provocar

— Está tudo bem? — Khrnos entra no quarto e se encosta na parede, encarando a ruiva de longe.

— Estou — sua resposta é direta e sem muita enrolação. As dores desapareceram, mas ela sabe que quando o anestésico passar a dor voltará, e talvez até pior, pois agora está toda costurada.

— Você não me disse que estava doendo...

— Você pararia? Você pararia se eu dissesse que seu pau estava me rasgando inteira enquanto me seduzia com seu feromônio? Sim, meu corpo estava reagindo ao seu, sim, eu estava gozando loucamente, sim, eu estava gemendo seu nome e pedindo por mais, mas você sabe mais do que qualquer um que eu estava agindo assim pelo feromônio. Você o usou, pois sabia que era a melhor forma de me prender nesse abismo, de me manter quieta e submissa, e não pareceu nenhum pouco preocupado enquanto o usava contra mim.

— Eu posso ser muitas coisas, Ruby, mas não sou um monstro.

— Exato, você é pior que um... Como quer que eu obedeça se você apoia casamento de menores de idade? Eu não me importo se elas não são tocadas, ou beijadas, ou vistas pelos seus maridos. Não muda o fato delas casarem e terem que seguir regras restritas apenas para servir o seu marido futuramente.

— De volta esse assunto? Tem muitas coisas que deveria se preocupar agora que é a minha fêmea. Cuide das crianças que estão aprendendo a transformação, por exemplo.

— Você realmente nunca vai me ouvir, não é? Viverá seguindo com essa loucura e pode ter certeza que ela será o motivo da sua ruína.

— A ruína vem para os vendados, meus olhos estão muito bem abertos, agora decida, ou vá descansar ou comece suas responsabilidades — ele se aproxima apenas para colocar parte do seu cabelo ruivo atrás da orelha — Se eu fosse você descansaria e se recuperaria, porque quanto mais rápido isso acontecer menos vontade vou ter de enfiar meu pau dentro da sua boceta quente.

Um rubor subiu por suas bochechas e tomou conta do seu rosto inteiro. Ela não sabia nem onde meter a cara. É ainda mais estranho falar sobre aquelas coisas quando não está sendo afetada por nada.

— Saia daqui — empurrou ele.

— Não finja timidez. você estava maravilhosa ontem enquanto cavalgava, rebolava e quicava em mim.

— SAIA DAQUI! — grita com vergonha, jogando o travesseiro nele que desviou facilmente.

— Não pode fugir do seu marido pra sempre, raposinha.

— Eu não sou uma-

Ele já não estava no quarto. Deixou ela falando sozinha enquanto ria se sentindo extremamente leve por ter provocado ela pelo menos um pouco.

Ruby se levantou da cama, sentindo um leve desconforto e dificuldade para andar, mas nada que fosse extremamente dolorido, sabia que não podia fazer esforço, e ela definitivamente não faria, apenas queria respirar um pouco de ar fresco, sentada em um banco qualquer ao lado de fora.

Ela embrulha seu corpo em um casaco de pelos brancos e saí para o lado de fora para descansar, é lá onde novamente ver aquela mulher novamente. Lembra de ter ouvido aquele homem chamando-a de Liz.

— Ei! — ela acena e a mulher a encara, sorrindo levemente e se aproximando dela em passos curtos.

— Olá, Ruby. Como está?

— Como sabe meu nome? — pergunta confusa — não lembro de ter te visto no casamento.

— Você agora é nossa líder, quem não conheceria você? Todo mundo tá falando de você, e a cor do seu cabelo não dá pra comparar com ninguém aqui. Posso me sentar ?

— Ah, claro — deu um pouco mais de espaço — Dessa vez não está com a bebê, onde ela está?

— Anny está aprendendo a transformação. E é um processo doloroso demais para qualquer mãe conseguir olhar. Gregory me mandou passear para tranquilizar meu coração um pouco de toda essa angústia.

— Deve ser horrível mesmo... Não lembro quando aconteceu comigo, mas papai uma vez me disse que meus ossos quebraram e regeneraram mais de 5 vezes até que finalmente meu corpo se acostumasse com a transformação, e eu era tão pequena e fraca que não conseguia nem me manter de pé na forma de lobo. Precisei treinar muito até que finalmente pudesse fazer sozinha e sem sentir dor.

— Minha pequena Anny...

— Ela vai ficar bem — Ruby alisa as costas dela, tentando tranquiliza-la — O homem daquele vez é seu alfa?

Ela congela por um momento antes de encara-la e finalmente responder a pergunta.

— Sim. Ele é.

— Você parece tão nova... — sussurra, acariciando a cicatriz do punhal na palma da sua mão, ainda recente e cicatrizando — Ele te trata bem?

— E-eu acho que sim... — Ruby a olha confusa — Sei que é confuso, mas é que Gregory é um homem um pouco fechado demais, ele não consegue me encarar direito e apenas recebo carinho quando fazemos aquilo... — agora suas bochechas estão coradas.

— oh, aquilo... E ele te machuca?

— Bom, no começo sim. Ele queria me comer em todos os lugares então doía muito, mas meu corpo agora se acostumou e é muito gostoso.

— Você tá falando daquele lugar... — pergunta com os olhos arregalados e Liz confirma com a cabeça repetidamente — Eca.

— Ele diz que é a melhor forma de evitar outro filho, então faço sem questionar.

— Você precisa se posicionar mais sobre essas decisões, Liz. você vai sempre permitir que ele chegue em você e faça o que quiser no seu corpo?

— Mas ele é o meu marido...

— E você é a esposa dele, também é seu direito escolher o que quer, não acha? — ela confirma — Olha, eu não sou experiente, na verdade eu acabo de começar e me relacionar, mas sei que deve ser firme nas sua escolhas, mostre para aquele homem das cavernas o que você quer.

— Vou tentar.

— Vou ter que ir agora... — Ruby levanta do banco — está perto de eu tomar meus remédios e talvez seu filhote já esteja em casa, devia ir e ver se ele está bem. Venha me visitar na casa principal, será muito bem vinda lá. Deixarei todos avisados caso queira ir lá.

— Vou assim que puder — ela sorri enquanto levanta e vai embora para casa.

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