A cada abertura na portinhola, sua expectativa aumentava, já haviam passado muitos dias, na verdade meses, pelas suas contas, desde seu casamento; nunca imaginou pensar tanto em alguém, como estava pensando em Sofie, como estaria? Feliz? Aliviada pela escolha? Inferno como posso protegê-la desses déspotas {1} estava impaciente e não calara mais diante dos guardas,pouco se importava, sofrendo tantas agressões, por não ficar em silêncio; Leonel por sua vez queria sim fazer escarcéu, queria matar a todos e ainda cuspir encima daqueles infelizes; estava começando a perder o juízo, precisa sim se acalmar e esperar, pois sabia que o Rei Jorge viria em seu resgate, era só questão de tempo.
Estava relampejando muito, podia ouvir os estouros e o mar agitado, parecia que a tempestade queria lhe falar, pois era assim que se sentia; revolto, furioso, sua alma clamava por liberdade, agora mais que nunca, precisa sair dali.
Deitou num canto, um fio de espuma, caso chamasse aquilo de Almadra{2} e fechou os olhos, buscando calmaria e paz, e só conseguiu, quando lembrou de uma certa dama, diga-se de passagem sua esposa, nesse momento sorrio; e começou adormecer.Sonhou com uma menininha narizinho arrebitado, olhos de um azul que lhe sorriam, lindos cabelos cor de fogo, que corria em suas terras, gargalhando e gritando... papai; Leonel acordou assustado, pelo barulho ensurdecedor de um trovão, respirando mais fundo se tranquilizando novamente, fora apenas a tempestade que havia se intensificado, voltando a fechar os olhos, e lembrando do sonho, sorrio até se tornar uma risada; uma filha, só posso mesmo estar ficando louco, se nem toquei na mãe que dirá ter uma pequena.Nesse instante alguém pergunta na porta:
— Lancaster está aí?Leonel achou que estava ainda sonhando ou ouvindo vozes, mas novamente a mesma pergunta e voz.
— Duque de Lancaster está aí? Nesse instante Leonel soube, que sairia daí, levantou rapidamente e correu em direção a porta e falando em sussurros disse:
— sim, sim estou aqui; Sem delongas a porta fora aberta e um homem com uma capa preta e um chapéu que não conseguia ver-lhe o rosto surgiu;
- vossa graça, sou Luiz, vim em nome de sua majestade Rei Jorge, resgata- lo.
— Leonel, sem muito jeito e tato deu a mão para o homem; E disse:
- Como conseguiu entrar aqui?
- Vim com o sacerdote, e o pus para dormir, usei a batina dele para passar pelos guardas, e então depois da entrada fica tudo calmo e tranquilo, porque para eles, ninguém, absolutamente ninguém consegue encetar{3} aqui.
— Certo, então vamos, antes que percebam que já deu o tempo do padre aqui.
saíram esgueirando às paredes, lenta e silenciosamente, até alcançar o fosso onde estava uma pequena embarcação. Com arma em punho Luiz pulou primeiro no barco em seguida foi a vez de Leonel saltar, mas ele parou:
- E o reverendo, você o matou? Luiz por sua vez fez o sinal da cruz e disse:
— Deus me livre, homens do senhor não mato, chega os pecados que possuo, não quero esse tão grave; e respondendo sua pergunta, apenas dei- lhe uma coronhada, quando acordar terá apenas uma dor de cabeça dos infernos, opa; e tapou a boca, em seguida deu uma gargalhada; Leonel apenas revirou os olhos, pensando..
enviam-me cada idiota.
— Nesse caso nada me prende aqui, partimos homens. O barqueiro mais que depressa começou icar os lemes;
— sabe sua graça, estamos com sorte essa noite, pois a tempestade veio a encalhadar, assim há pouco guardas e o barulho dos lemes e o nosso são camuflados pela tormenta. Leonel ficou olhando se afastar daquele lugar, imundo e desumano e pensando fora ali seu pior inferno,e seu melhor céu estrelado....ah...lindos cabelos vermelhos.
{1} opressor, malvado.
{2} colchão
{3} entrar
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Atualizado até capítulo 51
Comments
Débora
Nossa tô amando a história bem diferente das que eu já li essa está maravilhosa
2024-02-09
2
Léa Aparecida Ribeiro
que história perfeita autora...amando
2024-01-17
1