O espírito da floresta

Ruby acorda tossindo água. Seu peito e estômago doem como nunca, ela se apoia na pedra e se arrasta por ela, deixando o rastro do seu sangue nela. Mesmo com as pernas doendo ela toma impulso para se levantar. Seu corte não vai se fechar sozinho, não nesses condições, não enquanto perde tanto sangue dessa forma. Ela precisa arrumar um jeito de parar aquilo o mais rápido possível.

Ela adentra a floresta cambaleando, seus pés afundam na lama pois aparentemente choveu e a terra está completamente tomada quase como se fosse um mangue. Os animais estão escondidos em duas todas, e nem mesmo o cheiro do sangue os farão sair, eles sabem que ainda há perigo, e que existe algo estranho e ainda pior a solta.

Ruby se apoia em uma árvore, está bem difícil respirar nessas circunstâncias, sua vista está escurecendo e ela tenta lembrar de alguma erva que seja bom para parar sangramento, e aí seus olhos avistam um besouro grande azul, ela lembra que ele libera um pó que para sangramento, mas a mordida dele libera uma toxina infernal, que não é prejudicial e não dura por muito tempo, mas se for mordida terá que aguentar horas de sofrimento até o efeito da toxina sair do seu sangue. Caso ela não aguente a dor e desmaie, as coisas ficarão mais preocupantes.

Ela precisa parar o sangramento e não poderá fazer isso enquanto está desmaiada. Ela se aproxima do besouro, o agarrando e puxando a cabeça dele de uma só vez para evitar qualquer possibilidade de ser mordida. O líquido azul se espalha por seus dedos e ela esfrega o líquido gostoso contra o corte gigante na lateral do seu corpo, ele rapidamente seca e cria uma camada grossa de pó em cor azul escuro.

A ferida arde, mas ela aguenta e agora procura por um lugar para ficar. Está escurecendo e se torna cada vez mais perigoso pois nem onde está ela sabe.

Ruby avança pela floresta, com o corpo dolorido, mas determinada a encontrar um lugar seguro para descansar e se recuperar. A escuridão da noite se intensifica, tornando a busca mais desafiadora. Seus passos são lentos, e ela precisa se apoiar em árvores para não cair.

Ao longo do caminho, os sons noturnos da floresta se intensificam, mas a maioria dos animais permanece escondida, temendo a presença de algo mais perigoso. Ruby finalmente encontra uma pequena clareira, iluminada pela luz fraca da lua. É o refúgio que ela precisa.

Com dificuldade, ela se deita sobre um leito de folhas e tenta controlar a dor. A ferida ainda arde, mas o besouro azul fez seu trabalho ao parar o sangramento. Ruby suspira de alívio, mesmo que temporário, e fecha os olhos para descansar.

Enquanto descansa, ela ouve movimentos ao seu redor. A princípio, ela fica alerta. E entre as árvores aparece uma mulher, ela veste branco e Seus olhos estão vendados por um tecido da mesma cor.

— Olá, criança... — ela se aproxima — Fico feliz que esteja bem, é uma mulher forte mesmo grávida...

— O que? N-nao, eu não estou grávida e quem é você?!

— Eu sou o espírito da floresta. Serão tão forte quanto a mãe — ela toca sua barriga — Mas trarão guerra e destruição se não forem bem cuidados.

— Você não tá entendendo! — ela tenta levantar, mas não consegue pela fraqueza — Eu não estou grávida, não posso estar, só fiquei com ele uma vez.

— E você agora está grávida querida. Em alguns meses eles estarão em seus braços, vivos ou mortos, isso só você pode decidir... — ela começa a desaparecer.

— Não! Espera! O que isso significa! — as lágrimas já escapam de seus olhos — O que isso...-

— Cuide deles. É tudo que precisa saber. A guerra está chegando e eles não podem.

— Nao podem o que? Por favor, me diga! — mas ela já não está mais lá. Sua cabeça é tomada por perguntas, mas não importa o quanto pense nada pode ser respondido.

Sua mão toca sua barriga com curiosidade, pensando no que a mulher disse. Ela está grávida, uma coisa que não estava em seus planos, mas agora está carregando o herdeiro de Khrnos.

Ruby, ainda fraca e atordoada, tenta processar as palavras enigmáticas do espírito da floresta. A revelação de uma gravidez não planejada a deixa perplexa, enquanto as lágrimas misturam-se com a chuva que começa a cair sobre a clareira.

A incerteza paira sobre seu coração enquanto ela reflete sobre o que aquelas palavras podem significar. "Eles" não podem o quê? A guerra está chegando, mas qual será o papel dos seus filhos nesse cenário sombrio?

Ela sente um misto de emoções, desde o medo do desconhecido até uma estranha conexão com a vida que cresce dentro dela. No meio da noite, Ruby encontra-se sozinha na floresta, sem respostas claras e com um futuro incerto à sua frente.

Decidida a encontrar Khrnos, ela se levanta com esforço, ignorando a dor que ainda a acompanha. A chuva intensifica, mas ela avança pela floresta em busca de sua alcateia, onde talvez consiga encontrar respostas ou, pelo menos, compartilhar a surpreendente notícia.

Enquanto ela se move pela escuridão da noite, os sons da floresta ecoam ao seu redor, como suspiros misteriosos da natureza que testemunharam a reviravolta inesperada na vida de Ruby.

Ruby, escondida na escuridão, observa a criatura estranha que a fez parar. Seu coração bate descontroladamente enquanto a sensação de perigo se intensifica. Os olhos da criatura refletem a fraca luz da lua, emanando uma luminosidade sinistra que a deixa arrepiada.

Ela percebe que, seja lá o que for, está rastreando mais de um aroma na floresta. A tensão no ar é palpável, e Ruby sabe que está sendo caçada. Seu instinto de sobrevivência a impulsiona a manter-se imóvel, enquanto seus olhos seguem cada movimento da criatura.

A chuva persistente mascara seus próprios cheiros, mas ela está consciente de que não pode permanecer ali indefinidamente. Decidida a escapar, ela começa a rastejar silenciosamente na direção oposta à criatura, tentando se afastar da ameaça.

A floresta torna-se um labirinto de sombras e sons, e Ruby, mesmo ferida, usa sua astúcia para evitar ser detectada. Seus pensamentos giram em torno da urgência de encontrar Khrnos e da estranha revelação do espírito da floresta sobre a gravidez.

Enquanto ela avança, a criatura parece momentaneamente distraída, farejando o ar com intensidade. Ruby aproveita a oportunidade para se mover mais rapidamente, mantendo-se alerta para qualquer sinal de perigo iminente.

A busca pela alcateia, agora complicada pela presença ameaçadora da criatura, transforma-se em uma corrida contra o tempo. Ruby sabe que precisa chegar até Khrnos antes que seja tarde demais, e que seu destino, junto com o dos filhos que carrega, está intrinsecamente ligado a esse misterioso jogo noturno na floresta.

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Comments

Jenaide Antero

Jenaide Antero

o espírito joga a bomba e corre. ainda faz pela metade./Shame/

2025-02-07

0

Terly Riibeiro

Terly Riibeiro

cruel esse espirito. fala essas coisas e nao a ajudou

2025-01-29

0

daddi

daddi

espírito safado esse.fala as coisas pela metade e nem ajuda a coitada.apareceu pra que mesmo?!

2025-01-29

1

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