica não se aplica a este lugar — Respondi, sentindo a tensão crescer.

— Temos que estar perdendo algo. Algo que está bem na frente de nossos olhos — Lira murmurou, olhando ao redor de forma pensativa.

Examinei o esqueleto novamente, tentando encontrar qualquer coisa que tivéssemos perdido. Em um impulso, decidi pegar a faca que o pobre homem tinha usado para dar fim à sua própria vida. Estava corroída pelo tempo, mas ainda parecia afiada.

— O que você está fazendo? — Perguntou Lira, alarmada.

— Eu não sei — Admiti — Mas estou começando a pensar que a resposta para o nosso problema tem algo a ver com essa faca.

Com a faca na mão, eu comecei a examinar o corredor novamente. Não parecia haver nada de diferente. Mas então, percebi algo no chão, um padrão que parecia se repetir no piso de pedra do labirinto.

— Lira, você vê isso? — Perguntei, apontando para o padrão.

Ela se ajoelhou ao meu lado e examinou o piso. Depois de um momento, seus olhos se arregalaram.

— Eu acho que entendi — Disse ela, soando espantada — Olhe, o padrão se repete, mas muda ligeiramente a cada repetição, como um labirinto que está constantemente mudando. Talvez, se seguirmos o padrão...

— Poderíamos encontrar uma saída — Completei, sentindo um súbito aumento de esperança.

Com a faca na mão e um novo plano em mente, começamos a seguir o padrão no chão. Desta vez, quando passamos pelo esqueleto, continuamos andando, seguindo a trilha que o padrão indicava, não olhavamos nem para as paredes e nem para o caminho em nossa frente, nossos olhos concentrados apenas nas marcas do chão.

Depois de um tempo, notamos que não estávamos mais passando pelo esqueleto. O corredor parecia diferente, Tudo ao nosso redor parecia rocha sólida, como as paredes de uma caverna e o ar estava mais fresco. De repente, vimos uma luz azul fraca no final do corredor.

— Lira, você está vendo isso? — Perguntei, incrédulo.

— Sim — Ela assente enquanto saímos do corredor e nos deparamos num espaço aberto enorme.

O lugar parecia um lago subterrâneo, cristais azuis brilhavam nas paredes, a água era um azul-escuro profundo, do outro lado do lago havia uma porta fechada, só tinhamos um jeito de passarmos até lá, nadando.

— É uma armadilha — Lira diz.

— Você acha? — Respondo sarcasticamente.

Ela olha para mim e depois revira os olhos e se aproxima da borda do lago e então, em um piscar de olhos (e sem nenhuma surpresa) um tentáculo saiu da água e se enrolou no pé de Lira e a puxou para dentro do lago.

— Tá falando sério?... — Eu suspirei, respirei fundo e mergulhei no lago.

Nunca fui um nadador muito excepcional, mas quando a sua vida (ou de alguém que você conhece) depende de você saber nadar bem, você é capaz de competir nas Olimpíadas.

Eu não conseguia ver nada em baixo da água, toquei o meu peito e as profundezas se iluminaram, após ver o que tinha puxado Lira, gostaria de ter ficado no escuro. Um dois olhos enormes e amarelos me encaravam em um silêncio assustador, eu olhei para os lados a procura de Lira e não encontrei, o que mais eu poderia fazer? É óbvio, atacar. Com a minha adaga em mãos nadei até o olho do monstro e enfiei a faca nele, bem, era o que eu gostaria de fazer, mas existia um enorme e gosmento liquido no olho que não permitia a minhalâmina cortar, de repente um tentáculo me acertou com força e me arremessou para fora da água, eu caí de bruços nas pedras enquanto cuspia água.

— Que droga de monstro é esse? — Resmunguei para mim mesmo.

Antes que eu pudesse me levantar, outros cinco tentáculos saíram da água e vieram contra mim como chicotes, pouco antes de ser acertado eu consegui levantar a minha adaga de dente de basílisco rápido o suficiente para conseguir cortar ele, o veneno da minha lâmina era forte, mas duvido que so aquilo teria sido o suficiente para matar um monstro daquele porte. Um rugido de dor tremeu a água e o monstro se revelou por completo.

— O Kraken... —

Quando ele saiu, eu percebi em um dos seus tentáculos que ele estava segurando Lira, que parecia estar inconsciente, nesse momento eu senti uma energia subir pelo meu corpo, tudo ao meu redor parecia estar sendo iluminado, mas não prestei muita atenção nisso. Segurei a minha adaga com as duas mãos e me preparei, um tentáculo veio na minha direção, esse era muito maior, maior o suficiente para alguém andar por cima.

— Tive uma ideia — Falei correndo em direção ao tentáculo.

Quando ele estava prestes a me acertar, eu pulei... agora eu estava em pé em cima daquilo, continuei a correr, até chegar no corpo do Kraken e em seguida apenas golpeei várias vezes enquanto desviava dos tentáculos e pulava em cada um até o tentaculo que estava segurando Lira, ao chegar lá cortei ele e peguei Lira no colo e pulei com toda a minha força e por sorte alcancei a beira do lago. Coloquei Lira deitada no chão e me virei a tempo de ver o Kraken com vários cortes por toda a parte do seu corpo, numa última tentativa, ele tentou me atacar e eu nem me mexi enquanto o tentáculo vinha em minha direção, ele parou a poucos centímetros do meu rosto.

— Eu amo veneno de basílisco — Falo com um sorriso ousado.

O Kraken desabou na água, completamente sem vida.

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Comments

Theboy

Theboy

Bedez dms kkkk

2023-11-28

0

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